SAFRAS (04/12/09) – Os preços físicos internos do café arábica subiram em reais e em dólares no mês de novembro, salvo raríssimas exceções. Não é o que aconteceu com o robusta, que recuou com força tanto na moeda brasileira quanto na americana. É o que mostra o balanço mensal de SAFRAS & Mercado.
O café arábica de bebida dura tipo 6 do Sul de Minas Gerais, que terminou outubro com média de R$ 260 a saca, foi negociado em novembro entre R$ 265,00 a R$ 280,00 a saca de 60 quilos. O mês de novembro encerrou com preço médio de R$ 272,30 a saca de 60 quilos, o que corresponde a uma valorização de 3,65% em relação a outubro, quando a média foi de R$ 262,71 a saca.
Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Gil Barabach, a melhora no preço se deu outra vez a despeito da pressão cambial, que desta vez foi mais modesta, uma vez que o dólar comercial acumulou queda, em novembro, de 0,57%. Outro ponto a destacar é que a valorização no mercado físico interno foi superior aos ganhos externos, revelando o descolamento positivo dos cafés de melhores bebidas do Brasil em relação ao externo, fato já antecipado pelo estreitamento dos diferenciais de venda no mercado FOB exportação, comentou Barabach.
Enquanto o café sul-mineiro subiu em dólares 4,24%, fechando novembro com preço médio de US$ 157,60 a saca, o contrato de café em NY, para o primeiro vencimento, sofreu valorização de apenas 0,99%, fechando a 140,57 centavos de dólar por libra-peso, ou US$ 185,95 por 60 quilos. A escassez de oferta de qualidade, em função do ciclo bienal e de problemas climáticos, o exercício de opção de venda ao governo e a retranca dos produtores explica o desempenho
positivo do café de bebida dura, aborda Barabach.
A bebida mais fina do Cerrado mineiro teve um desempenho semelhante ao do café sul-mineiro, obtendo preço médio de R$ 276,25 a saca de 60 quilos em novembro. Isso corresponde a um ganho de 3,7% em comparação a outubro. Já em divisa estrangeira, acumula valorização de 4,3%, com café cotado a US$ 159,89 a saca.
Entretanto, o café rio tipo 7 da Zona da Mata de Minas Gerais segue com problemas no mercado, em virtude do excesso de oferta da bebida. O preço médio ficou em R$ 190,25 a saca, queda de 0,27% em relação ao mês anterior. Aumenta consideravelmente o deságio em relação à bebida dura e fina. Em dólar, a bebida rio ficou cotada a US$ 110,11 a saca, ligeira alta de 0,3%. Há certa acomodação no processo de queda dos preços, mas este café não demonstra força para reagir e assim segue a depreciação em relação às outras bebidas, diz o analista.
O conillon, por outro lado, voltou a cair fortemente ao longo de novembro, com a bica tipo 7 do Espírito Santo acumulando desvalorização de 9,75%, cotada a R$ 158,50 a saca de 60 quilos. Indústria bem comprada e ausência de interesse externo explicam o recuo da cotação do conillon. A queda do robusta na Bolsa de Londres, que foi de 4,46% para o segundo contrato no último mês de novembro, contribuiu com a linha negativa, conclui Barabach.(LC)