23/03/2009 – A qualidade do famoso cafezinho que chega às mesas das famílias brasileiras depende de um processo de produção que influencia a economia de diversas regiões do País. Minas Gerais produz metade do café do Brasil e Manhuaçu desponta como um dos maiores pólos de comercialização nacional. Para debater os caminhos dessa cultura, em âmbito nacional, produtores, empresários e técnicos do setor participaram da 13ª edição do Simpósio de Cafeicultura de Montanha, no Parque de Exposição de Manhuaçu, e no Centro Experimental de Café de Martins Soares (MG). O presidente da Aciam, Toninho Gama, ressaltou a alta qualidade das apresentações como o forte deste ano.
A influência da crise financeira mundial sobre a cafeicultura foi o principal tema do evento. Em janeiro, o Brasil, principal exportador mundial do grão, vendeu US$ 317 milhões ao mercado externo, registrando uma queda de 10% em suas receitas em comparação ao que foi obtido no mesmo período do ano passado, segundo dados do Conselho dos Exportadores de Café.
OPORTUNIDADE
O presidente da Aciam e da Câmara de Manhuaçu, Toninho Gama, ressaltou que o simpósio promoveu a mudança da cafeicultura regional justamente por estar antenado com as tendências e necessidades do mercado produtor. “O importante é que esse evento debate a qualidade e produtividade para cada vez mais termos um café valorizado, agregando valor ao nosso produto, o que significa mais renda e melhores empregos para toda comunidade”.
O dirigente explica que o simpósio é fundamental para discutir os rumos do setor. “A cafeicultura é um setor importante para a Minas e para o Brasil. O Simpósio foi uma excelente oportunidade para os produtores comporem uma rede de relacionamento para ajudar a alavancar a economia regional”.
Durante sua fala, o Presidente da Câmara Toninho Gama entregou uma reivindicação ao vice-governador Antônio Anastasia no sentido de promover o Pelotão do Corpo de Bombeiros a Companhia em Manhuaçu.
O coordenador do evento também destacou o apoio ao Movimento SOS Café e a preocupação com a falta de políticas públicas em defesa da cafeicultura. “Como presidente da Associação Comercial de Manhuaçu sei muito bem como as dificuldades da cafeicultura se refletem na economia de nossa região. Precisamos que os deputados e o vice-governador ergam a voz em defesa dos nossos cafezais”, ressaltou.
PALESTRAS
O evento teve oito palestras divididas em dois dias. Logo após a abertura, o tema foi um grande debate sobre o café e o mercado. O deputado Mário Heringer, o presidente da SCAMG Marcelo Garcia, o Diretor da FAEMG João Roberto Pulliti e o diretor da Sociedade Rural Brasileira Luiz Hafers analisaram as tendências e os efeitos da crise mundial.
O reconhecimento e controle de pragas do cafeeiro abriu a temática da tarde com o pesquisador da Epamig Júlio César de Souza. Aparecida Sales explicou a adequação ambiental para pequenas e médias propriedades. O tema final do primeiro dia foi a certificação com o consultor Evair Viera de Melo.
Em tempos de crise, o segundo dia teve a manhã dedicada a discutir a crise mundial e a cafeicultura com o professor Celso Vegro, do Instituto de Economia Agrícola de São Paulo. Como sobreviver em meio a cafeicultura de montanha foi a palestra de Roberto Santinato, do Procafé – Ministério da Agricultura.
No início da tarde, o pesquisador José Braz Matiello mostrou a floração e a produção do cafeeiro. O encerramento não podia ser melhor: “Não somos nada sem atitude”. O consultor motivacional Augusto Gomes foi responsável por trazer uma palavra de otimismo aos participantes.
O encerramento do evento foi marcado pelo Dia de Campo no Centro Experimental de Café Eloy Carlos Heringer, em Martins Soares. Os participantes conheceram os resultados das pesquisas cafeeiras desenvolvido na unidade.
RESULTADOS
O evento foi avaliado como positivo pela Associação Comercial de Manhuaçu. Além das palestras e debates, Toninho Gama ressaltou a qualidade das empresas participantes e o alto nível de tecnologia, conhecimento e informações divulgadas nos stands durante os dois primeiros dias. O simpósio é uma realização da Aciam com apoio da Prefeitura de Manhuaçu, Scamg, Câmara Municipal, Governo de Minas, Sebrae-MG, FAEMG, Emater-MG, Fertilizantes Heringer e patrocínio da Santa Clara, Tristão e Energisa.