Estiagem afeta oeste baiano há mais de quatro meses, prejudicando a granação
Café murcha no pé e os que resistem para a colheita perdem tamanho e são desvalorizados no mercado
A estiagem que vem castigando o oeste baiano há mais de quatro meses deve causar perdas de até 50% nas lavouras de café do estado. Em fevereiro, quando a necessidade de água é ainda maior, por ser a época da granação (formação dos grãos), as chuvas foram ainda mais escassas. Cafeicultores locais calculam que as perdas devem chegar a 20% nas plantações irrigadas e até 50% nas de sequeiro, que predominam na maior parte das lavouras do estado.
“A granação do café foi prejudicada devido à falta de chuvas. Agora, o fruto está murchando no pé, e os que resistem para a colheita perdem tamanho e são desvalorizados no mercado. Em alguns casos, o café não pode nem ser aproveitado”, comenta o assessor em Agronegócios da Associação dos Produtores de Café da Bahia (Assocafé), José Carlos Ferraz.
Nem a chuva que caiu na região oeste e na Chapada Diamantina no final de semana passado animou os cafeicultores, visto que ocorreu em regiões isoladas, e num volume pequeno. Segundo José Ferraz, até o Concurso Qualidade Café da Bahia, que premia os melhores cafés do estado, está ameaçado de não acontecer este ano, por conta da estiagem. “Os produtores estão desestimulados”, diz. O concurso, em sua 5ª edição, está previsto para ser realizado em outubro, no Hotel Catussaba (Itapuã).
Produtor de café da região de Vitória da Conquista, o engenheiro agrônomo Gianno Brito afirma que a perda média nas lavouras chega a 30% até agora. “Já beiramos os 37 graus de temperatura, numa região com 900m de altitude. Nunca vimos isto antes, está tudo totalmente fora do padrão. As perdas são grandes e a crise se instalou em todo o agronegócio baiano”, protesta.
“Enquanto em 2005 choveu de janeiro a agosto, nesta safra estamos com estiagem desde novembro passado. O índice pluviométrico, que gira em torno de 150ml por mês, está baixíssimo, entre 30ml e 40ml em diversas regiões do oeste”, comenta o produtor e exportador de café do município de Bonito, Manuelito Ribeiro de Novais, que é também presidente da Corretora Baiana de Café (CBC).
De acordo com dados da Assocafé, a Bahia é o quarto maior produtor do país, com dois milhões de sacas por ano, equivalendo a 5% do volume nacional. Em 2005, no entanto, os números já foram abaixo dessa média: a Bahia produziu 1,812 milhão de sacas, enquanto o Brasil registrou uma produção de 32,944 milhões de sacas.
Para 2006, a expectativa era de que o estado atingisse a marca de 2,235 milhões de sacas, mas, com o problema da estiagem, deve fechar o ano com no máximo 1,5 milhão de sacas. Ainda segundo a associação, entre 85% e 90% das plantações baianas de café são de sequeiro, sendo ainda mais prejudicadas com a falta de chuvas. A crise atual do café promete ser um dos temas mais debatidos durante a sétima edição do Simpósio Nacional do Agronegócio Café (Agrocafé), que acontece de 15 a 17 deste mês, em Vitória da Conquista.
Estiagem afeta oeste baiano há mais de quatro meses, prejudicando a granação |
A estiagem que vem castigando o oeste baiano há mais de quatro meses deve causar perdas de até 50% nas lavouras de café do estado. Em fevereiro, quando a necessidade de água é ainda maior, por ser a época da granação (formação dos grãos), as chuvas foram ainda mais escassas. Cafeicultores locais calculam que as perdas devem chegar a 20% nas plantações irrigadas e até 50% nas de sequeiro, que predominam na maior parte das lavouras do estado. “A granação do café foi prejudicada devido à falta de chuvas. Agora, o fruto está murchando no pé, e os que resistem para a colheita perdem tamanho e são desvalorizados no mercado. Em alguns casos, o café não pode nem ser aproveitado”, comenta o assessor em Agronegócios da Associação dos Produtores de Café da Bahia (Assocafé), José Carlos Ferraz. Nem a chuva que caiu na região oeste e na Chapada Diamantina no final de semana passado animou os cafeicultores, visto que ocorreu em regiões isoladas, e num volume pequeno. Segundo José Ferraz, até o Concurso Qualidade Café da Bahia, que premia os melhores cafés do estado, está ameaçado de não acontecer este ano, por conta da estiagem. “Os produtores estão desestimulados”, diz. O concurso, em sua 5ª edição, está previsto para ser realizado em outubro, no Hotel Catussaba (Itapuã). Produtor de café da região de Vitória da Conquista, o engenheiro agrônomo Gianno Brito afirma que a perda média nas lavouras chega a 30% até agora. “Já beiramos os 37 graus de temperatura, numa região com 900m de altitude. Nunca vimos isto antes, está tudo totalmente fora do padrão. As perdas são grandes e a crise se instalou em todo o agronegócio baiano”, protesta. “Enquanto em 2005 choveu de janeiro a agosto, nesta safra estamos com estiagem desde novembro passado. O índice pluviométrico, que gira em torno de 150ml por mês, está baixíssimo, entre 30ml e 40ml em diversas regiões do oeste”, comenta o produtor e exportador de café do município de Bonito, Manuelito Ribeiro de Novais, que é também presidente da Corretora Baiana de Café (CBC). De acordo com dados da Assocafé, a Bahia é o quarto maior produtor do país, com dois milhões de sacas por ano, equivalendo a 5% do volume nacional. Em 2005, no entanto, os números já foram abaixo dessa média: a Bahia produziu 1,812 milhão de sacas, enquanto o Brasil registrou uma produção de 32,944 milhões de sacas. Para 2006, a expectativa era de que o estado atingisse a marca de 2,235 milhões de sacas, mas, com o problema da estiagem, deve fechar o ano com no máximo 1,5 milhão de sacas. Ainda segundo a associação, entre 85% e 90% das plantações baianas de café são de sequeiro, sendo ainda mais prejudicadas com a falta de chuvas. A crise atual do café promete ser um dos temas mais debatidos durante a sétima edição do Simpósio Nacional do Agronegócio Café (Agrocafé), que acontece de 15 a 17 deste mês, em Vitória da Conquista. |
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