Santa Catarina: seminário técnico inicia a implantação da rastreabilidade no Oeste do Estado

Por: 27/06/2007 17:06:17 - Página Rural

Chapecó/SC – O início da implantação do sistema de RASTREABILIDADE nas cadeias produtivas do leite, da avicultura e da suinocultura no oeste de Santa Catarina será assinalado pelo SEMINÁRIO TÉCNICO de alto nível que será realizado nesta quinta-feira, 28, no período das 8h30 às 17h30, no Lang Palace Hotel, em Chapecó.


O Seminário de Rastreabilidade reunirá 450 técnicos e empresários do agronegócio. Às 8h30 inicia o credenciamento, às 9 horas será instalado o evento com abertura solene. A primeira palestra, às 9h30, focalizará o tema Rastreabilidade como instrumento de apoio à competitividade das cadeias produtivas e será ministrada pelo diretor técnico do Sebrae/SC, Anacleto ngelo Ortigara.


Às 10 horas, a assessora de soluções de negócios da empresa GS1 Brasil, Eliane Ringer Ferreira, abordará Rastreabilidade com foco em negócios. Às 10h45 haverá intervalo para café e, às 11 horas, o mestre em Ciências da Computação pela UFRGS, Alexandre Figueiredo Fachinello, abordará Desafios da rastreabilidade no agronegócio brasileiro. Na seqüência serão apresentados os cases de aplicação. O intervalo para almoço está previsto para às 12h30.


A programação do período da tarde: às 13h30, O papel da rastreabilidade na produção de alimentos, com a chefe adjunta de pesquisa e desenvolvimento da Embrapa Suínos e Aves, Teresinha Marisa Bertol; às 14h15, Rastreabilidade de frutas in natura, com Gerson Paletti, da Fischer Frutas; às 15 horas, coffe-break; às 15h15, Importância da rastreabilidade na cadeia de suprimentos, com o professor da Universidade Federal do Paraná, Ph.D. e M.Sc pela Université Lumiére Lyon II na França, Darli Rodrigues Vieira.


A etapa final consistirá de exposição sobre a cadeia produtiva da carne (16 horas) e painel de discussão (16h45).



IMPLANTAÇÃO


O avançado sistema de rastreabilidade para as cadeias produtivas do leite, da avicultura e da suinocultura começa a ser implantado este mês na Cooperativa Central Oeste Catarinense (Coopercentral Aurora/Aurora Alimentos), envolvendo 17 cooperativas agropecuárias e 77.500 produtores rurais. Essa experiência em rastreabilidade será uma das primeiras e mais complexas do país e permitirá detectar, registrar e rastrear um insumo ou produto desde a origem (na granja) até o destino final (na mesa do consumidor).


Para atingir esse objetivo, a Coopercentral Aurora buscou o apoio do Sebrae/SC e do Senar/SC. Desde 2006 a Aurora está discutindo a rastreabilidade como uma ferramenta essencial para a verificação dos atributos de credibilidade perante os fornecedores, produtores, clientes e fornecedores, explica o presidente Mário Lanznaster. “O mercado exige um diferencial de competitividade no país e no exterior porque tornou-se um indicador de segurança alimentar ao rastrear a história do produto da granja à mesa do consumidor final”.


A Coopercentral já possui instrumentos de gestão de qualidade, como dados, registros e plano APPCC (análise dos perigos e pontos críticos de controle) e está próxima a satisfazer as exigências que o sistema de rastreabilidade impõe, mostra o agente de articulação do Sebrae, Ênio Alberto Parmeggiani. Trata-se de uma continuidade aos programas de “Qualidade Total Rural” e “De Olho na Qualidade Rural” (atualmente chamados de “programa de desenvolvimento de produtores rurais integrados às cooperativas”) que estão sendo implementados há cerca de dez anos e que facilitaram a seleção da metodologia para implantação da rastreabilidade.


O sistema a ser adotado pela Aurora permitirá capturar, armazenar e relacionar desde o provedor de insumos e matérias-primas, produtores, cooperativas singulares, até as unidades industriais da Aurora, a logística e o transporte, as unidades de venda e os consumidores. Um fluxo com registro, identificação e transmissão de informações permitirá conhecer a procedência, o produto e sua localização.


Parmeggiani explica que se trata de um monitoramento seguro e completo. O REGISTRO dos estabelecimentos, das movimentações e das operações obedecerá normas internacionais da Codex Alimentarius, Comunidade Econômica Européia, Europgap e, nacionais, do Mapa, ABNT e Inmetro, entre outros.


A IDENTIFICAÇÃO dos animais poderá ser feita com brincos, anéis, chips eletrônicos ou DNA. Para insumos ou matérias-primas é indicada a utilização de etiquetas-padrão com a informação em código de barras. A transmissão das informações entre os parceiros da cadeia (fornecedor-cliente) será definida por acordos e utilizará os vínculos sucessivos entre lotes de produção e unidades de logística.


“Rastreabilidade é uma ferramenta permanente para aplicação ocasional que está relacionada com a eficiência logística e de processos, com qualidade e segurança alimentar e constitui-se em diferencial competitivo”, assinala Ênio Parmeggiani.



BENEFÍCIOS


Mário Lanznaster realça que a adoção da rastreabilidade fortalecerá o sistema cooperativo, servirá de apoio para a prevenção de problemas, proporcionará informação dentro da empresa para facilitar o controle de processos e a gestão, protegerá a marca, identificará a origem e a responsabilidade dos problemas. Além disso, agregará valor aos negócios, potencializará o mercado, fidelizará consumidores e, como resultado final, assegurará a qualidade e a certificação dos produtos.


Para os consumidores e clientes, os benefícios decorrerão da garantia de atendimento a qualquer problema com a máxima eficiência, do cumprimento de normas e da confiança no produto adquirido. As vantagens para os órgãos governamentais residem na facilidade em auditorias, fiscalizações e no combate à falsificação, apoio na segurança contra o terrorismo.


O diretor técnico do Sebrae/SC, Anacleto ngelo Ortigara, assinala que haverá grande cooperação e integração entre todos os envolvidos na cadeia produtiva mediante a utilização de uma linguagem única e global.


Dezoito meses serão necessários para a completa implantação do sistema de rastreabilidade na Coopercentral Aurora, período no qual serão cumpridas as seis etapas: organização, identificação & planejamento, execução, verificação, avaliação & melhoria, acompanhamento & avaliação do projeto.


O comitê gestor – formado por técnicos e gestores da Aurora, das cooperativas filiadas e do Sebrae/SC – definiu e organizou o projeto com o acordo de resultados que definiu atividades e responsabilidades. Inicia agora a identificação e o planejamento com a formatação de um plano de ação para estabelecer requisitos, especificações técnicas, descrever procedimentos, sensibilização e capacitação técnica. Essa fase consistirá em diagnóstico da situação e do mercado, análise da legislação, consulta com fornecedores e clientes e delimitação da abrangência. 

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