SEMANA: COMERCIALIZAÇÃO DA SAFRA DE CAFÉ SEGUE LENTA NO BRASIL

22 de janeiro de 2010 | Sem comentários Análise de Mercado Mercado

SAFRAS (22) – A comercialização da safra de café do Brasil 2009/10 (julho/junho) está em 71% do total. O dado faz parte de levantamento de SAFRAS & Mercado publicado nesta semana, com base em informações colhidas até 31 de dezembro. O ritmo dos negócios está um ponto percentual mais lento que em igual período de 2008, quando 70% da safra 2008/09 já estava, até então, comercializada. As vendas, no entanto, evoluíram cinco pontos percentuais na
comparação com novembro, quando 66% da safra estava negociada. Com isso, já foram comercializadas pelos produtores brasileiros 30,27 milhões de sacas de 60 quilos de café, tomando-se por base a projeção de SAFRAS & Mercado, de uma safra  2009/10 de café brasileira de 42,45 milhões de sacas.
 
Estoques estão baixos no sul de Minas Gerais
 
A Cooperativa Regional dos Cafeicultores em Guaxupé (Cooxupé), a maior cooperativa de café do mundo, recebeu dos seus cooperados em 2009 um total de 2,83 milhões de sacas, na comparação com as 4,850 milhões de sacas de 2007.

Destas quase três milhões de sacas recebidas no ano passado, uma parcela de cerca de 80% já foi negociada, de forma rápida, com vendas aceleradas principalmente para os tipos de maior qualidade. “Dificilmente sobrará café para ser comercializado até o início da próxima colheita, entre maio e junho”, prevê o superintendente de mercado interno da Cooxupé, Lúcio de Araújo Dias. “Neste ano, a demanda está muito aquecida, e nosso estoque está bem baixo. É o menor dos últimos anos, e não temos mais algumas bebidas. Provavelmente, se não estivermos com estoques zerados na passagem para a safra 2010/11, estaremos muito perto disso. E só teremos café novo disponível a partir de julho”, observou Dias em entrevista à Agência SAFRAS.

A Cooxupé está estimando um recebimento de 4,67 milhões de sacas em 2010, ano de safra “cheia” para a cultura do café arábica, o que explica o aumento expressivo, diante das 2,83 milhões de sacas entregues em 2009. Porém, na comparação com 2008, último ano alto no ciclo bianual da cultura, quando a Cooxupé recebeu de seus cooperados um total de 4,85 milhões de sacas, há uma queda prevista de mais de 4% nos recebimento de café.

Segundo o superintendente da Cooxupé, são dois os motivos que justificam a queda na produção de arábica na área de atuação da cooperativa, o clima adverso e a descapitalização do produtor. As chuvas intermitentes do ano passado provocaram floradas sucessivas
nas lavouras de café do sul de Minas, prejudicando a produtividade e a qualidade
da bebida. “As margens apertadas do cafeicultor desestimulam os tratos culturais, o que acarreta em perdas de produtividade”, completa Dias. No sul de Minas Gerais, segundo controle da Cooxupé, os preços do café arábica iniciaram o ano em torno de R$ 270,00 para a saca de 60 quilos, chegando a avançar para R$ 285,00 no melhor momento do mês. Nesta terceira semana de janeiro, as cotações estão em torno de R$ 275,00 por saca. 

O superintendente da Cooxupé destaca que o mercado de uma forma geral não tem dado atenção para um dado muito importante, revelado pela Companhia Nacional do Abastecimento (Conab), em seu primeiro levantamento para a safra 2010. “Muito se fala sobre o número em si, e toda a repercussão que ele gera. Mas poucos têm falado e avaliado o crescimento consistente da produção de café robusta, em contrapartida à queda do café arábica, cuja safra está diminuindo exatamente em um momento no qual a demanda está cada vez mais consistente”, comenta. Segundo a Conab, o Brasil vai colher 35,058 milhões de sacas de café
arábica em 2010, e outras 12,2 milhões de sacas de café robusta. (FR)

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