[ 08/03 – 17:01 ]
A estiagem em diversas regiões produtoras de café em Minas Gerais entre os meses de janeiro e fevereiro também atingiu os cafezais do Espírito Santo. Segundo o coordenador do Programa Capixaba de Café, Romário Garra Ferrão, as primeiras estimativas são que a ausência de chuvas por um período de 40 dias tenha provocado uma quebra entre 10% e 15% na safra 2006/2007 no Estado.
O último levantamento da Conab divulgado em dezembro estimou a produção de café no Espírito Santo chegaria a 9,16 milhões e 9 23 milhões de sacas, sendo que deste total 6,8 milhões de sacas seriam de conillon. Antes da seca, conforme Ferrão, as perspectivas eram de que o Estado poderia superar esta primeira estimativa e ter um acréscimo de até 15% na produção.”A seca ocorreu em uma fase crítica do processo produtivo, que é a fase de enchimento dos grãos”, diz.
Além da falta de água, as altas temperaturas contribuíram para o murchamento dos frutos. O coordenador do Programa Capixaba de Café afirma que desde o carnaval, as regiões produtoras do Estado já têm registrado chuvas regularmente. Entretanto, as perdas já sofridas pelas lavouras não deverão ser recuperadas. “A volta das chuvas ameniza o problema, mas o que foi perdido não volta mais”.
Conforme Romário Ferrão, somente com a conclusão do levantamento da Conab será possível determinar a dimensão da quebra de safra. A previsão é de que a segunda estimativa seja divulgada na primeira semana de abril. Na região da zona da mata mineira, as chuvas também voltaram a cair em nível normal. De acordo com o boletim da Estação de Avisos Fitossanitários Heringer, localizado em Martins Soares, no mês de fevereiro, a precipitação de 131 milímetros foi próxima da média histórica de 19 anos de 134,6 milímetros.
A Estação faz parte do Centro de Pesquisas Cafeeiras (Cepec) do grupo Fertilizantes Heringer e conta com parceria do Procafé, do Ministério da Agricultura. A temperatura média mensal de 24,4 graus, também semelhante à média histórica de 12 anos que de 24 6 graus. Embora as chuvas tenham sido regulares, o déficit hídrico na região até agora é de 115 milímetros.
O coordenador do centro, Sebastião Marcos de Mendonça, revela que as perdas deverão ser observadas principalmente nas lavouras mais novas, com até dois anos, que ainda não têm sistema radicular completamente formado. O comprometimento da safra, porém, ainda não foi mensurado.
[ Ag. Estado ]