20/11/2009 – Os produtores de café da Grande Vitória não terão mais que se deslocar para o interior do Estado para fazer a classificação dos grãos, procedimento fundamental para a boa comercialização do produto. Nesta sexta-feira (20), começa a funcionar na Serra uma sala de classificação de café que fará a análise do produto e emitirá um laudo técnico atestando a qualidade da bebida.
A medida, pontua o secretário de Agricultura da Serra, Bruno Silvares, vem em uma hora apropriada, já que o valor da saca do conillon está em queda. “Com o laudo em mãos o produtor tem como negociar o preço, já que a qualidade do café está atestada. Isso é um reforço na hora de vender o produto”, afirma.
Só na Serra a medida deve beneficiar 120 famílias, que dependem da produção do café para sobreviver, além de cafeicultores da Grande Vitória e de municípios como Fundão, Viana, Cariacica, Viana, Santa Leopoldina, dentre outros.
Para marcar o início do funcionamento do espaço, a prefeitura da Serra promove um evento no dia 20, às 9 horas, no Centro de Convivência da Terceira Idade do bairro Caçaroca, em Serra. Durante a cerimônia, os participantes ainda assistirão à palestra “Desafios da qualidade e produtividade do café conilon”, ministrada pelo engenheiro agrônomo do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), Romário Gava Ferrão.
Funcionamento
A sala irá funcionar na Rua Dom Pedro II, nº 32, em Serra Sede, das 8 às 17 horas. No espaço, o cafeicultor entregará uma amostra dos grãos, que serão moídos e depois misturados à água fervente. Após esse processo, técnicos treinados farão a prova do café. O laudo técnico de qualidade deverá ser emitido em um prazo de até sete dias.
O conilon, mais comum no Espírito Santo, pode ser classificado quanto ao aroma e o sabor como excelente, café que apresenta sabor neutro e acidez mediana; bom, sabor neutro e ligeira acidez; regular, sabor típico de robusta sem acidez e anormal, sabor não característico ao produto.
Café na Serra
A sala de café irá atender não só a demanda atual da Serra, que conta atualmente com 1.600 hectares de café plantados, mas a expectativa é que se torne indispensável no processo de crescimento da atividade, que está prevista no Plano de Desenvolvimento da Agricultura e Pesca (Planagro), lançado recentemente. O Planagro propõe como meta um aumento da produção das atuais 22 mil sacas por ano para 60 mil em um período de 16 anos.
O Espírito Santo é o segundo maior produtor brasileiro da cultura e o maior quando se fala de café conilon com 75 % do total nacional. A atividade representa 45% do PIB agropecuário capixaba em diferentes negócios, movimentando em 2008 cerca de R$ 2,2 bilhões.