Publicação: 23/05/07
Para enfrentar o desafio do crescimento da economia, o porto de Santos começa a desenvolver uma agenda de trabalho, com projeções para até 2022, capaz de elevar as áreas operacionais e locais de atracação de navios em mais de 100% e quadruplicar a carga movimentada em relação aos 81 milhões de toneladas prevista para 2007. Obras em andamento e projetos para serem licenciados levariam o porto a uma capacidade de 350,3 milhões de toneladas em 15 anos. A fatura das obras é calculada em US$ 2,7 bilhões, maior parte oriunda do setor privado atraído principalmente pela movimentação de contêineres e granéis líquidos. Neste último caso, o etanol.
Nos últimos quatro anos, Santos apresentou uma expansão equivalente a 40,7% no seu volume de cargas, ante um crescimento do PIB de 13,9 % (pela nova metodologia do IBGE), certamente turbinado pelas transações da balança de comércio do país, que avançaram 127% no quadriênio. Nesse ritmo, em que o comércio exterior e também a cabotagem crescem muito acima do PIB, os portos e com ênfase o de Santos são pressionados a se desenvolverem operacionalmente.
O volume de mais de 350 milhões de toneladas que colocará Santos entre os maiores terminais do mundo, tende a provocar novos investimentos também no sistema rodo ferroviário regional e a aplicação de novas logísticas, a exemplo de um alcoolduto, unindo regiões produtoras de cana-de-açúcar do interior paulista ao terminal de Santos. O porto de Roterdã, na Holanda, considerado o maior do planeta, cresceu 2%, para 378,1 milhões de toneladas, em 2006.
As projeções da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) não levam em conta a infra-estrutura para apoio aos serviços da bacia de Santos que a Petrobras explora no litoral de São Paulo, embora já esteja previsto que será instalada na margem esquerda.
A área oficial do denominado porto organizado de Santos hoje é de 7,7 milhões de metros quadrados, com cerca de 12 quilômetros de cais. Há 61 berços de atracação, dos quais 11 inoperantes, e mais seis fora, sendo cinco da Cosipa e um da Fosfertil. As projeções de acréscimo da Codesp chegam a mais 16,6 quilômetros de cais, correspondentes a uma área de 8,3 milhões de m² , a maior parte na margem esquerda do porto, que abrange a parte continental dos municípios de Santos e Guarujá. “Com a capacidade instalada atual do porto poderemos atingir até 110 milhões de toneladas, distribuídas em 40% para carga geral (incluindo conteinerizada), o mesmo percentual para granéis sólidos e 20% para granéis líquidos, números previstos para 2010”, afirma Fabrízio Pierdomenico, diretor comercial da Codesp.
O diretor reconhece que o crescimento da economia, em parte como efeito e causa do comércio exterior, pressiona o porto a encontrar soluções. Junto às obras de duas perimetrais, das dragagens de manutenção e aprofundamento do canal do estuário, uma grande intervenção está prevista em áreas lindeiras ao porto, invadidas por habitações precárias, no município do Guarujá. São os bairros de Conceiçãozinha e Prainha, nos quais vivem cerca de 4.500 famílias.
Somadas, as áreas utilizáveis como retroporto, perfazem 541 mil m² , com o projeto de construção de 1.060 metros de cais. Segundo a prefeitura do Guarujá, a União, pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), aprovou R$ 106,8 milhões para a remoção e consolidação das famílias que vivem nesses dois bairros. Estudos de viabilidade técnica, econômica e financeira estão sendo feitos pela DTA Engenharia (Conceiçãozinha) e pela Guilherme Martins (Prainha). A Codesp prevê, para as duas áreas, a movimentação de 8,6 milhões de toneladas/ano, por contêineres. Para deixar o local em condições operacionais, a Codesp estima a necessidade de cerca de R$ 900 milhões em investimentos.
