A safra brasileira de café 2019/20, colhida neste ano de 2019, ficou em 57,05 milhões de sacas de 60 quilos.
Porto Alegre, 13 de dezembro de 2019 – É o que aponta a nova estimativa de SAFRAS & Mercado para a safra, realizada através de sondagem junto a cooperativas, produtores, exportadores, comerciantes, armazenadores e secretarias de agricultura. A safra foi revisada para baixo em relação ao levantamento anterior, de abril, que apontava a produção em 58,9 milhões de sacas.
A safra 2018/19, antes indicada por SAFRAS & Mercado em 64,1 milhões de sacas, foi revisada para cima para 64,85 milhões de sacas. Assim, SAFRAS estima agora uma queda de 12,0% na produção 2019/20.
A produção de café arábica foi indicada em 2019/20 em 39,05 milhões de sacas, 19,8% menos que na safra 2018/19, estimada em 48,7 milhões de sacas. Já a safra de conilon é colocada em 2019/20 em 18,0 milhões de sacas, com incremento de 11,5% contra 2018/19 (16,15 milhões de sacas).
Segundo o consultor de SAFRAS & Mercado, Gil Barabach, responsável pela estimativa, o resultado decepcionante no Cerrado e na região das Matas de Minas, bem como, a produção abaixo do esperado no Espírito Santo acabou puxando a safra brasileira de arábica para baixo. “A razão para esse desempenho mais fraco que o esperado é a maturação irregular”, comenta.
Estoques
Os estoques finais de café do Brasil na temporada 2019/20 deverão ficar em 2,32 milhões de sacas de 60 quilos, tendo queda de 26,8% no comparativo com os estoques finais de 2018/19, indicados em 3,17 milhões de sacas, segundo SAFRAS & Mercado.
A oferta total do Brasil 2019/20 é projetada em 60,22 milhões de sacas de 60 quilos, somando produção e estoques iniciais, com queda de 11,9% contra 2018/19, que tem oferta total indicada em 68,31 milhões de sacas.
SAFRAS estima as exportações brasileiras 2019/20 em 34,4 milhões de sacas, com diminuição de 18,4% contra 2018/19 (42,15 milhões de sacas).
Segundo o consultor de SAFRAS & Mercado, Gil Barabach, apesar da revisão negativa na safra brasileira 2019/20, trata-se ainda da segunda maior safra brasileira da história. Mesmo assim, projeta-se um final de ciclo com estoques muitos baixos. “E para entender esse movimento é preciso começar na temporada anterior, onde o Brasil colheu uma safra recorde de 64,85 milhões de sacas, mas embarcou um volume igualmente recorde de 42,15 milhões de sacas. A intensidade do fluxo externo ajudou a enxugar a oferta, apesar da produção recorde”, comenta.
A queda nos estoques na transição entre as safras trouxe à temporada 2019/20 um fluxo mais justo, com recuo nos embarques e projeção de estoques ainda baixos ao final do ciclo, indica o consultor. Barabach comenta que a relação estoque-consumo cai para perigosos 10%. “Essa situação mais justa na oferta ajuda a aliviar o impacto de safra recorde do Brasil projetada para 2020 e justifica, em parte, o realinhamento dos preços para cima no mercado internacional”, conclui.
Lessandro Carvalho (lessandro@safras.com.br) / Agência SAFRAS