Valor Econômico
09/04/15
Os terminais da Santos Brasil e da Embraport, no porto de Santos, estão recebendo a maioria dos navios de contêineres que originalmente atracariam na margem direita do cais, cujo acesso de caminhões está proibido desde segunda- feira. Como essas empresas ficam no lado esquerdo (em Guarujá), elas não sofrem com o bloqueio parcial de carretas, que só deve terminar após a extinção do incêndio na Ultracargo.
A Santos Brasil já recebeu três navios do armador MSC, num total de 2.850 contêineres movimentados – um quarto navio, também da MSC, está programado para atracar hoje. Todos desviados de terminais de contêineres localizados na margem direita.
Na terça-feira, as ações da Santos Brasil, que vinham caindo devido à perda de cargas com o aumento da concorrência no porto de Santos, sofreram forte alta. Os papéis subiram 11,76% naquele dia. Ontem devolveram parte do ganho e caíram 7,8%, cotadas a R$ 10,82. Na semana, acumulam alta de 3,43%, mas no ano a queda é de 22,45%.
Para analistas ouvidos pelo Valor, a alta não teve relação com a carga extra em virtude do incêndio, que ainda é ínfima no cômputo geral. Mas, possivelmente, decorreu de uma leitura equivocada do mercado de que a possibilidade de o governo rever para cima a Taxa Interna de Retorno (TIR) dos novos arrendamentos possa valer também para a renovação dos contratos vigentes. O governo está prestes a aprovar o aditivo ao contrato da companhia, concedendo mais 25 anos para a empresa explorar o Tecon Santos.
A Embraport irá receber quatro embarcações adicionais entre hoje e segunda, também devido à impossibilidade de os navios atracarem nos terminais de contêineres de Santos. Com isso, o terminal terá um afluxo adicional de 750 caminhões nos próximos dias.
O terminal mais afetado pelo incêndio foi a BTP, próximo ao píer da Alemoa, onde desembocam os dutos dos terminais de líquidos do distrito industrial da Alemoa, entre eles os da Ultracargo.
A BTP não pôde atender sete navios – parte foi transferida para a margem esquerda e outra parte, cancelada. Antevendo a situação complicada, três embarcações que estavam programadas para atracar até a próxima segunda-feira vão omitir o porto de Santos.
Devido à proibição de caminhões, a BTP deixou de receber, até ontem, 16.500 carretas. Ontem, onze navios esperavam boiando na entrada do porto para atracar no píer da Alemoa. (FP)