Serão também necessárias intervenções de médio prazo, tal como a preparação de uma nova área na região da Alemoa, bairro próximo ao sistema rodoviário Anchieta-Imigrantes. É o denominado “Lixão da Alemoa”, de 300 mil m² , vítima histórica de um desastre ecológico, na época em que todas as sobras e varreduras do porto, de forma indiscriminada, eram ali despejadas. O grupo Brasil Terminal Portuário, vinculado à Europe Terminal, com sede em Antuérpia (Bélgica), decidiu enfrentar o desafio de tornar a área adequada para operações com líquidos a granel e cargas conteinerizadas. O Europe Terminal tem associações em 35 portos do mundo.
Segundo a administradora do porto, a etapa de recuperação do solo deve estender-se por cerca de três anos. Os investimentos desse estágio, mais obras civis e parte dos equipamentos são em US$ 600 milhões e envolvem dois berços de atracação. A entrada em operação, no prazo de cinco anos, deve coincidir com o momento em que o porto atingirá o limite de sua capacidade de movimentação dessas duas modalidades de cargas.
Pelos projetos em andamento na empresa, o terminal operará, em plena maturação, um milhão de contêineres e 1,5 milhão de litros de granéis líquidos por ano, entre os quais o etanol. Quando em operação criará entre 1,7 mil e 1,9 mil empregos diretos e durante as obras, mais 1,5 mil.
Tal é a demanda por produtos líquidos a granel que a Associação Brasileira de Terminais Líquidos, Químicos e Combustíveis (ABTL) desenvolve um pré-projeto para ampliação do píer de granéis líquidos da Alemoa, construído em 1969 e que permanece até hoje com quatro pontos de atracação. A obra, que consiste na construção de mais dois berços de atracação, na forma de píer, com 250 metros de comprimento de cada lado, poderá receber navios de até 80 mil toneladas. Pela expectativa da estatal Codesp, a viabilização do projeto será pela modalidade de Parceria Público Privada (PPP), com amortização de 10% ao ano, portanto, em dez anos, via descontos tarifários. Hoje, o terminal da Alemoa enfrenta uma taxa de ocupação de 85%, durante o ano.
O terminal da Embraport, do grupo Coimex, cujas primeiras intervenções já começaram, tem o ano de 2010 para a partida das operações. São 800 mil m2 de área, na margem esquerda, capacidade para oito embarcações de porte e previsão de movimentar 18,2 milhões de toneladas de cargas conteinerizadas e líquidos a granel, preferencialmente, etanol.
Considerado como o maior da especialidade em Santos, o Terminal de Grãos de Guarujá (TGG) opera, em sua primeira fase, com exportações de soja, milho e açúcar, com previsão de embarques de quatro milhões de toneladas já em 2007. Até 2010, o volume irá para seis milhões de toneladas. É tocado pelos grupos Amaggi, América Latina Logística (ALL) e Bunge. Junto ao TGG opera o Terminal Marítimo de Guarujá (Termag), da Fertimport, ALL e Bunge, para importação de fertilizantes. Da média de 1,4 milhão de toneladas atuais, subirá para três milhões, até 2010.
Há outras intervenções que, embora significativas, são de menor porte, como o adensamento de uma área de 120 mil m², 220 metros de berço, pela Santos Brasil, que movimentará mais 150 mil contêineres/ano, a partir de 2008 e o projeto da Deicmar, para contêineres, álcool e veículos, este na margem direita, por meio da construção de dois berços em forma de píeres. A empresa quer incorporar mais 60 mil m² em sua área, hoje dedicada à movimentação de veículos e operar, entre outros produtos, 75 mil contêineres/ano. Investimentos de R$ 170,2 milhões.
O município de Santos busca uma participação direta nos negócios portuários. Uma região praticamente abandonada, junto ao centro-histórico, hoje considerada nobre, deve passar da União para a cidade. Nos cerca de 700 metros de comprimento por 40 metros de largura, a prefeitura projeta um complexo náutico-empresarial, revitalizando toda a estrutura existente, que data do princípio do século passado.
“O (projeto) Marina Porto de Santos será uma das principais intervenções urbanas de áreas portuárias já realizadas no Brasil. Os milhares de turistas do mundo que visitam a cidade e os santistas contarão com uma estrutura que incluirá marina, terminal de cruzeiros, restaurantes, espaços para eventos e feiras, estaleiro, serviços de apoio náutico, escola de navegação e centro oceanográfico”, diz João Paulo Tavares Papa, prefeito de Santos. Para o projeto será criada uma sociedade de propósito específico (SPE). A transferência da área repousa nas mãos da Codesp.
