Santos contabiliza perda com incêndio

Por: Valor Econômico

14/04/15


A paralisação parcial do porto de Santos devido ao incêndio na Ultracargo derrubou a movimentação de cargas no maior complexo da América Latina. A queda no contêiner foi de 16,5%, para 95,7 mil Teus (unidade padrão de um contêiner de 20 pés); o açúcar recuou 17,1%, para 256,7 mil toneladas.


A retração da soja, cuja safra está em pleno embarque, foi de 20,4%, para 912 mil toneladas. Já o farelo de soja registrou alta de 19%, fechando em 179,2 mil toneladas. Os dados, obtidos com exclusividade pelo Valor, são da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) e referem-se aos doze primeiros dias de abril na comparação com o mesmo intervalo do ano passado. O incêndio começou no dia 2 e terminou no dia 10, mas a movimentação no porto ainda não está normalizada.


A avenida portuária na margem direita continua parcialmente bloqueada para a saída de caminhões. Ali estão sendo feitos reparos de iluminação e consertos dos danos causados pelo incêndio, já que o combate às chamas na Ultracargo, localizada no distrito industrial, foi feito pelo porto.


Segundo o presidente da Codesp, Angelino Caputo, esses dados podem ter uma pequena variação para mais ou menos. E o volume pode ser recuperado nos próximos dias, à medida que o porto voltar a operar plenamente.


Ontem, a margem direita operou com 50% da capacidade para recepção de caminhões com granéis vegetais e com 10% da oferta disponível para carretas com contêineres. Também os pátios reguladores de cargas, localizados em Cubatão e que triam os caminhões destinados às duas margens (Santos e Guarujá), trabalharam abaixo do que conseguem – 70% da capacidade estava ociosa.


Segundo o diretor de Planejamento Estratégico e Controle da Codesp, Luis Claudio Montenegro, o fluxo do porto deve retornar à rotina no meio da semana. “O dia ‘D’ será quarta-feira [amanhã]”, diz. Devido às restrições de acesso durante o incêndio, a programação de cargas para a margem direita – onde estão 38 dos 55 terminais do porto – foi suspensa. A volta do agendamento de cargas foi ,liberada no sábado, um dia após o incêndio acabar. Mas as respostas ainda demoram, pois as empresas estão indo agora “buscar caminhões”, explicou Montenegro.


Além disso, ainda há restrição no uso pleno da avenida portuária. O viaduto da Alemoa, que liga o Sistema Anchieta-Imigrantes à avenida portuária, está liberado, mas não toda a extensão da avenida. Assim, os caminhões estão deixando o porto pelo centro da cidade, em horários fora do pico, para não impactar o trânsito da cidade. Desde ontem está sendo testado o uso parcial da avenida na saída do porto nesses horários. A tentativa é evitar formação de filas no cais nos intervalos em que o tráfego de carretas na cidade está vetado.

Mais Notícias

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.