Porto Alegre, 06 de fevereiro de 2015 – O mercado internacional do café teve uma semana, até o fechamento desta quinta-feira (05/02), positiva para as cotações. Foram renovadas as preocupações com a oferta diante de notícias vindas da Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé (Cooxupé), do Procafé e do Conselho Nacional do Café (CNC) quanto à safra brasileira de café de 2015 e de 2016. A semana já começou com notícia da Fundação Procafé sobre a quebra da safra. A seca de 2014 e deste início de ano já afeta os resultados da safra de café 2016, segundo a prévia da pesquisa da Fundação Procafé, encomendada pelo Conselho Nacional do Café (CNC). Segundo informações do presidente do CNC, Silas Brasileiro, a expectativa para 2015 é que esse númer o de safra não passe de 43 milhões de sacas. Para 2016, os resultados devem ser ainda piores. \”Nós tivemos uma safra 2014 de cerca de 43 / 44 milhões de sacas. Agora em 2015, a nossa previsão é de uma safra entre 40 e 43 milhões de sacas e já temos esse número também pra 2016. Achamos que não vai passar de 43 milhões de sacas como teto máximo\”, afirmou Brasileiro.
Depois foi a vez de circular notícia da Cooxupé. A maior cooperativa de café do Brasil e do mundo deve ter uma colheita em sua área de atuação de 3,8 milhões de sacas de 60 quilos este ano. A safra foi duramente prejudicada pela falta de chuvas em 2014, informou o diretor da Cooxupé, Lúcio Dias. Segundo Dias, o número é 14% menor que a estimativa anterior, que era de 4,4 milhões de sacas. Ele indicou que a Cooxupé terá de buscar no mercado, de outras cooperativas, 1,2 milhão de sacas para cumprir compromissos comerciais.
Essas informações reforçaram a apreensão global com a oferta de café, tendo em vista que o quadro já é muito ajustado contra a demanda. Assim, a Bolsa de Nova York para o arábica, que baliza a comercialização mundial, refletiu esses dados e os preços avançaram.
No balanço da semana em Nova York, o café arábica para março subiu 1,8%até esta quinta-feira, passando de 161,90 centavos de dólar por libra-peso do fechamento da sexta-feira passada (30 de janeiro) para 164,75 cents no fechamento do dia 05 de fevereiro.
No Brasil, os cafés de melhor bebida subiram ainda mais. Isso porque o dólar na semana até a quinta-feira avançou no comercial 2,1%, dando ainda melhor suporte às cotações do grão em reais. Assim, no sul de Minas Gerais, o café arábica bebida boa avançou na semana 3,2%, passando de R$ 475,00 para R$ 490,00 a saca.
Exportações
As exportações de café do Brasil renderam US$ 546,3 milhões em janeiro,com média diária de US$ 26 milhões. A quantidade total exportada pelo país no mês chegou a 2,725 milhões de sacas, com média diária de 129,8 mil sacas. O preço médio da tonelada ficou em US$ 200,50 por saca.
Na comparação com a média diária de dezembro, houve queda de 8,1% na receita, de 6,2% no volume e de 2% no preço. Em relação a janeiro de 2014, ocorreu uma elevação de 68,8% na receita, de 12,1% no volume e de 50,5% no preço. Os dados são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e foram divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior.
Lessandro Carvalho (lessandro@safras.com.br) / Agência SAFRAS