“Com a capacidade instalada atual do porto poderemos atingir até 110 milhões de toneladas, distribuídas em 40% para carga geral (incluindo conteinerizada), o mesmo percentual para granéis sólidos e 20% para granéis líquidos, números previstos para 2010”, afirma Fabrízio Pierdomenico, diretor comercial da Codesp.
O diretor reconhece que o crescimento da economia, em parte como efeito e causa do comércio exterior, pressiona o porto a encontrar soluções. Junto às obras de duas perimetrais, das dragagens de manutenção e aprofundamento do canal do estuário, uma grande intervenção está prevista em áreas lindeiras ao porto, invadidas por habitações precárias, no município do Guarujá. São os bairros de Conceiçãozinha e Prainha, nos quais vivem cerca de 4.500 famílias.
Somadas, as áreas utilizáveis como retroporto, perfazem 541 mil m² , com o projeto de construção de 1.060 metros de cais. Segundo a prefeitura do Guarujá, a União, pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), aprovou R$ 106,8 milhões para a remoção e consolidação das famílias que vivem nesses dois bairros. Estudos de viabilidade técnica, econômica e financeira estão sendo feitos pela DTA Engenharia (Conceiçãozinha) e pela Guilherme Martins (Prainha). A Codesp prevê, para as duas áreas, a movimentação de 8,6 milhões de toneladas/ano, por contêineres. Para deixar o local em condições operacionais, a Codesp estima a necessidade de cerca de R$ 900 milhões em investimentos.
Serão também necessárias intervenções de médio prazo, tal como a preparação de uma nova área na região da Alemoa, bairro próximo ao sistema rodoviário Anchieta-Imigrantes. É o denominado “Lixão da Alemoa”, de 300 mil m² , vítima histórica de um desastre ecológico, na época em que todas as sobras e varreduras do porto, de forma indiscriminada, eram ali despejadas. O grupo Brasil Terminal Portuário, vinculado à Europe Terminal, com sede em Antuérpia (Bélgica), decidiu enfrentar o desafio de tornar a área adequada para operações com líquidos a granel e cargas conteinerizadas. O Europe Terminal tem associações em 35 portos do mundo.
Segundo a administradora do porto, a etapa de recuperação do solo deve estender-se por cerca de três anos. Os investimentos desse estágio, mais obras civis e parte dos equipamentos são em US$ 600 milhões e envolvem dois berços de atracação. A entrada em operação, no prazo de cinco anos, deve coincidir com o momento em que o porto atingirá o limite de sua capacidade de movimentação dessas duas modalidades de cargas.
Pelos projetos em andamento na empresa, o terminal operará, em plena maturação, um milhão de contêineres e 1,5 milhão de litros de granéis líquidos por ano, entre os quais o etanol. Quando em operação criará entre 1,7 mil e 1,9 mil empregos diretos e durante as obras, mais 1,5 mil.
Tal é a demanda por produtos líquidos a granel que a Associação Brasileira de Terminais Líquidos, Químicos e Combustíveis (ABTL) desenvolve um pré-projeto para ampliação do píer de granéis líquidos da Alemoa, construído em 1969 e que permanece até hoje com quatro pontos de atracação. A obra, que consiste na construção de mais dois berços de atracação, na forma de píer, com 250 metros de comprimento de cada lado, poderá receber navios de até 80 mil toneladas. Pela expectativa da estatal Codesp, a viabilização do projeto será pela modalidade de Parceria Público Privada (PPP), com amortização de 10% ao ano, portanto, em dez anos, via descontos tarifários. Hoje, o terminal da Alemoa enfrenta uma taxa de ocupação de 85%, durante o ano.
