Endividamento, custos altos, perda de rentabilidade, imagem arranhada. O agronegócio vive o pior momento em décadas
EXAME Após anos de prosperidade, o agronegócio brasileiro enfrenta o que pode ser sua pior crise em duas décadas. A máquina poderosa, que vem gerando um terço do PIB, garantiu a maior parte do crescimento da economia e a quase totalidade do saldo comercial, acaba de colher uma safra de problemas e está cercada de dúvidas em relação a 2006. No setor de grãos, em plena época de plantio, agricultores arrojados, que avançaram sobre novas fronteiras e dobraram a produção em pouco mais de dez anos, estão na defensiva. Sem crédito, endividados e com perspectiva de prejuízo na próxima colheita, optaram por reduzir a área plantada pela primeira vez desde 1997. Os prejuízos são consideráveis. A receita da agricultura neste ano é estimada em 18 bilhões de reais a menos que a obtida em 2004. Devido à penúria dos produtores, as vendas de tratores e colheitadeiras recuaram 40%. O mercado de defensivos agrícolas encolheu 1 bilhão de dólares.
Apesar do cenário nebuloso, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) anunciou recentemente uma previsão otimista para a próxima safra. O IBGE reconheceu a diminuição na área plantada mas aposta na produtividade — e na absoluta ausência de problemas climáticos e de doenças — para vaticinar uma colheita de 126 milhões de toneladas de grãos, o que seria um novo recorde. Entre especialistas do setor, no entanto, é raro encontrar quem assine embaixo de prognóstico tão otimista. Os cálculos de consultorias oscilam de 115 milhões de toneladas, nas apostas mais positivas, a menos de 100 milhões, no caso das mais catastrofistas. “Temos de tomar cuidado com a projeção otimista porque ela passa a idéia de uma bonança que não existe”, afirma Flávio França Júnior, da consultoria Safras & Mercado. “O dado mais relevante, por enquanto, é o da redução da área plantada.”
Na pecuária, o surgimento da febre aftosa foi um duro golpe. Cerca de 50 países suspenderam total ou parcialmente as compras do Brasil, pondo em risco o recém-conquistado posto de maior exportador mundial de carne bovina. A quebra da exportação pode alcançar 1,7 bilhão de dólares, segundo projeção do próprio governo. Roberto Rodrigues, ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, deu o tom após o aparecimento da febre: “Estamos no fundo do poço”. A carne brasileira ocupou espaço no mercado internacional pela qualidade, pelo fato de o rebanho se alimentar de pasto (e não de ração animal) e pela competitividade em custos. Mas a conquista se deu também, em boa parte, devido ao surgimento de febre aftosa na Argentina e da doença da vaca louca na Europa, o que afastou concorrentes e abriu mercados. Agora o Brasil terá de limpar o nome na praça, com inevitáveis custos de tempo e dinheiro.
A crise em números Os problemas do agronegócio são retratados por vários indicadores negativos Receitas totais da agricultura em 2005 -15% Exportações de soja em grão (1) -12% Área total plantada para a safra 2005/06 -6% Volume de financiamento privado da safra -30% Vendas de fertilizantes (1) -17% Vendas de máquinas agrícolas (1) -39% (1) Jan-set 2005 x jan-set 2004 Fontes: CNA, MDIC, Agroconsult, Anfavea e estimativas de mercado
A exportação de frango, na qual o Brasil também é líder mundial, é ameaçada pela disseminação da gripe aviária, vinda da Ásia. A doença é mortal para humanos, por isso teme-se que o consumo se retraia e prejudique os negócios. O problema, por enquanto, está fora das fronteiras do país, mas há razões internas para apreensão. O governo havia aplicado apenas 1,6% do orçamento destinado a defesa animal e vegetal até a crise da aftosa. Não se pode afirmar que um gasto maior necessariamente evitaria o aparecimento da doença, mas o fato demonstrou a fragilidade dos pilares de um dos principais negócios do país.
No caso dos grãos, é certo que algumas commodities enfrentam preços baixos no mercado internacional, mas nada que justifique o tamanho da crise brasileira — na Argentina, a área plantada está aumentando. A soja, estrela mais brilhante do agronegócio local, responsável por metade da produção de grãos, está com preços situados dentro da média histórica, o que deveria ser suficiente para remunerar os produtores. O problema é que a produção avançou no país num ciclo de alta de preços e de câmbio favorável às exportações. Agora, com o mercado acomodado em condições normais, expôs-se de forma dramática um conjunto de ineficiências que vinham sendo obscurecidas por uma situação de mercado extremamente favorável. “Nos últimos anos a competitividade da agricultura foi potencializada”, diz Leonardo Sologuren, diretor da consultoria Céleres. “Era comparável a um atleta que usa anabolizantes.”
