AGRONEGÓCIO
30/04/2009
Gilmara Botelho – A jornalista viajou a convite do pool de expositores da Agrishow
Ribeirão Preto (SP), 30 de Abril de 2009 – O espaço, e o mercado, antes ocupado na 16 edição da Agrishow pelas principais fabricantes de tratores instaladas no Brasil foi preenchido, em parte, pelas produtoras de tratores de baixa e média potência e sem marcas consagradas.
Juntas, Green Horse, Tramontini, Landini e Montana podem até não conseguir faturar os mesmos milhões que as multinacionais CNH, AGCO, Agrale e John Deere movimentaram em edições anteriores, mas devem conseguir comercializar cerca de mil máquinas ao longo da feira – mais que o dobro do montante vendido em feiras passadas pelas companhias que oferecem produtos de baixa e média potência aos produtores rurais, mas ainda 70% menos que as três mil unidades comercializadas por todas elas juntas em 2008, das gigantes multinacionais às promissoras montadoras brasileiras.
Ainda em dezembro do ano passado, as empresas do segmento associadas à Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) já anunciavam a ausência na 16 edição da Agrishow. Afastadas pela crise e pelos altos custos com montagem e transporte de equipamentos, as multinacionais levaram junto com elas parcela significativa do público que rotineiramente visitava a feira há 15 anos. Longe dos principais concorrentes, as marcas “secundárias” assistem a um incremento nas negociações realizadas durante o evento.
O presidente da Montana/Landini, Gilberto Junqueira Zancope, revela que só nos dois primeiros dias de Agrishow foram negociadas 60 máquinas, mais da metade do total vendido na feira em 2008. Segundo ele, a expectativa da empresa é fechar 250 negócios até o encerramento desta edição. “Fomos privilegiados pela ausência dos grandes concorrentes. Estamos disputando clientes com apenas outras duas marcas”, comemora Zancope.
A Green Horse apresentou durante a Agrishow o primeiro modelo de trator da marca com maioria de peças produzida no Brasil, o que inclui o modelo em questão nos programas de apoio a comercialização oferecidos pelo governo federal, entre eles o Mais Alimentos. O modelo 454 de 45 cavalos foi fabricado com um volume superior a 70% de peças nacionais.
De acordo com Rodrigues, as vendas da Green Horse em 2008 foram incrementadas em 52%, na comparação com o ano anterior “Já estamos debaixo das parreiras gaúchas e agora queremos avançar pelas lavouras de café de Minas Gerais”, diz o presidente da empresa.
Nenhuma das cinco instituições financeiras presentes têm limite de recurso. Mas mesmo esbanjando crédito, o Banco do Brasil reduziu a expectativa de movimentação financeira ao nível de 2007, R$ 170 milhões. Na edição passada, o BB financiou mais de R$ 300 milhões .
Jesus Rodrigues Júnior, gerente da agência do BB na Agrishow, argumenta que além das condições praticadas fora do feira, o produtor encontra condições diferenciadas de investimento, como por exemplo o financiamento de 100% do valor do equipamento agrícola – fora da Agrishow a instituição financia apenas 80% do valor do produto. “As linhas mais procuradas são a Mais Alimentos, Moderagro”, afirma Rodrigues Júnior.