Secex traça plano para ampliar presença internacional do País

Por: GAZETA MERCANTIL

Comprometida com a meta de acelerar o aumento das exportações do País, a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior colocou em prática um plano para aumentar a eficiência de seus servidores. Paralelamente, passou a trabalhar em conjunto com outros órgãos do governo e a iniciativa privada a fim de aumentar a presença de produtos brasileiros em mercados considerados estratégicos.


“Queremos aumentar a interlocução para dar mais competitividade ao Brasil. Estamos tentando conjugar órgãos do governo para acabar com a duplicidade de ações e ouvir o setor privado”, comentou o secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Welber Barral. “Temos que planejar para não ficar só apagando incêndio.”


Importação cresce mais


O objetivo do governo é elevar as exportações do Brasil para US$ 210 bilhões em 2010, o que representaria 1,25% do comércio global. Atualmente, o país responde por 1,20% do total. No acumulado do ano até maio, as exportações brasileiras somaram US$ 72,0 bilhões, alta de 19,9% em relação ao mesmo período do ano passado. As importações, no entanto, cresceram de forma mais rápida. Totalizaram US$ 63,40 bilhões, 46,3% a mais do que o verificado nos cinco primeiros meses de 2007. Em 2007, o Brasil exportou US$ 160,6 bilhões e comprou US$ 120,6 bilhões no mercado externo.


O primeiro passo será dado no próximo dia 3 de julho, quando será divulgado um plano de trabalho para os próximos três anos produzido em conjunto pelo governo e por entidades empresariais para atacar o mercado chinês. Os próximos alvos do grupo de trabalho – que também envolve o Itamaraty e o Ministério da Agricultura – serão Rússia, Ucrânia e países da Ásia Central, como Arzeibaijão, Cazaquistão e Uzbequistão.


O governo Luiz Inácio Lula da Silva quer fortalecer as relações políticas com China e Rússia por meio de maiores trocas comerciais. Pretende também aproveitar acordos de cooperação nas áreas espacial e de saúde para elevar os embarques com destino à Ucrânia. Já as economias dos países da Ásia Central estão crescendo bastante devido à alta dos preços do petróleo e do gás natural, mas são praticamente inexploradas pelos empresários brasileiros. As vendas brasileiras ao Uzbequistão somaram US$ 2,9 milhões de janeiro a maio. Na comparação com o mesmo período de 2007, houve um crescimento de 19,2%.


Interesse pelo SGP


O Ministério do Desenvolvimento também tentará aumentar o interesse do empresariado pelos sistemas gerais de preferência (SGPs), atos unilaterais de tratamento preferencial por meio dos quais países desenvolvidos reduzem as tarifas de importação sobre mercadorias de países em desenvolvimento. Um estudo feito pela Câmara Americana de Comércio (Amcham) mostra que produtos brasileiros tiveram de recolher no ano passado US$ 35 milhões em impostos nos Estados Unidos desnecessariamente por que os exportadores não estavam habilitados no SGP norte-americano. No âmbito interno, o objetivo da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento é elevar a eficiência de suas operações. Barral quer reduzir a burocracia, além de simplificar e modernizar processos.


Pretende ainda avaliar o desempenho dos servidores da área, prática já comum na iniciativa privada. Como resultado, por exemplo, o secretário espera ver a redução do tempo de investigação de casos de defesa comercial. Hoje, as perícias demandadas pela indústria nacional são feitas em média em nove meses.


Editoria: NACIONAL
 

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