Segurança alimentar em baixa

Segurança alimentar em baixa


Brasil tem leve piora no ranking que analisa 109 países. Mesmo com sua grande produção agrícola, ocupa apenas o 33º lugar na comparação mundial e o 2º entre países da América Latina e Central, aqui precedido pelo Chile


Patrícia Büll


O Brasil é o maior produtor mundial de café, açúcar e suco de laranja, e o segundo maior de soja. Ainda assim, ocupa a 33ª colocação entre 109 países no ranking mundial de segurança alimentar (definida como o direito das pessoas a alimentos em quantidade e qualidade para suas necessidades nutricionais). É o que mostra os dados do Global Food Security Index (GFSI) 2014, apresentados ontem pelo presidente da DuPont no Brasil, Ricardo Vellutini, em seminário de Agronegócio na Câmara Americana de Comércio (Amcham). Apoiado pela DuPont e realizado pelo Economist Intelligence Unit (EIU), o estudo mostra que o Brasil, apesar de sua grande produção agrícola, está bem distante dos 10 primeiros colocados no ranking mundial. Quando a comparação é feita entre países das Américas do Sul e Central, sobe para 2º colocado, atrás apenas do Chile.


Ainda assim, o país teve uma leve piora em relação ao ano passado, após ter melhorando diante de 2012. Neste ano, alcançou a nota de 68,1, ante 68,6. Quanto mais próximo de 100, melhor a situação. Segundo Vellutini, essa piora se deve principalmente à infraestrutura agrícola e ao PIB per capita. “Por outro lado, o país tema favor fatores como pesquisa e desenvolvimento na área agrícola e programas sociais voltados para a alimentação”, disse o executivo. Embora os dois fatores estejam ligados basicamente aos governos, Vellutini disse que a iniciativa privada pode colaborar para melhorar a segurança alimentar no país. “A saída para melhorar essa situação é a inovação.


Quanto mais as empresas investirem em pesquisa e desenvolvimento, maior será a melhora na produtividade, e o acesso aos alimentos”, complementou o vice-presidente da DuPont em defensivos agrícolas, Mauro Tenerelli. “O Brasil tem terra disponível, tecnologia tropical e gente preparada. Tudo funciona dentro das porteiras. O que faltam são políticas públicas voltadas para a infraestrutura, dando à logística a real importância que ela tem para a agricultura”, afirmou o ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, coordenador da GV Agro. Com isso, disse Rodrigues, o país terá melhorias não apenas em competitividade, mas na própria questão da segurança alimentar. O estudo apontou que a nota média dos países é 56,1 pontos. De um modo geral, a segurança alimentar melhorou em 70%dos países analisados.


O menor gasto com alimentação no orçamento familiar e programas de segurança alimentar mais abrangentes são apontados como fatores positivos. Individualmente, Uganda teve a maior evolução nas notas, alcançando 45,6 pontos, uma melhora de 5,8 pontos em relação a 2013. O ranking mundial é liderado pelos Estados Unidos (89,3 pontos), seguido por Áustria (85,5) e Holanda (84,4 pontos), países com oferta de alimentos em quantidade suficiente e baixo risco de instabilidade política. Os piores do ranking são República Democrática do Congo (24,8 pontos), Chad (25,5) e Madagáscar (27,7).

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