ECONOMIA & NEGÓCIOS
09/02/2011
Ana Conceição – O Estado de S.Paulo
A terceira elevação consecutiva dos juros na China, ontem, desvalorizou várias commodities nos mercados agrícolas ontem. Não o trigo. A cotação do cereal teve alta expressiva e o motivo foi a mesma China: a FAO alertou que a forte estiagem nas áreas produtoras do país representa uma séria ameaça à safra local. Estão sob risco, segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, 5,16 milhões de hectares de trigo, de uma área total de 14 milhões de hectares. O governo chinês já separou US$ 15 bilhões para ajudar os agricultores das regiões ameaçadas. Na Bolsa de Chicago, o contrato março subiu 1,80%, para US$ 8,7425 por bushel.
Outros mercados reagiram ao aperto monetário na China. Foi o caso do açúcar na Bolsa de Nova York. Ali, a posição março cedeu 4,65% para 31,16 centavos por libra-peso. Na mesma bolsa, o valor do café caiu 0,86%, para 247,60 centavos. Embora o país não seja grande importador desses produtos, a alta do juro – em 0,25 ponto porcentual – denota uma preocupação com a pressão inflacionária, cuja culpa tem sido atribuída à elevação dos preços agrícolas. \’\’Os mercados estão preocupados\’\’, afirmou à agência Dow Jones o vice-presidente da corretora Newedge, Michael McDougall. \’\’Os emergentes estão sentindo a pressão da inflação muito mais forte porque seus preços ao consumidor são mais influenciados pelos alimentos.\’\’