Setor de máquinas aposta em retomada

6 de agosto de 2007 | Sem comentários Comércio Empresas
Por: 06/08/2007 06:08:53 - Valor Econômico

Após dois anos de dificuldades, as indústrias de máquinas agrícolas recuperaram o otimismo. O anúncio de recursos do Moderfrota a juros mais baixos e a recuperação do setor de grãos – causada pela boa colheita na safra 2006/07 e pela melhora dos preços internacionais – levam o setor a apostar em expansão no mercado interno.


A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) estima que as vendas de tratores no país devem ficar entre 26 mil e 27 mil unidades neste ano, o que representará um crescimento de até 32% em relação a 2006. No primeiro semestre, as vendas de tratores cresceram 34%, para 16.676 unidades. Se as estimativas se confirmarem, o setor ultrapassará as vendas de 2000 (primeiro ano de Moderfrota, quando foram comercializadas no país 24 mil unidades), mas ainda estará longe do recorde de 42,5 mil unidades alcançadas em 2002.


Para colheitadeiras, a expectativa é que haja crescimento de 60% nas vendas do ano, chegando a 1.600 unidades. No primeiro semestre, as entregas alcançaram 946 unidades, o que representou um incremento de 97,9% em relação aos seis primeiros meses do ano passado.


“O crescimento no primeiro semestre deveu-se ao bom desempenho dos setores de café, cana-de-açúcar, hortifruticultura e à melhora nos preços internacionais dos grãos”, afirma Milton Rego, vice-presidente da Anfavea. Para o segundo semestre, no entanto, a liberação de recursos do novo Plano de Safra serão fundamentais para estimular as vendas, observa.


O governo federal reduziu a taxa de juros do Moderfrota de 9,5% ao ano para 7,25% na safra 2007/08. O volume a ser disponibilizado será o mesmo do ciclo anterior, de R$ 3 bilhões. Conforme Cláudio Leal, chefe do Departamento de Máquinas e Equipamentos do BNDES, os recursos ainda não foram liberados porque falta a publicação de uma portaria, pelo Ministério da Fazenda, confirmando que o Tesouro fará a equalização dos juros. Conforme informou o Ministério, a portaria deve ser publicada nesta semana.


“Já existem agentes financeiros estocando pedidos de financiamento para a compra de máquinas, o que indica a recuperação do setor agrícola”, afirma Leal. No primeiro semestre, o desembolso de recursos do Moderfrota (referentes à safra 2006/07, quando os juros eram de 9,5%) alcançou R$ 845 milhões, 35% mais que no primeiro semestre do ano passado. A expectativa é que os desembolsos no segundo semestre do ano superem esse valor.


“A redução na taxa de juros do Moderfrota certamente vai incentivar o setor a renovar a frota, mas o fator principal será a expansão da área plantada na próxima safra”, avalia Fábio Piltcher, diretor da Massey Ferguson (divisão da americana AGCO). Ele prevê para o ano um crescimento por volta de 30% nas vendas internas. No primeiro semestre, a Massey Ferguson liderou o mercado, com a venda de 4.309 unidades, 42,1% mais que em igual intervalo de 2006.


Para Luiz Feijó, diretor comercial da New Holland, divisão da italiana CNH, se no primeiro semestre os segmentos de cana, citros e café garantiram o aumento nas vendas de máquinas, no segundo semestre predominará a demanda dos produtores de grãos. “Voltamos a um ciclo de crescimento, mas mais sustentável”, afirma. No primeiro semestre, as vendas da New Holland cresceram 57,8%, para 3.251 unidades. Já as vendas da Case, outra marca da CNH, aumentaram 178%, para 255 unidades.


A Valtra, do grupo AGCO, foi a segunda marca mais vendida no país, com 3.747 unidades (34,8% mais que no primeiro semestre de 2006). Leandro Marsili, diretor de marketing da Valtra, prevê repetir o desempenho neste semestre. “Contratamos 400 funcionários e implantamos o segundo turno para atender à demanda”, informa. Nelson Watanabe, gerente comercial da Agritech (dona da marca Yanmar), acredita que as vendas serão maiores no segundo semestre. Até junho, registrou vendas 21% maiores que em 2006. A empresa produz tratores de pequeno e médio portes para os setores de hortifruticultura e café. “Esses setores renovam a frota agora”, diz.

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