Safra de café pode recuar no ciclo 2014/15, diz Conab

10 de janeiro de 2014 | Sem comentários Análise de Mercado Mercado

10/01/2014 | Café

 

O Brasil poderá colher menos café este ano (safra 2014/15), o que reverteria a tendência de queda nos preços da commodity. Segundo a 1ª estimativa para a temporada da Companhia Nacional do Abastecimento (Conab), o país deverá colher entre 46,53 milhões e 50,15 milhões de sacas de café. Se confirmado, o resultado poderá representar uma queda de 5,4% ou crescimento de 2,02% sobre as 49,15 milhões de sacas da safra 2013/14.

Para o grão arábica, que representa 75% da produção total nacional, a expectativa da Conab é de uma produção entre 35,07 milhões e 37,53 milhões de sacas, reduções de 1,98% a 8,38% sobre o ciclo anterior. Já a produção de robusta (conilon) foi projetada em 11,46 milhões a 12,62 milhões de sacas, crescimento entre 5,46% e 16,15%, na mesma comparação. A Conab diz que a diminuição da safra se deve à menor área em produção, reflexo dos preços do produto, da inversão da bienalidade em algumas regiões, como na Zona da Mata de Minas, e do clima adverso (geadas que atingiram o Paraná).

O ministro da Agricultura, Antônio Andrade, comemorou a queda na estimativa da safra. Segundo ele, os baixos preços desestimularam os produtores a investir e esse recuo na produção está elevando os preços.

Já o IBGE estima que a safra 2014 será menor, quando deveria ser mais volumosa, no ciclo de alta da cultura, que alterna ano de boa produtividade com outro de menor rendimento. Para o instituto, a produção de arábica deverá recuar 1,9%, para 2,227 milhões de toneladas (37,83 milhões de sacas de 60 quilos). Já a colheita de robusta deverá crescer 11,6%, para 722 mil toneladas (12,03 milhões de sacas).

Nesta semana, a Volcafe estimou a safra brasileira de café 2014/15 em 51 milhões de sacas, 11% abaixo da previsão anterior de 57,2 milhões de sacas. Já a trading Ecom projeta a mesma colheita em 60 milhões de sacas.

O presidente da Cooxupé, com sede em Guaxupé (MG), Carlos Alberto Paulino da Costa, diz que o levantamento da Conab “subavaliou” a produção de café conilon, estimada pelo mercado em 14 milhões a 15 milhões de sacas, ante os 11,46 milhões a 12,62 milhões de sacas projetadas pela autarquia.

A cooperativa ainda não divulgou o levantamento de safra na sua região de atuação. Mas Costa informa que a produção no Sul de Minas será menor. Entre 17% e 20% das lavouras da região sofreram esqueletamento (poda drástica) para reduzir custos diante dos preços baixos do grão.

Fonte: Carine Ferreira e Bettina Barros, Valor Econômico

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