Seca atrasa florescimento do café

AGRÍCOLA
15/09/2010
 
Seca atrasa florescimento do café
No mesmo período do ano passado, lavouras já estavam floridas. Colher sem chuva, porém, é bem melhor 
 
Ana Maria H. de Ávila
A chuva chegou para a maioria dos municípios, como Ribeirão Preto e São José do Rio Pardo, áreas mais continentais, entretanto, em volume insuficiente para provocar aumento da umidade no solo, à exceção de Iguape, no sul do Estado, onde a umidade do solo foi recuperada. Com a passagem da frente fria, houve declínio das temperaturas, que voltaram a aumentar em seguida, mantendo-se elevadas no oeste e norte, com 36 graus em Votuporanga e 35,6 graus em Presidente Prudente.

Os cafeicultores estão esperando por um volume maior de chuva para o florescimento do café, situação diferente do mesmo período do ano passado, que nesta época já estava com os cafezais em flor. Enquanto isso, o período seco continua favorecendo a colheita, que propicia um café de boa qualidade.

Os canaviais e as lavouras de citros também sentem a baixa umidade do solo e os produtores estimam perdas, principalmente em Jales, Ribeirão Preto, Araraquara e Ilha Solteira.

A elevação da temperatura aumentou a necessidade de irrigação nas lavouras de alcachofra de Piedade, nas hortas de Mogi das Cruzes, nos campos de tomate de Sumaré e Ribeirão Branco e nas parreiras de uva de Jales e Fernandópolis. Apesar de elevar o custo de produção, essas condições beneficiam a qualidade dos produtos.

O sistema de plantio direto é uma alternativa para reduzir o impacto da estiagem. O solo com a cobertura de palha não sofre tanto com a oscilação de temperatura e a evaporação diminui, o que significa economia de água.

ANA MARIA H. DE ÁVILA É PESQUISADORA DO CEPAGRI/UNICAMP. PARA MAIS INFORMAÇÕES SOBRE TEMPO E CLIMA, ACESSE WWW. AGRITEMPO.GOV.BR