07-Jun-2009 – A produção de café para a safra 2009/10 na área total geral de abrangência da Cooparaiso (Cooperativa Regional dos Cafeicultores de São Sebastião do Paraíso) deverá ser de 3.233.598 de sacas segundo estimativas apuradas em abril deste ano. Segundo o engenheiro agrônomo, Marcelo Moura Almeida o volume é 8% maior a previsão realizada em novembro do ano passado.
Já o presidente da Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé (Cooxupé), Carlos Alberto Paulino da Costa, anunciou que a colheita da safra 2009/10 começou há duas semanas na região de atuação da cooperativa, principalmente no Sul de Minas. Paulino da Costa informou que a Cooxupé deverá receber este ano cerca de três milhões de sacas de 60 quilos de café, volume 40% inferior ao ano passado (4,6 milhões de sacas). (Na foto, colheitadeira de café: menos emprego no campo) Marcelo destacou que a colheita está apenas começando. “No entanto esta-mos notando uma grande oferta de mão de obra que só na nossa região deve movimentar diretamente cerca de 4.500 trabalhadores.
Ao mesmo tempo temos percebido também em algumas áreas o crescimento do emprego da colheita mecanizada”, ressalta. Devido a crise mundial e os efeitos sobre os preços do café, com a considerada baixa remuneração e os altos custos de produção, a utilização de adubos e defensivos caiu 50% na região de atuação da Cooparaíso.
De acordo com Marcelo Almeida, que é gerente do Departamento de Gestão do Agronegócio da cooperativa as vendas de adubos caíram 40% na temporada no Sul de Minas Gerais, com os produtores usando de 40% a 50% menos adubos. Já o uso de defensivos granulados caiu 50%. Isso ocorre diante da descapitalização do produtor e dos custos elevados com recentes aumentos nos preços dos insumos.
Apesar deste cenário e também em observância ao ciclo da bianualidade da cultura do café com um ano de maior e outro de menor produtividade os valores apurados até o momento podem ser considerados satisfatórios. No ano passado em toda área geral da Coopa-raiso o fechamento da safra ficou em 4.570.994. Somente no município paraisense foram 290 mil sacas, volume que é superado por Monte Santo de Minas e Ibiraci que ficaram com 300 mil cada.
A cobertura da Cooparaiso é dividida em três áreas distintas, sendo uma região composta por 30 municípios do Sul e Sudoeste Mineiro que no ano passado colheu 2.751.090 sacas. Para este ano, a previsão nesta mesma área é de que sejam colhidas 1.679.400. A cooperativa também atua em outros sete municípios da chamada Mogiana Paulista, onde existe a estimativa de colheita de 259 mil sacas ante as 542.100 obtidas em 2008.
Há ainda a outras duas regiões de abrangência com em mais sete cidades localizadas entre o Leste de Minas e Zona da Mata e região de Alegre no Espírito Santo. A primeira área estima-se colher 443 mil sacas enquanto que na segunda o volume deve chegar a casa dos 852.198 sacas.
Trabalho
De acordo com Marcelo Almeida a colheita na região está apenas começando, sendo que já existe um volume de 20% já colhido. A apanha de café deverá movimentar os trabalhadores rurais. Somente em Paraíso são estimados que a atividade deva gerar 4.400 empregos diretos, enquanto que no Sul de Minas totaliza 45 mil trabalhadores. Já em todas as áreas de abrangência da Cooparaiso a quantidade de empregos produzidos salta para 98 mil pessoas por dia, anuncia o engenheiro. “Neste ano estamos observando uma maior oferta de mão-de-obra de pessoas e turmeiros de outras regiões, sobretudo do norte de Minas e interior de São Paulo”, destaca.
Outra constatação do engenheiro da Cooparaiso é em relação ao uso da colheita mecanizada em algumas áreas da cooperativa. Almeida estima que entre 60 a 70% da colheita é feita de forma manual. “No entanto há uma tendência para a mecanização, sendo que 25 a 35% já colhem através de máquinas automotriz e até mesmo utilizam as chamadas derriçadeiras costais”.
