Quem passou pelo Pavilhão de Exposições, em Belo Horizonte, entre os dias 7 e 9 de novembro, pôde experimentar a diversidade brasileira do café.
05/12/2018 Uma das feiras mais importantes do país, a Semana Internacional do Café (SIC) mostrou que a agricultura familiar tem propriedade para falar sobre o tema. Com gostinho de amor pelo trabalho misturado à receita, produtores levados pela Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário (Sead) puderam representar o Brasil, país rico em diversidade, capaz de transformar o grão colhido em variados sabores.
“Saí da cidade de Apuí, no Amazonas, fui para Manicoré, depois peguei um avião para Manaus, onde tive que esperar três dias para conseguir pegar um voo para Guarulhos. De São Paulo, vim de avião para Belo Horizonte. Saí de casa sábado e cheguei quinta-feira”, é assim que Gilmar Julião Inácio começa a contar a sua trajetória até o evento. Do agricultor adolescente de 14 anos ao homem de 43, realizando o sonho de estar no evento pela primeira vez.
Responsável pelo Café Apuí, nome da marca e da cidade natal, o produtor não deixou que a distância atrapalhasse a chance de vender, debater e trocar experiências sobre o assunto que mais ama. “É um momento muito importante para trocar conhecimento, buscar acertar as coisas que estamos pecando no nosso café, tentar fazer a coisa com qualidade. Além disso, nosso café é especial, sustentável, orgânico”, afirmou.
Ao levar agricultores para o evento, a ideia da Sead é ampliar a rede de contatos entre produtor e consumidor, abrindo oportunidades para se comprar direto de quem produz. A feira gerou cerca de R$ 288 mil em negócios fechados ao longo de três dias, e 80 contatos relevantes para negociações. A diversidade dos cafés no estande da pasta foi a mais atrativa para os visitantes. De todos os tipos e para todos os gostos, o grão mostrou a relevância da agricultura familiar – responsável por 38% de toda a produção do setor no país.
O Brasil é o maior produtor e exportador de café e o segundo maior consumidor da bebida no mundo. Para representar a cultura nacional, seis empreendimentos ligados à Sead foram escolhidos para participar do evento. Eles representaram as regiões Norte, Nordeste e Sudeste. A agricultora Ana Regina Rocha Ribeiro, 52, do Café Iranita, foi uma das selecionadas para participar do evento. O café para ela é um trabalho de gerações. Acompanhou a vida inteira o trabalho do pai, produtor de commodities do grão, até decidir que deveria fazer algo ‘diferente’ com o grão. Foi assim que nasceu a ideia de fazer a própria marca, há 10 anos. “Então fizemos o café especial. Sou agrônoma, começamos a participar de palestras, grupos para entrar nesse outro mundo que era bem diferente do nosso”, disse. Natural do Rio de Janeiro, esta foi a primeira vez que a carioca expôs na feira. “Eu já vim como visitante dois anos seguidos e é bem diferente das outras vezes. Ao expor nosso produto, vemos a reação das pessoas quando experimentam nosso café. É uma experiência muito boa. Mostra que estamos indo pelo caminho certo”, acrescentou.
Já para o funcionário da Cooperativa Mista Agropecuária de Paraguaçu (Coomap), Rafael Furtado, de Paraguaçu (MG), a exposição significa contato com possíveis compradores. Para participar do evento, a cooperativa levou três tipos de café: o feminino, o fino e o especial, torrados ou moídos. “É muito importante ter esse contato com consumidores finais. Um exemplo de como isso é interessante é a grande demanda que houve do consumidor final pelo café feminino aqui na feira, que podemos oferecer em nossa cooperativa”, contou.
De professor de inglês à gerente de negócios internacionais da Coomap, Rafael descobriu na agricultura familiar o amor pelo assunto e pelo trabalho. “Ao mesmo tempo que consigo ajudar pessoas, pegar o produto de alguém que está trabalhando dia a dia debaixo do sol, com esforço, consigo fazer com que esse produto seja mais visto e mais valorizado no mundo”, disse. “Assim, consigo ter realização pessoal. Juntar os meus ideais ao ideal de fazer da minha comunidade um lugar melhor”, completou.
SIC em números
A 6ª edição do evento bateu recorde de público, com 20 mil visitantes. Foram R$ 42 milhões em negócios, o que representa um aumento de 20% em relação ao ano passado. Mais de 50 mil cafés foram degustados nos três dias, e mais de 250 compradores internacionais de 60 países diferentes visitaram o espaço. Além disso, a semana também mostrou palestras, workshops e eventos técnicos. E já tem data marcada para ano que vem: 20 a 22 de novembro, no Expominas em BH.
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Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário
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Fonte : MDA