O terminal da Embraport, do grupo Coimex, cujas primeiras intervenções já começaram, tem o ano de 2010 para a partida das operações. São 800 mil m2 de área, na margem esquerda, capacidade para oito embarcações de porte e previsão de movimentar 18,2 milhões de toneladas de cargas conteinerizadas e líquidos a granel, preferencialmente, etanol.
Considerado como o maior da especialidade em Santos, o Terminal de Grãos de Guarujá (TGG) opera, em sua primeira fase, com exportações de soja, milho e açúcar, com previsão de embarques de quatro milhões de toneladas já em 2007. Até 2010, o volume irá para seis milhões de toneladas. É tocado pelos grupos Amaggi, América Latina Logística (ALL) e Bunge. Junto ao TGG opera o Terminal Marítimo de Guarujá (Termag), da Fertimport, ALL e Bunge, para importação de fertilizantes. Da média de 1,4 milhão de toneladas atuais, subirá para três milhões, até 2010.
Há outras intervenções que, embora significativas, são de menor porte, como o adensamento de uma área de 120 mil m², 220 metros de berço, pela Santos Brasil, que movimentará mais 150 mil contêineres/ano, a partir de 2008 e o projeto da Deicmar, para contêineres, álcool e veículos, este na margem direita, por meio da construção de dois berços em forma de píeres. A empresa quer incorporar mais 60 mil m² em sua área, hoje dedicada à movimentação de veículos e operar, entre outros produtos, 75 mil contêineres/ano. Investimentos de R$ 170,2 milhões.
O município de Santos busca uma participação direta nos negócios portuários. Uma região praticamente abandonada, junto ao centro-histórico, hoje considerada nobre, deve passar da União para a cidade. Nos cerca de 700 metros de comprimento por 40 metros de largura, a prefeitura projeta um complexo náutico-empresarial, revitalizando toda a estrutura existente, que data do princípio do século passado.
“O (projeto) Marina Porto de Santos será uma das principais intervenções urbanas de áreas portuárias já realizadas no Brasil. Os milhares de turistas do mundo que visitam a cidade e os santistas contarão com uma estrutura que incluirá marina, terminal de cruzeiros, restaurantes, espaços para eventos e feiras, estaleiro, serviços de apoio náutico, escola de navegação e centro oceanográfico”, diz João Paulo Tavares Papa, prefeito de Santos. Para o projeto será criada uma sociedade de propósito específico (SPE). A transferência da área repousa nas mãos da Codesp.
“Com a capacidade instalada atual do porto poderemos atingir até 110 milhões de toneladas, distribuídas em 40% para carga geral (incluindo conteinerizada), o mesmo percentual para granéis sólidos e 20% para granéis líquidos, números previstos para 2010”, afirma Fabrízio Pierdomenico, diretor comercial da Codesp.
O diretor reconhece que o crescimento da economia, em parte como efeito e causa do comércio exterior, pressiona o porto a encontrar soluções. Junto às obras de duas perimetrais, das dragagens de manutenção e aprofundamento do canal do estuário, uma grande intervenção está prevista em áreas lindeiras ao porto, invadidas por habitações precárias, no município do Guarujá. São os bairros de Conceiçãozinha e Prainha, nos quais vivem cerca de 4.500 famílias.
Somadas, as áreas utilizáveis como retroporto, perfazem 541 mil m² , com o projeto de construção de 1.060 metros de cais. Segundo a prefeitura do Guarujá, a União, pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), aprovou R$ 106,8 milhões para a remoção e consolidação das famílias que vivem nesses dois bairros. Estudos de viabilidade técnica, econômica e financeira estão sendo feitos pela DTA Engenharia (Conceiçãozinha) e pela Guilherme Martins (Prainha). A Codesp prevê, para as duas áreas, a movimentação de 8,6 milhões de toneladas/ano, por contêineres. Para deixar o local em condições operacionais, a Codesp estima a necessidade de cerca de R$ 900 milhões em investimentos.