Na avaliação do analista Fábio Meneghin, da Agroconsult, a expansão das lavouras e a aquisição de máquinas agrícolas foram desenfreadas na época das vacas gordas. Depois veio a conta: falta de liquidez e endividamento dos produtores. No plantio da safra 2004/2005, os custos dos insumos haviam subido em dólar — e as compras de materiais foram feitas com o preço alto. Mas, quando chegou a hora de colher os produtos e vender, o dólar estava desvalorizado e os preços haviam caído, diminuindo a receita do agricultor em reais. Para piorar, uma tremenda seca dizimou boa parte das lavouras no Sul. “Além de o produtor não ter poupado, ficou exposto a três pragas da agricultura: câmbio, juros e infra-estrutura”, diz Ivan Wedekin, secretário de política agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
A eficiência brasileira do lado de dentro da porteira, como diz o jargão rural, é inquestionável: sol à vontade, abundância de água, mão-de-obra barata e respeitável tecnologia agrícola. O problema está do lado de fora. Jorge Fernandes, diretor da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul, diz que os custos de produção da soja na Argentina são 39% mais baixos que no seu estado, que por sua vez tem custos inferiores à média nacional. “Esta crise demonstra que o conjunto de problemas do setor é mais crítico do que pensávamos, e a situação está piorando”, afirma Valentino Rizzioli, presidente da Case New Holland, fabricante de máquinas agrícolas.
Rizzioli, também produtor de leite no interior de Minas Gerais, diz que resolveu comprar milho para suas vacas em Mato Grosso, porque lá a saca custava entre 7 e 8 reais, enquanto em Minas valia 18. Surpreendeu-se, porém, quando soube que o custo do frete era de 13 reais por saca. “Questionei o transportador e ele me disse que, além da longa distância, estouram dois ou três pneus no trajeto porque a estrada é péssima, a velocidade é baixa e o seguro é caro por causa dos assaltos. Fui obrigado a concordar”, diz. Além de receber menos pela mercadoria, o produtor do Centro-Oeste ainda tem de arcar com custos maiores, pois os insumos entram no país pelos portos do Sul e do Sudeste, mesma porta de saída das mercadorias. São 4 000 quilômetros de vai-e-vem, sem falar em filas e custos portuários. Segundo Luiz Antônio Fayet, consultor da CNA, o custo com transporte no Centro-Oeste cairia pela metade se o escoamento pudesse ser feito por via fluvial, ferroviária e rodoviária pelo norte do país.
Outro item do “custo Brasil” que ficou oculto no período de bonança é a carga dos juros. As taxas cobradas nas linhas oficiais são até baixas para os padrões locais (8,75% ao ano), mas elas financiam apenas 30% da agricultura. O restante é bancado pelas tradings, que compram a produção, e pelos fornecedores de insumos, a juros anuais médios de 25%. Além disso, o agricultor está sempre correndo riscos excessivos. Seguro de safra contra desastres climáticos é raridade no país, já que os prêmios custam muito caro. Também quase não há proteção contra oscilações de preços, à exceção dos mercados de café, açúcar e bovinos.
Dada toda essa conjuntura, a ordem é pisar no freio. A Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) avisa aos agricultores que não é o momento de investir, e sim de dobrar os cuidados com a gestão. Afinal, ninguém sabe ao certo o que vem por aí. Há temores de que os problemas sanitários recentes acabem afetando a demanda por grãos — a febre aftosa pode restringir a exportação de suínos, que se alimentam de milho e soja. Esses produtos servem também como alimento para frangos e, se o consumo de aves cair no mundo, os preços das commodities podem ser afetados. “A grande lição que tiramos desta crise é que está na hora de sentarmos para conversar com o governo. Ele tem de ser um facilitador do desenvolvimento econômico”, diz Luiz Roberto Baggio, vice-presidente da OCB. Enquanto isso não ocorre, a safra de verão está sendo plantada com baixo-astral e, pior, baixo índice de tecnologia. Sinal de que o tempo ruim no campo ainda vai demorar para passar.
