O último painel do segundo dia do 10º Agrocafé – Simpósio Nacional do Agronegócio Café, realizado no Gran Hotel Stella Maris, em Salvador, na Bahia, abordou o “Diagnostico das Indústrias de Café Verde e Solúvel no Brasil”.
O empresário Mauro Malta, presidente da Abics (Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel) chamou atenção do público participante do 10º Agrocafé para o fato de que o Brasil vem perdendo competitividade frente a outros países exportadores de café que mantém legislações menos rígidas no campo ambiental e trabalhista. “A solução para reverter este quadro é agregar valor. Quanto mais tecnologia se utiliza para a produção de um bem, maior será o seu valor e maior será o número de pessoas empregadas na geração de renda”, detalha Malta.
O painel também contou com a participação do Natan Herszkowicz, diretor da Abic (Associação Brasileira da Indústria do Café), que mostrou ao público as estratégias desenvolvidas pela instituição para estimular o consumo interno baseado em campanhas de qualidade e de sofisticação do produto café. “Nossa intenção é continuar estimulando a produção de cafés de melhor qualidade”, afirma Herszkowicz, que defende este alternativa como um vetor de geração de benefícios para toda a cadeia produtiva.
Herszkowiz, a propensão dos consumidores a aumentar ou a consumir café na mesma quantidade se mantém, mostrando amadurecimento do mercado. “Os indicadores de 2003 apontaram o conceito de pureza como símbolo de qualidade do café, seguramente reforçado pelo Selo de Qualidade, e como característica padrão do produto. Em 2008, cresce a percepção de aroma forte e agradável como sinônimo de qualidade de café, aliado a sabor suave, rendimento, marca e torrefação na medida certa, indicação esta, de reflexo que a industria / marcas vem fazendo de qualificação e conscientização de qualidade dos grãos junto aos consumidores”, acrescenta.
De acordo com o diretor da Abic, ganha peso também questões ligadas à Sustentabilidade e Responsabilidade Social. “93% valoriza empresas que praticam programas de responsabilidade social (social, ambiental, etc), sendo que 46% optam por uma marca que pratica ações de cunho social, mesmo com preços superiores aos dos concorrentes, em 2005 era 35%”, enfatiza.
Consumo
Segundo Natan Herszkowicz, a cada medição podemos perceber que o costume de tomar café fora de casa vem aumentando gradativamente no mercado em geral: houve um aumento de 42% de consumidores (em relação a 2007) que estão tomando também café fora de casa. “O consumo de café da classe C fora de casa dobrou em 5 anos”, garante. O café tomado em casa é um hábito, um momento de união; mas o consumo do café fora de casa também está se tornando um momento de prazer, descontração, de encontrar amigos. “O fato é que qualquer desculpa serve para saborear um café fora de casa”, completa.
O consumo do café, a é quase sempre associado com sensações positivas como: anima, levanta, liga, melhora o humor a concentração. Através deste estudo, identifica-se um mercado bastante maduro e aberto a lançamentos e inovações em termos de tipos de produtos, tipos de embalagens, formas de preparo e forma de consumo. “Os esforços feitos pelo Programa Café e Saúde são perceptíveis, mas devem continuar mostrando os benefícios saudáveis para o consumidor.”, destaca.