Serão também necessárias intervenções de médio prazo, tal como a preparação de uma nova área na região da Alemoa, bairro próximo ao sistema rodoviário Anchieta-Imigrantes. É o denominado “Lixão da Alemoa”, de 300 mil m² , vítima histórica de um desastre ecológico, na época em que todas as sobras e varreduras do porto, de forma indiscriminada, eram ali despejadas. O grupo Brasil Terminal Portuário, vinculado à Europe Terminal, com sede em Antuérpia (Bélgica), decidiu enfrentar o desafio de tornar a área adequada para operações com líquidos a granel e cargas conteinerizadas. O Europe Terminal tem associações em 35 portos do mundo.
Segundo a administradora do porto, a etapa de recuperação do solo deve estender-se por cerca de três anos. Os investimentos desse estágio, mais obras civis e parte dos equipamentos são em US$ 600 milhões e envolvem dois berços de atracação. A entrada em operação, no prazo de cinco anos, deve coincidir com o momento em que o porto atingirá o limite de sua capacidade de movimentação dessas duas modalidades de cargas.
Pelos projetos em andamento na empresa, o terminal operará, em plena maturação, um milhão de contêineres e 1,5 milhão de litros de granéis líquidos por ano, entre os quais o etanol. Quando em operação criará entre 1,7 mil e 1,9 mil empregos diretos e durante as obras, mais 1,5 mil.
Tal é a demanda por produtos líquidos a granel que a Associação Brasileira de Terminais Líquidos, Químicos e Combustíveis (ABTL) desenvolve um pré-projeto para ampliação do píer de granéis líquidos da Alemoa, construído em 1969 e que permanece até hoje com quatro pontos de atracação. A obra, que consiste na construção de mais dois berços de atracação, na forma de píer, com 250 metros de comprimento de cada lado, poderá receber navios de até 80 mil toneladas. Pela expectativa da estatal Codesp, a viabilização do projeto será pela modalidade de Parceria Público Privada (PPP), com amortização de 10% ao ano, portanto, em dez anos, via descontos tarifários. Hoje, o terminal da Alemoa enfrenta uma taxa de ocupação de 85%, durante o ano.
O terminal da Embraport, do grupo Coimex, cujas primeiras intervenções já começaram, tem o ano de 2010 para a partida das operações. São 800 mil m2 de área, na margem esquerda, capacidade para oito embarcações de porte e previsão de movimentar 18,2 milhões de toneladas de cargas conteinerizadas e líquidos a granel, preferencialmente, etanol.
Considerado como o maior da especialidade em Santos, o Terminal de Grãos de Guarujá (TGG) opera, em sua primeira fase, com exportações de soja, milho e açúcar, com previsão de embarques de quatro milhões de toneladas já em 2007. Até 2010, o volume irá para seis milhões de toneladas. É tocado pelos grupos Amaggi, América Latina Logística (ALL) e Bunge. Junto ao TGG opera o Terminal Marítimo de Guarujá (Termag), da Fertimport, ALL e Bunge, para importação de fertilizantes. Da média de 1,4 milhão de toneladas atuais, subirá para três milhões, até 2010.
Há outras intervenções que, embora significativas, são de menor porte, como o adensamento de uma área de 120 mil m², 220 metros de berço, pela Santos Brasil, que movimentará mais 150 mil contêineres/ano, a partir de 2008 e o projeto da Deicmar, para contêineres, álcool e veículos, este na margem direita, por meio da construção de dois berços em forma de píeres. A empresa quer incorporar mais 60 mil m² em sua área, hoje dedicada à movimentação de veículos e operar, entre outros produtos, 75 mil contêineres/ano. Investimentos de R$ 170,2 milhões.
O município de Santos busca uma participação direta nos negócios portuários. Uma região praticamente abandonada, junto ao centro-histórico, hoje considerada nobre, deve passar da União para a cidade. Nos cerca de 700 metros de comprimento por 40 metros de largura, a prefeitura projeta um complexo náutico-empresarial, revitalizando toda a estrutura existente, que data do princípio do século passado.
“O (projeto) Marina Porto de Santos será uma das principais intervenções urbanas de áreas portuárias já realizadas no Brasil. Os milhares de turistas do mundo que visitam a cidade e os santistas contarão com uma estrutura que incluirá marina, terminal de cruzeiros, restaurantes, espaços para eventos e feiras, estaleiro, serviços de apoio náutico, escola de navegação e centro oceanográfico”, diz João Paulo Tavares Papa, prefeito de Santos. Para o projeto será criada uma sociedade de propósito específico (SPE). A transferência da área repousa nas mãos da Codesp.