Endividamento, custos altos, perda de rentabilidade, imagem arranhada. O agronegócio vive o pior momento em décadas
Apoós anos de prosperidade, o agronegócio brasileiro enfrenta o que pode ser sua pior crise em duas décadas. A máquina poderosa, que vem gerando um terço do PIB, garantiu a maior parte do crescimento da economia e a quase totalidade do saldo comercial, acaba de colher uma safra de problemas e está cercada de dúvidas em relação a 2006. No setor de grãos, em plena época de plantio, agricultores arrojados. que avançaram sobre novas fronteiras e dobraram a produção em pouco mais de dez anos, estão na defensiva. Sem crédito. endividados e com perspectiva de prejuízo na próxima colheita, optaram por reduzir a área plantada pela primeira vez desde 1997. Os prejuízos são consideráveis. A receita da agricultura neste ano é estimada em 18 bilhões de reais a menos que a obtida em 2004. Devido à penúria dos produtores, as vendas de tratores e colhei – tadeiras recuaram 40%. O mercado de defensivos agrícolas encolhe 1 bilhão de dólares. Apesar do cenário nebuloso, o Brasileiro de Geografia Geografia e Estatística (IBGE) anunciou recentemente uma previsão otimista para a próxima safra. O IBGE reconheceu a diminuição na área plantada mas aposta na produtividade – e na absoluta ausência de problemas climáticos e de doenças – para vaticinar uma colheita de 126 milhões de toneladas de grãos, o que seria um novo recorde. Entre especialistas do setor, no entanto, é raro encontrar quem assine embaixo de prognóstico tão otimista. Os cálculos de consultorias oscilam de 115 milhões de toneladas, nas apostas mais positivas, a menos de 100 milhões, no caso das mais catastrofistas. “Temos de to mar cuidado com a projeção otimista porque ela passa a idéia de uma honança que não existe”, afirma Flávio França Júnior, da consultoria Safras & Mercado. “O dado mais relevante, por enquanto, é o da redução da área plantada.” Na pecuária, o surgimento da febre aftosa foi um duro golpe. Cerca de 50 países suspenderam total ou parcialmente as compras do Brasil, pondo em risco o recém-conquistado posto de maior exportador mundial de carne bovina. A quebra da exportação pode alcançar 1,7 bilhão de dólares, segundo projeção do próprio governo. Roberto Rodrigues, ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, deu o tom após o aparecimento da febre: “Estamos no fundo do poço”. A carne brasileira ocupou espaço no mercado internacional pela qualidade, pelo fato de o rebanho se alimentar de pasto (e não de ração animal) e pela competitividade em custos. Mas a conquista se deu também, em boa parte, devido ao surgimento de febre aftosa na Argentina e da doença da vaca louca na Europa, o que afastou concorrentes e abriu mercados. Agora o Brasil terá de limpar o nome na praça, com inevitáveis custos de tempo e dinheiro. A exportação de frango, na qual o Brasil também é líder mundial, é ameaçada pela disseminação da gripe aviária, vinda da Ásia. A doença é mortal para humanos, por isso teme-se que o consumo se retraia e prejudique os negócios. O problema, por enquanto, está fora das fronteiras do país, mas há razões internas para apreensão. O governo havia aplicado apenas 1,6% do orçamento destinado a defesa animal e vegetal até a crise da aftosa. Não se pode afirmar que um gasto maior necessariamente evitaria o aparecimento da doença, mas o fato demonstrou a fragilidade dos pilares de um dos principais negócios do país. No caso dos grãos, é certo que algumas commodities enfrentam preços baixos no mercado internacional, mas nada que justifique o tamanho da crise brasileira – na Argentina, a área plantada está aumentando. A soja, estrela mais brilhante do agronegócio local, responsável por metade da produção de grãos, está com preços situados dentro da média histórica, o que deveria ser suficiente para remunerar os produtores. O problema é que a produção avançou no país num ciclo de alta de preços e de câmbio favorável às exportações, Agora, com o mercado acomodado em condições normais, expôs-se de forma dramática um conjunto de ineficiências que vinham sendo obscurecidas por uma situação de mercado extremamente favorável. “Nos últimos anos a competitividade da agricultura foi potencializada”, diz Leonardo Sologuren, diretor da consultoria Céleres. “Era comparável a um atleta que usa anabolizantes.” Na avaliação do analista Fábio Meneghin. da Agroconsult, a expansão das lavouras e a aquisição de máquinas agrícolas foram desenfreadas na época das vacas gordas, Depois veio a conta: falta de liquidez e endividamento dos produtores, No plantio da safra 200412005, os custos dos insumos haviam subido em dólar – e as compras de materiais foram feitas com o preço alto. Mas, quando chegou a hora de colher os produtos e vender, o dólar estava desvalorizado e os preços haviam caído, diminuindo a receita do agricultor em reais. Para piorar, uma tremenda seca dizimou boa parte das lavouras no Sul. “Além de o produtor não ter poupado. ficou exposto a três pragas da agricultura: câmbio, juros e infra-estrutura”, diz Ivan Wedekin, secretário de política agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. A eficiência brasileira do lado de dentro da porteira, como diz o jargão rural, é inquestionável: sol à vontade, abundância de água, mão-de-obra barata e respeitável tecnologia agrícola. O problema está do lado de fora. Jorge Femandes, diretor da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul. diz que os custos de produção da soja na Argentina são 39% mais baixos que no seu estado. que por sua vez tem custos inferiores à média nacional. “Esta crise demonstra que o conjunto de problemas do setor é mais crítico do que pensávamos, e a situação está piorando”, afirma Valentino Rizzioli, presidente da Case New Holland, fabricante de máquinas agrícolas. Rizzioli, também produtor de leite no interior de Minas Gerais. diz que resolveu comprar milho para suas vacas em Mato Grosso. porque lá a saca custava entre 7 e 8 reais, enquanto em Minas valia 18. Surpreendeu-se. porém, quando soube que o custo do frete era de 13 reais por saca. “Questionei o transportador e ele me disse que, além da longa distância, estouram dois ou três pneus no trajeto porque a estrada é péssima, a velocidade é baixa e o seguro é caro por causa dos assaltos. “Fui obrigado a concordar”, diz. Além de receber menos pela mercadoria, o produtor do Centro-Oeste ainda tem de arcar com custos maiores, pois os insumos entram no país pelos portos do Sul e do Sudeste, mesma porta de saída das mercadorias. São 4 000 quilômetros de vai-evem, sem falar em filas e custos portuários. Segundo Luiz Antônio Fayet, consultor da CNA, o custo com transporte no Centro-Oeste cairia pela metade se o escoamento pudesse ser feito por via fluvial, ferroviária e rodoviária pelo norte do país. Outro item do “custo Brasil” que ficou oculto no período de bonança é a carga dos juros. As taxas cobradas nas linhas oficiais são até baixas para os padrões locais (8,75% ao ano), mas elas financiam apenas 30% da agricultura. O restante é bancado pelas tradings, que compram a produção, e pelos fornecedores de insumos, a juros anuais médios de 25%. Além disso, o agricultor está sempre correndo riscos excessivos. Seguro de safra contra desastres climáticos é raridade no país, já que os prêmios custam muito caro. Também quase não há proteção contra oscilações de preços, à exceção dos mercados de café, açúcar e bovinos. Dada toda essa conjuntura, a ordem é pisar no freio. A Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) avisa aos agricultores que não é o momento de investir, e sim de dobrar os cuidados com a gestão. Afinal, ninguém sabe ao certo o que vem por aí. Há temores de que os problemas sanitários recentes acabem afetando a demanda por grãos – a febre aftosa pode restringir a exportação de suínos, que se alimentam de milho e soja. Esses produtos servem também como alimento para frangos e, se o consumo de aves cair no mundo, os preços das commodities podem ser afetados. “A grande lição que tiramos desta crise é que está na hora de sentarmos para conversar com o governo, Ele tem de ser um facilitador do desenvolvimento econômico”, diz Luiz Roberto Baggio, vicepresidente da OCB. Enquanto isso não ocorre, a safra de verão está sendo plantada com baixo-astral e, pior, baixo índice de tecnologia. Sinal de que o tempo ruim no campo ainda vai demorar para passar. Setores que passam ao largo da crise rural Os produtores de açúcar e café faturam com a demanda em alta e os preços favoráveis Nem só de problemas vive o campo. O agronegócio brasileiro desenvolveu um grau de diversificação que possibilita a coexistência de boas e más noticias, Enquanto estrelas de primeira grandeza como a soja vergam sob uma conjuntura desfa vorável, produtos como o café e o açúcar atravessam um bom momento. No caso da cana-de-açúcar, a fase é gloriosa. A diminuição de barreiras ao açúcar na Europa e as cotações generosas empolgam os usineiros – e, apesar disso, eles se dão ao luxo de aumentar a produção de álcool em detrimento do açúcar. A razão é a alta do petróleo, que torna o álcool um combustível atraente. No Brasil, mais da metade dos automóveis novos vendidos é bicombustível. No exterior, a demanda é forte, mas não ainda plenamente atendida, Para fazer frente à procura, a produção de cana é crescente (5% mais neste ano) e há meia centena de novas usinas projetadas ou em construção. Planeja-se praticamente dobrar a produção de álcool até 2009. “O potencial do álcool brasileiro é fabuloso”, afirma José Vicente Ferraz, diretor da FNP Consultoria. No café, a bonança decorre de um pico nos tidos de altos e baixos que caracterizam o produto. Até três anos atrás, o ambiente no setor era de quebradeira, e muita gente abandonou a atividade. O resultado é que o consumo passou a ser maior que a produção – e, conseqüentemente, os preços subiram. O cenário positivo deve se sustentar ainda por um ou dois anos, avalia a FNP. Depois, acredita-se que a gangorra voltará a descer. A laranja, cultivada principalmente em São Paulo, sofre com o greening, uma praga que diminui a produtividade, mas as cotações do suco foram à estratosfera devido aos furacões que dizimaram plantações na Flórida. |