As bolsas de ações cederam nos últimos cinco dias influenciadas pelas incertezas das respostas das economias na reabertura gradual entre os países desenvolvidos e pela elevação do tom do presidente Donald Trump
As bolsas de ações cederam nos últimos cinco dias influenciadas pelas incertezas das respostas das economias na reabertura gradual entre os países desenvolvidos e pela elevação do tom do presidente Donald Trump na disputa comercial com a China – como se já não existisse problemas suficientes para serem resolvidos.
A concordata declarada por uma grande loja de departamento americana, que já vinha há algum tempo lutando para revitalizar seu modelo de negócios, alerta o receio de muitos, já que mesmo com uma eventual abertura total do comércio as novas regras limitarão o trafego de pessoas, sem mencionar o medo dos consumidores em se expor ao vírus que ainda não tem uma vacina ou remedido efetivo para cura-lo.
Os índices de commodities ficaram de lado, mas houve movimentos agudos entre os componentes do CRB, por exemplo, onde o petróleo subiu quase 20% e o suíno magro cedeu 14% em cinco dias.
O café caiu 4.81% em Nova Iorque e ficou virtualmente inalterado em Londres.
As exportações brasileiras em abril totalizaram 3,348,601 sacas, as de março foram revisadas para cima e tudo indica que o país vai encerrar mais um ano-safra com embarques acima de 40 milhões de sacas.
A estatística contradiz os altistas que há muito tempo acreditavam em um fluxo bem mais modesto apontando estoques baixos na principal origem.
Os dados devem forçar a revisão do tamanho das safras anteriores e/ou do estoque de passagem, mesmo que haja alguma perda do consumo doméstico por causa do COVID-19.
Falando em consumo, uma apresentação da respeitada Euromonitor divulgada nesta semana faz um prognóstico de perda do desaparecimento nos Estados Unidos em quase 3% no ano e estima uma recuperação muito lenta – algo bem negativo para as cotações.
Os estoques americanos em abril aumentaram em 494,299 sacas, segundo a Green Coffee Association. O incremento é maior do que a média de cinco e dez anos, que fira ao redor de 130 mil sacas, e não muito animador para os altistas – ainda mais se eventualmente o consumo de fato arrefecer.
Os diferenciais se mantêm barateados para os naturais, reflexo do desencaixe de oferta e demanda mencionado neste espaço no comentário anterior.
Por outro lado, os suaves não enfraquecem, pelo contrário, mas neste ponto pesa uma mudança nos padrões de consumo, mesmo que pontual.
A colheita no Brasil adiantada ajuda os produtores em um momento que o Real negocia em suas mínimas, e neste ponto os bancos e analistas já preveem uma cotação do câmbio acima dos R$ 6.00 por algum tempo.
O contrato “C” precisa respeitar os US$ 103.80 para não atrair uma nova onda de venda dos fundos.
Uma ótima semana e bons negócios a todos com muita cautela e saúde.
Rodrigo Costa*