Ele destaca que na região de Jacuí o emprego deste equipamento vem crescendo significativamente. “É um equipamento que ajuda muito o produtor com um rendimento três vezes superior ao trabalho comum, ou seja, se uma pessoa colhe 6 medias por dia na colheita manual, com este equipamento ele pode chegar a 20 medidas”, compara.
A expectativa é de que cerca de 250 produtores devam utilizar a colheita feita a máquina. Em locais onde a colheita é feito com o emprego apenas de pessoas da família a economia é bastante significativa. “O rendimento do trabalho é maior, gera economia sem trazer prejuízo a planta”.
Embora durante a semana as temperaturas tenham caído bastante não foram registradas geadas de grande relevância na área da Cooparaiso. “As lavouras localizadas nas regiões de baixadas e próximos a cursos de água sentiram um pouco, mas não teremos grandes perdas significativas”, diz Marcelo.
Enquanto no ano passado a colheita encerrou-se somente na segunda quinzena de outubro para este ano, com a menor produção existe a possibilidade de que os trabalhos estejam concluídos até o final de setembro.
Palestras
Para orientar os produtores de café sobre o manejo com a produção no momento e pós-colheita a Cooparaiso está realizando uma série de dia de campo nos municípios da região. “Já tivemos vários encontros, nesta semana foram dois de um total de pelo menos 12 municípios que pretendemos percorrer para levarmos informação a cerca de 1.300 cafeicultores”, salienta.
As palestras realizadas são voltadas principalmente para questões de conservação e armazenamento para que sejam mantidas as qualidades do café produzido.
Cooxupé receberá 3 mi de sacas de café para a safra 2009/10
Já o presidente da Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé (Cooxupé), Carlos Alberto Paulino da Costa, anunciou que a colheita da safra 2009/10 começou há duas semanas na região de atuação da cooperativa, principalmente no Sul de Minas.
Paulino da Costa informou que a Cooxupé deverá receber este ano cerca de três milhões de sacas de 60 quilos de café, volume 40% inferior ao ano passado (4,6 milhões de sacas). A safra deste ano é menor por causa da bianulidade da cultura, que alterna ano de safra volumosa com baixa produção no ano seguinte.
Mesmo assim, ele ressaltou que o volume de sacas deste ano podem ser consideradas recorde em ano de safra baixa. O recorde anterior foi de 2,7 milhões de sacas, na safra de 2007.Paulino da Costa explica que o recorde é resultado de clima favorável e também de uma maior fidelidade do cooperado, que faz questão de entregar sua produção à cooperativa. Ele disse, ainda, que novas tecnologias permitem aumentar a produção, como o uso racional de fertilizantes e defensivos e variedades mais produtivas.
Com menos café a ser recebido este ano, a Cooxupé espera que o faturamento seja inferior ao do ano passado, caindo de R$ 1,7 bilhão para R$ 1,2 bilhão a R$ 1,3 bilhão, “dependendo do preço do café”. Cerca de 70% do faturamento da cooperativa depende do café. O presidente da Cooxupé participou hoje do 3º Fórum do Café, promovido pelo Conselho dos Exportadores de Café (Cecafé), em hotel de São Paulo.
A cooperativa, que tem cerca de 11,5 mil associados, receberá homenagem como maior exportadora de café do País em 2008, durante jantar que será realizado hoje à noite na Sala São Paulo.Conforme o dirigente da Cooxupé, além de aumentar a área de atuação, os cooperados estão mais fiéis à cooperativa.
Paulino destacou também que a safra 2009/10, cuja colheita na área da Cooxupé começou apenas há cerca de 20 dias, também foi beneficiada por boas condições climáticas. “O clima foi excelente. São Pedro dosou certinho a dose de chuvas conforme estamos rezando”, afirmou ele. De acordo com ele, o faturamento pode subir um pouco em relação às previsões por conta de uma esperada alta nos preços, considerando que 2009/10 é um ano de oferta menor no Brasil.
Com um recebimento menor previsto para 2009, a Cooxupé espera faturar cerca de R$ 1,3 bilhão, contra R$ 1,7 bilhão no ano passado, segundo Paulino, destacando que os cooperados de café da Cooxupé somam 9 mil. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima que a safra 2009/10 de café do Brasil deverá somar 39 milhões de sacas de 60 kg, contra 46 milhões na safra anterior.