26/05/2009 – Redução na colheita do arábica deve chegar a 43%. Mesmo assim produtores dizem que estão mais preocupados com a qualidade do grão. Safra deve empregar 15 mil pessoas.
Dada a largada para mais um período de colheita do café que deve durar sete meses no sul do Espírito Santo. A expectativa dos agricultores é movimentar, nos sete municípios que lideram a produção, em torno de R$ 100 milhões este ano. O setor deve empregar quase 15 mil pessoas durante a safra.
O município de Brejetuba está na frente na produção de café arábica, seguido de Iúna, Vargem Alta, Muniz Freire, Ibatiba, Afonso Cláudio e Irupi. Dados do Incaper mostram que em todo Estado, a safra deste ano está estimada em 10 milhões de sacas, sendo 7,5 milhões para o café tipo conilon e 2,5 milhões para o tipo arábica.
A queda em relação ao ano passado deve chegar a aproximadamente 43%, já que a colheita em 2008 no sul fechou com 3,5 milhões de sacas. Este ano, a tendência é que sejam colhidas 2,0 milhões de sacas.
Mesmo com a queda, os municípios que tem a economia basicamente voltada para o café comemoram o início de safra. Com aproximadamente 12 mil habitantes, o pequeno município de Brejetuba, na região serrana, deve continuar produzindo na frente com cerca de 20 mil hectares plantados e uma expectativa de colher 410 mil sacas este ano. O município vem investindo ao longo de nove anos, em equipamentos modernos e tecnologia de ponta para alcançar a certificação e enfim o mercado externo.
“Nossa produção gira em torno de 25 sacas por hectare, e segredo está na renovação do parque cafeeiro que estamos fazendo nos últimos anos. Hoje 230 produtores trabalham com o café tipo cereja descascado, que no mercado tem um valor até 30% mais caro”, conta Fabiano Tristão, Coordenador Regional do Incaper.
“Pecamos em qualidade”
O município de Iúna se mantém logo em segundo lugar do estado, com 17 mil hectares plantados calculando uma colheita de 230 mil sacas para 2009, em 2008 foram 350 mil sacas. “Temos hoje uma grande quantidade, mas ainda pecamos em qualidade. O produtor ainda não se conscientizou que pode lucrar com um produto mais seleto”, disse Onofre Almeida.
Como a binualidade do café arábica ou seja produz muito em um ano e pouco no próximo, os produtores já se preparam para logo no inicio da colheita seja separado o dinheiro das prestações como empréstimos e gastos com a adubação necessária para as lavouras.
“A chuva ajudou e o café madurou bem rápido em Vargem Alta. Também tivemos renovação de lavoura para tentar uma produção melhor”, afirma o Engenheiro Agrônomo do Incaper de Vargem Alta, Marcelo Melo Lobato.
Crise descartada
Para Romário Gava Ferrão, Pesquisador do Incaper, a crise mundial não vai afetar o café no sul capixaba. Em todo o Brasil vai ter queda nos números, mas no Espírito Santo esse índice não será tão baixo por conta da nova estrutura de manejo.
“Todo tipo de crise trás instabilidade e inseguração, quanto as perspectivas de preços de insumos, mão-de-obra, consumo, exportação, preço final do produto. O estado tem se preparado para enfrentar a crise com tecnologias, capacitação e união entre os elos da cadeia do café. Trabalhando visando aumento da produtividade do produtor, melhoria da qualidade final do produto e tudo isso associada a sustentabilidade da atividade”, finaliza o pesquisador do Incaper.