Sincal encaminha carta para secretário da agricultura de Minas Gerais, buscando mobilização contra importação do café, veja íntegra:
Sincal encaminha carta para secretário da agricultura de Minas Gerais, buscando mobilização contra importação do café, veja íntegra:
Ao Secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais
Dr. Pedro Leitão
De acordo, com sua solicitação, mencionarei os principais objetivos de forma, sucinta, embasando uma retórica para o Governador Pimentel defender junto a Presidência da Republica, a Cafeicultura Mineira, principalmente nesse momento angustiante tangente a Importação de café, liberada pelo Ministro da Agricultura, Dr. Blairo Maggi, num gesto antipatriótico, que não levou em consideração os riscos na queda dos preços do café, que apresentam-se defasados, protegendo a industria de torrefação brasileira (ABIC e ABIC´s), dominadas por grandes grupos multinacionais.
No momento o foco é Importação de robusta/ conilon, alegando baixos estoques no Brasil. Tal fato, é improcedente e, estamos na “boca da safra”. A importação de conilon impactará diretamente nos preços do arábica produzido no estado de Minas Gerais. Como é de seu conhecimento, utiliza-se o robusta e o arábica no processamento industrial e a proporcionalidade de cada qual depende dos interesses econômicos da ABIC e ABIC´s. Dentro desse contexto, a importação de robusta, somará junto com o arábica, causando consequências inevitáveis ao setor produtivo mineiro.
O estado de Minas Gerais, é o principal produtor de café do Brasil, composto de aproximadamente 170.000 (cento e setenta mil) cafeicultores que empregam diretamente ao redor de 2.000.000 (dois milhões) de trabalhadores rurais e, ainda todo uma cadeia de trabalhadores indiretos ligados ao agronegócio café. O café lidera as exportações do agronegócio mineiro e mantém a condição de segundo produto da nossa pauta geral de exportação, depois do minério de ferro. Além de gerar emprego e renda, é um importante fator de inclusão social.
Faz-se necessário impedir a importação de café, para garantirmos o status quo e evitarmos um verdadeiro “barril de pólvora” escalado pelos problemas sociais que ocasionará.
A intervenção do governador Pimentel é de suma importância pelo lado social pois, a cafeicultura é o maior gerador de empregos no estado.
A baixa rentabilidade do setor produtivo cafeeiro, já vem causando miserabilidade nos 600 municípios produtores e, a importação acirrará essa miserabilidade aos cafeicultores e, principalmente aos trabalhadores rurais diretos e indiretos , que é o elo mais fraco da cadeia.
Torna-se perceptível o aceleramento de violência na zona rural das regiões produtoras de café, narrados diariamente nas redes sociais, na imprensa falada e escrita. Já estamos com um IDH sub-nivelado em decorrência aos contínuos preços baixos recebidos pelos cafeicultores que os impedem de repassar melhores salários aos trabalhadores rurais e impactando diretamente no setor comercial dos municípios produtores.
A situação, já é critica, calcula-se se importar café o preço cairá ainda mais e, tornar-se-á insuportáveis o desemprego pois, com esse contingente de empregos envolvidos na cafeicultura não encontrarão sustentação em outros ramos de atividade.
Esperamos uma posição patriótica e incisiva do Governador Pimentel junto ao Presidente da Republica, no impedimento da IMPORTAÇÃO DO CAFÉ.
Atenciosamente,
Armando Mattiello
Presidente da SINCAL (Associação Nacional dos Sindicatos Rurais das Regiões produtoras de café e Leite)
Engenheiro Agrônomo com MBA na FGV em Agribusiness
Cafeicultor em Guapé/MG