Estávamos em plena granação e tivemos nos meses citados dois períodos superiores a 15 dias, respectivamente, sem índice pluviométrico provocando menores desenvolvimentos dos frutos.
Estamos recebendo inúmeras informações, quanto à produção da safra corrente de café, caracterizando-se com peneiras baixas, principalmente nas regiões que sofreram veranico nos meses de janeiro e fevereiro. Regiões essas tendendo ao cerrado e, ao cerrado propriamente dito. Estávamos em plena granação e tivemos nos meses citados dois períodos superiores a 15 dias, respectivamente, sem índice pluviométrico provocando menores desenvolvimentos dos frutos.
Outro ponto preocupante, que estamos sendo informados, é a quantidade de broca que vem apresentando-se nos cafés colhidos e, sendo muito superiores a normalidade. Após a proibição do ENDOSSULFAN essa praga vem provocando prejuízos preocupantes com índices de incidências aumentando ano após ano.
Por ocasião da proibição do ENDOSSULFAN, fizemos através da SINCAL – Associação dos Cafeicultores do Brasil, solicitações via e-mail, ao CNC, CDPC e outros no sentido de manter o ENDOSSULFAN em caráter “caráter especial” e não se cumpriu essa possibilidade num descaso a cafeicultura Brasileira.
Existem normas e leis que amparam o “Caráter Especial”. O ENDOSSULFAN estava registrado para diversas culturas e possuíam amplas alternativas de controle das pragas dentro das preconizações dos registros através dos grupos de produtos como carbamatos, fosforados piretroides entre outros. No caso do café não tínhamos e não temos outra alternativa eficiente e viável para o controle da broca. Voltamos ao assunto reunião do CDPC, em Brasília, em 20/10/2016, reiterando diretamente aos presentes, e diretamente ao Ministro Blairo Maggi que aparentemente demostrou sensibilidade ao assunto solicitando que falássemos com o Secretário Coronel Eumar Novacki, o que foi realizado e, em seguida enviamos um e-mail ao mesmo, como segue abaixo, e infelizmente não recebemos nenhum posicionamento.
Prezado Coronel Eumar Novacki,
De acordo com as conversações durante a reunião do CDPC, no dia 20/10/2016, frisamos a importância do retorno do ENDOSULFAN para o controle da broca do cafeeiro que vem se expandindo aceleradamente depois da proibição do ENDOSULFAN.
A broca foi uma praga que quase dizimou a cafeicultura Brasileira nas primeiras décadas do século passado. Em 1929 foi fundado o Instituto Biológico de São Paulo para estudar e providenciar produtos para tal. Descobriu-se o B.H.C que permaneceu até os anos 70 (setenta) com a introdução do ENDOSULFAN até 2012. Após a proibição do ENDOSULFAN, estamos vivendo uma explosão da referida praga sem nenhum substituto à altura. Muitas pesquisas foram realizadas durante os 42 anos de uso do ENDOSULFAN e não descobriu nada a similar além de, ser muito eficiente e econômico. Os substitutos existentes, atualmente, são caríssimos e ineficientes.
Faz-se necessário retornar o ENDOSULFAN em “caráter especial”, somente para o café, dentro do MIP (Manejo integrado de pragas) e existem ferramentas técnicas adequadas para o manejo. Durante os 40 anos de uso do ENDOSULFAN no café nunca tivemos divergências quanto a resíduos do produto acima da tolerância tanto no Brasil, quanto nas dezenas de países importadores do nosso café.
Para sanar essa séria dificuldade, faz-se necessário o retorno do produto, junto a ANVISA e reativação do Registro no Ministério da Agricultura em “CARÁTER ESPECIAL”.
Diante do exposto insistimos em tais premissas, plenamente viáveis e, solicitamos ao Ministério da Agricultura, ao CNC e ao Deputado Federal Carlos Melles, Presidente da Frente Parlamentar do Café, providencias para o retorno do ENDOSSULFAN em “caráter especial”, mesmo porque o produto é produzido e utilizado em outros países.
Att.
Armando Mattiello
Presidente da SINCAL
Associação dos Cafeicultores do Brasil