Barnabé-Bagres somaria 120 milhões de toneladas
Outro projeto importante para o posto paulista é o Barnabé-Bagres, na margem esquerda. O documento-base se encontra no Ministério dos Transportes desde 1999 e o plano tem a perspectiva de ampliar em 120 milhões de toneladas a capacidade do porto. Pela sua grandiosidade, é uma intervenção a ser maturada em mais de uma década, a partir de agora.
Barnabé e Bagres são duas pequenas ilhas junto ao estuário, a primeira já em grande parte ocupada por terminais de líquidos. A segunda encontra-se intacta. Entre ambas, uma bacia marítima, com retaguarda em manguezal. A Codesp precisa de R$ 3 milhões para iniciar os estudos de viabilidade técnica, financeira, econômica e ambiental do projeto, diante das inovações e realidades que atingiram o porto, conforme seu diretor comercial, Fabrízio Pierdomenico. Entre as possibilidades aventadas está a de ser um porto-indústria.
O projeto tem atraído o interesse de investidores estrangeiros. Os japoneses foram os primeiros. Mas recentemente investidores americanos, intermediários de capitais internacionais, estudaram o projeto. A possibilidade de o Brasil obter a classificação de “investment grade”, ampliou as visitas de investidores estrangeiros ao porto, interessados em projetos tocados por empresas de capital aberto.
Barnabé-Bagres significará a construção de 11 mil quilômetros de cais, em forma de dársenas, praticamente duplicando a capacidade atual do porto. Sua localização, com saída próxima ao sistema Anchieta-Imigrantes, favorece o projeto. O investimento é estimado em R$ 2 bilhões e poderia abrir 20 mil empregos diretos na sua operação. (JR)
Parte da expansão depende da Codesp
A Fundação Roberto Franco, desde janeiro de 2006, estuda o impacto ambiental da dragagem de aprofundamento do porto de Santos. De uma média atual de 12 a 14 metros, a profundidade passará para 15 metros, o que provocará um efeito multiplicador na atração de cargas que a Codesp estima em 30%. A estatal pretende realizar uma audiência pública em agosto para apresentar o projeto, cujo licenciamento caberá ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). O orçamento de toda a dragagem é de R$ 80 milhões, dos quais R$ 35 milhões garantidos para este ano.
Essa é uma das lições de casa que o porto de Santos terá de fazer para enfrentar a enxurrada de mercadorias que devem transitar por ele nos próximos anos. Outra, é a construção de duas vias perimetrais, uma em cada margem. A perimetral do lado direito (localizada em Santos), orçada em R$ 58,1 milhões, já com um acréscimo, já teve início. A cargo da construtora OAS, a obra compreende nove quilômetros de intervenções, desde a Alemoa até a Ponta da Praia, e inclui demolições de antigos armazéns, construção de 600 metros de pistas, com 10 metro de largura. Haverá também o deslocamento de trilhos, que hoje dividem espaço com o sistema rodoviário.
As obras da margem esquerda estão em fase de estudos de impacto ambiental e licenciamento, aos cuidados da Arcades Tetraplan. O traçado foi aperfeiçoado e sofreu extensão de cerca de quatro quilômetros de pistas rodoviárias, para adequação às necessidades do porto e do município de Guarujá. O município convive com um intenso trânsito de veículos pesados.
Nos compromissos que ainda tem a cumprir, a administradora do porto está às voltas, há mais de 30 anos, com a remoção de três pedras e dos destroços de um navio. O barco Ais Giorgios afundou no estuário em 1974 após um incêndio. São obstáculos que põem em risco a navegação. A Hidrotopo Consultoria e Projetos faz a caracterização geológica e geotécnica das pedras, com conclusão prevista para este mês. Para a remoção do que sobrou do navio, há uma dotação de R$ 7,2 milhões, dos quais R$ 3,9 milhões para 2007. (JR)