SEMANA: Café mantém gangorra em meio a fatores técnicos em NY

24-04-2015


A semana foi marcada pela continuidade dos altos e baixos do café arábica na Bolsa de Nova York, que baliza a comercialização internacional. A volatilidade foi mantida por fatores técnicos, com o mercado testando patamares mais baixos no começo da semana, reagindo depois e tendo uma quinta-feira (23) de realização de lucros. As incertezas quanto ao real tamanho da safra brasileira este ano contribuem para essa “gangorra”.


No Brasil, o período foi de movimentação lenta, até pelo feriado da terça-feira. A volatilidade também não ajudou no melhor ritmo de negócios. A oferta é limitada, os vendedores estão retraídos e o comprador só aparece diante de necessidades imediatas.


Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Gil Barabach, a falta de novidade fundamental abre espaço para a influência técnica, que justifica a gangorra nos preços na Bolsa de Nova York. Assim, o café voltou a ameaçar o importante suporte de 135 centavos no vencimento julho ao chegar a 136,80 centavos de dólar por libra-peso na mínima do pregão da última segunda-feira (20) na ICE em Nova York. Mas, durante o mesmo pregão, acabou reagindo para fechar o dia de lado, comenta Barabach. Durante o feriado de Tiradentes aqui no Brasil, o arábica nova-iorquino acabou subindo. Os ganhos foram modestos, pois o café esbarrou na resistência em torno de 145 cents. Na quarta-feira, (22), esse patamar técnico ficou para trás e o café avançou e fechou os trabalhos a 146,25 cents/lb. Já na quinta-feira (23), o contrato julho chegou a subir mais de 200 pontos, mas não conseguiu passar de 145,45 cents e um movimento de realização de lucros determinou uma reversão e o fechamento com perdas em torno de 200 pontos.


O analista indica que a incerteza da produção no Brasil este ano faz o operador externo optar pela cautela. Assim, “o vencimento junho/15 anda de lado, espremido entre o suporte de 135 cents, com possibilidade de escape até 132 cents, e a resitência de 145 cents, com espaço para fuga até 150 cents na ICE.” Para ele, “isso significa que toda a volatilidade observada nas últimas sessões apenas reforça esse caminho lateral, uma vez que tais amarras, efetivamente, não foram rompidas”.


As chuvas no Brasil trazem tranquilidade, embora o clima não venha preocupando o mercado faz algum tempo, diz Barabach. Novos números da safra brasileira giram entre 45,0 a 49,5 milhões de sacas de 60 kg. Acima da projeção do Conselho Nacional do Café (CNC), mas abaixo dos 50 milhões imaginados lá fora. “Com isso, segue o ambiente de dúvida”, observa. Inegavelmente, o mês de abril tem sido positivo para os preços do café no cenário externo. O vencimento julho na ICE acumula valorização de quase 4% até o dia 23 de abril. Mas, no balanço desta semana houve estabilidade, já que a semana anterior fechou com a posição julho em NY a 141,50 centavos e o mercado fechou esta quinta-feira (23) a 141,50 cents. Em Londres, o robusta em igual período subiu apenas 0,2%, tendo também maior equilíbrio.


No Brasil, entre altos e baixos nas bolsas, o mercado nacional não teve grandes variações. Nesta quinta-feira (23) os preços caíram um pouco mais pela combinação de baixa do arábica em Nova York (-1,5% para julho) e queda do dólar (que acumulou na semana perda de 2% até a quinta-feira). No balanço da semana até a quinta-feira, o arábica bebida boa no sul de Minas Gerais caiu de R$ 480,00 a saca para R$ 475,00. E o conilon tipo 7 em Vitória/Espírito Santo recuou de R$ 293,00 para R$ 290,00.


Fonte: Safras & Mercado

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