30-01-2015- 12:22:48
O mercado internacional de café voltou aos patamares de fevereiro de 2014 agora em janeiro. Desde fevereiro, as cotações subiram de forma acentuada devido à pior estiagem em décadas no Brasil que quebrou a safra do maior produtor e exportador mundial da commodity. Na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) os contratos com entrega em março do café arábica caíram de 166,60 centavos de dólar por libra peso em 31 de dezembro para 160,00 centavos em 29 de janeiro, uma queda de 3,96 por cento.
O mercado foi afetado por liquidação de posições compradas diante da previsão de chuvas fortes para o cinturão produtor de café do Brasil no início de fevereiro. Entre 03 e 07 de fevereiro as chuvas mais fortes em pelo menos 50 dias deverão cair sobre áreas estressadas do Espírito Santo, zona da mata de Minas Gerais e sul da Bahia, de acordo com a Somar Meteorologia. Os totais devem variar entre 50 a 70 milímetros.
Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Gil Barabach, além do clima, outra variável que ajudou a trazer volatilidade aos preços foi o mercado financeiro. “Todo esse nervosismo causado pela incerteza em torno da safra futura do Brasil ganha destaque por conta de uma forte atuação de fundos e especuladores nos mercados futuros. O andamento da economia mundial, os programas de estímulo monetário na Zona do Euro e o sentimento em torno da economia norte-americana mexem com o humor dos investidores, alterando também a postura dos fundos”, coloca.
Conforme Barabach, o mercado de café na ICE deve seguir guiado pelo clima no Brasil e sofrendo influência das mudanças de humor no mercado financeiro. “O medo de quebra no Brasil deve ajudar a construir um fundo acima de 160 centavos. Já a demanda curta, a incerteza econômica e a o retorno das chuvas dificultam um avanço mais expressivo nas cotações, delimitando um topo inicial em 174 centavos”, projeta.
Fonte: Safras & Mercado / Futuros Agriculas