SEMANA: Café tem maio de quedas com perspectivas melhores para safra 2015

Por: Futuros Agricolas

29-05-2015 –


O mercado internacional de café teve um mês de maio de perdas. As cotações tanto para o arábica na Bolsa de Nova York quanto para o robusta em Londres recuaram no balanço mensal, refletindo um sentimento mais otimista quanto ao tamanho da safra brasileira de 2015, que ainda está em fase de início de colheita.


Os novos números de safra vão desenhando um cenário produtivo mundial bem melhor do que o imaginado inicialmente, pressionando as cotações do café, observa o analista de SAFRAS & Mercado, Gil Barabach. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) estima produção brasileira em 2015/16 de 52,4 milhões de sacas, enquanto SAFRAS & Mercado trabalha com 50,4 milhões de sacas. São números bem superiores aos indicados por parte do setor produtivo e do governo brasileiro, que coloca uma safra mais para a faixa de 45 milhões de sacas. É natural que se crie um sentimento de maior otimismo quanto à produção, o que se reflete nos preços futuros nas bolsas negativamente.


Além do Brasil, também se espera uma safra maior em 2015/16 na Colômbia, Vietnã, Indonésia, India e Guatemala, como destacaram as estimativas dos adidos do USDA recentemente. Barabach destacou que, na semana passada, houve a previsão da Volcafé de produção global de 154,3 milhões e consumo de 153,2 milhões de sacas na temporada, com superávit projetado de 1,10 milhão de sacas para o próximo ciclo, o que foi negativo para os preços.


“Esses novos números marcam uma mudança no sentimento global, com operadores deixando um pouco de lado o medo da falta e apostando em uma pequena sobra. Porém, esses agentes constroem essa mudança ainda em um terreno frágil. Não dá para esquecer que os estoques brasileiros são baixos”, lembrou. SAFRAS & Mercado trabalha com estoques de passagem para o próximo ciclo comercial de 5,21 milhões de sacas, o que corresponde a uma queda de mais de 50% frente aos 11,16 milhões de sacas do início da temporada 2014/15.


Para o analista, os baixos estoques servem para aliviar a pressão negativa e para que os operadores sigam alertas aos sinais climáticos. “Contudo, a tendência fundamental é de baixa, sendo que o avanço da safra brasileira pode intensificar esse movimento. Fora o gargalo da chegada da safra 2015, outro ponto de atrito no mercado virá com as floradas e os primeiros sinais da safra brasileira 2016. Uma boa florada é promessa de grande produção, o que ajuda a sedimentar o cenário de avanço da produção acima do consumo e da retomada dos estoques globais”, adverte.


Porém, pondera Barabach, o clima adverso pode quebrar essa lógica negativa, mesmo que momentaneamente. Excesso de chuva agora na colheita ou o avanço de uma massa de ar polar mais intensa sobre as áreas de café do Brasil pode tirar o comprador da sua zona de conforto e trazer volatilidade ao mercado, avalia.


No balanço mensal da bolsa de NY, o contrato julho do arábica fechou a quinta-feira (28 de maio) a 125,15 centavos de dólar por libra-peso, com queda de 8,9% no mês, já que abril fechara com esta posição a 137,45 centavos. NY registrou as cotações mais baixas desde o fim de janeiro de 2014. Em Londres, no mesmo comparativo, o robusta caiu 9,5%, com o contrato julho baixando de US$ 1.792 para US$ 1.622 a tonelada.


O mercado físico brasileiro de café manteve em maio um ritmo arrastado na comercialização. O vendedor se afastou dos negócios com o cenário desfavorável nas bolsas. Somente os mais apertados de caixa aparecem para negociar alguma coisa, enquanto os demais estão concentrando suas atenções na colheita e na entrega de cafés vendidos antecipadamente desta nova safra.


No balanço mensal do mercado físico, o arábica bebida boa no sul de Minas Gerais caiu 4,8%, baixando de R$ 460,00 a saca do fim de abril para R$ 438,00 a saca nesta quinta-feira (28/05). O conilon tipo 7 em Vitória, Espírito Santo, caiu menos, 1,7%, recuando de R$ 285,00 para R$ 280,00 a saca. A alta de 5% do dólar comercial no balanço do mês até o dia 28 contribuiu para uma menor perda em reais do café nacional no comparativo com o quanto ele caiu nas bolsas.


Fonte: Safras & Mercado

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