17/12/09
A Confederação Nacional de Transportes (CNT) apontou como solução para resolver entraves da malha ferroviária brasileira é investir em sete principais projetos de expansão. A construção do trecho Alto Araguaia- Rondonópolis (MT), do trecho Inocência –Água Clara (MS), Nova Transnordestina, da Ferrovia Oeste-Leste (BA), da Ferroviária Litorânea Sul (ES), ampliação da malha ferroviária em Santa Catarina e a construção do segmento Aguiarnópolis – Palmas (TO), dentro do trecho Norte da Ferrovia Norte-Sul foram considerados prioritários no plano logístico da entidade.
Para tanto, a confederação afirma serem necessários aporte na ordem de R$ 25,8 bilhões, dos quais R$ 8,1 bilhões seriam para solução de entraves e R$ 17,7 bilhões, para expansão da malha dos projetos prioritários. Porém, atingir a meta do segmento demandaria R$ 54,5 bilhões nos próximos 20 anos. Estes números fazem parte da Pesquisa CNT de Ferrovias 2009, divulgada em coletiva à imprensa nesta quinta-feira, em Brasília.
Recursos que teriam de ser disponibilizados pelo poder público. “Ocorre que o orçamento é reduzido, muitas vezes contingenciado, e o que resta é concorrido com outros modais”, disse o presidente da seção ferroviária da CNT, Rodrigo Vilaça.
A pesquisa mencionou ainda os entraves que desafiam a indústria ferroviária, sendo os mais graves as ocupações irregulares na faixa de domínio (próximos aos trilhos) e alto número de passagens de nível, termo técnico que significa locais compartilhados com o tráfego urbano. “São 327 invasões e 12.289 passagens existentes. Problemas que reduzem a velocidade nos corredores, perto dos portos, chegando a menos de 5 km por hora”, enfatizou Vilaça.
Contudo, desde a privatização do sistema, Vilaça afirma que ocorreram avanços significativos. “Melhoria no desempenho operacional, aumento da produtividade das locomotivas e vagões são alguns deles. As conquistas foram graças, sobretudo, aos investimentos privados na ordem de R$ 30 bilhões nos últimos 12 a 13 anos” ponderou.
O presidente da Frente Parlamentar de Logística de Transportes e Armazenagem (Frenlog), deputado federal Homero Pereira (PR/MT), reiterou que ferrovia é tão importante na logística de transporte quanto outros modais, portanto, deve ser inserida na pauta de prioridades do governo federal. “Cada modal cumpre sua função dentro do sistema”, observou.
Já o secretário executivo da Hélcio Botelho, concorda com os avanços, porém, destaca que há problemas que precisam ser saneados. “É inegável o avanço obtido desde a privatização da malha ferroviária, contudo o setor enfrenta resistência devido a problemas como inadequação e insuficiência dos terminais, alto custo operacional. Um desses é o de direito de passagem, que vem onerando desnecessariamente os usuários. Agência Nacional dos Transportes Terrestes (ANTT) está buscando solução”, ponderou Botelho.
Atualmente, a ferrovia é responsável por 25% dos transportes de carga no país. E melhorar o sistema ferroviário beneficiária diretamente o consumidor, afirma Rodrigo Vilaça. “A economia de frete varia entre 16% a 20% no movimento logístico, além da economia das operações tributária e da menor pressão nas rodovias”, enumera.
Fonte: AI / Dep. Fed. Homero Pereira