O clima continua afetando diretamente a produção agrícola do país. E sobre café arábica, não é diferente. Segundo presidente da Cooperativa de Produtores de Guaxupé (Cooxupé), Carlos Alberto Paulino da Costa, neste ano, as altas temperaturas deixaram os grãos menores. “A safra vai quebrar porque nesse ano os grãos estão muito pequenos. Para se ter uma ideia, os que são os grãos maiores e mais valiosos, e que as empresas de cafés especiais preferem, normalmente respondem a 30% das amostras de café. Esse ano, chegam a 22%”, disse ele, durante evento da cooperativa realizado em São Paulo, nesta terça-feira (25/8).
Costa acredita que não foi a seca que prejudicou a produção, mas o calor (temperaturas médias em torno de 35°C em dezembro e janeiro), já que o problema aconteceu mesmo nas áreas irrigadas como no Cerrado, onde 50% das lavouras são irrigadas. A solução, segundo o executivo, não vem dos homens, mas do céu. “É só rezar para São Pedro mesmo”, afirma com uma dose de superstição e religiosidade.
Presidente da Cooxupé, Carlos Alberto Paulino da Costa, diz que altas temperaturas foram cruciais para as lavouras (Foto: Marcelo Min/Ed. Globo)
Há lugares onde o problema é ainda maior. “Nas zonas mais altas, de 800 a 900 metros, o problema é menor. Tem, mas não tão grave. Nas mais baixas, de 700 e 800 metros, as plantas sofrem mais. Por isso acredito que seja a temperatura”, teoriza.
A cooperativa espera colher o mesmo volume de café registrado no ano passado, entre 8,5 milhões a 9 milhões de sacas. O resultado de 2015 será mantido graças à maior adesão de cooperados, que aumentou em 15%. Se não fosse isso, haveria uma queda na produção da Cooxupé.
Entretanto, esses números ainda não são os definitivos. “A previsão foi feita em setembro de 2014. Ainda faremos um novo balanço, já que não estava prevista essa queda. Todo mundo está falando em quebra. Um (produtor) diz que é 10%, outro 20%, 30%. O agricultor, enquanto não acaba a colheita, fica chutando (as estimativas da safra). Nós não podemos falar, temos responsabilidade. São quatro mil propriedades para acompanhar”, finaliza.
Fonte: Redação Globo Rural (Teresa Raquel Bastos)
As altas temperaturas registradas em dezembro e janeiro deixaram os grãos menores e foram apontadas pelo executivo como principais vilãs da produção
Por Teresa Raquel Bastos, de São Paulo (SP)
O clima continua afetando diretamente a produção agrícola do país. E sobre café arábica, não é diferente. Segundo presidente da Cooperativa de Produtores de Guaxupé (Cooxupé), Carlos Alberto Paulino da Costa, neste ano, as altas temperaturas deixaram os grãos menores. “A safra vai quebrar porque nesse ano os grãos estão muito pequenos. Para se ter uma ideia, os que são os grãos maiores e mais valiosos, e que as empresas de cafés especiais preferem, normalmente respondem a 30% das amostras de café. Esse ano, chegam a 22%”, disse ele, durante evento da cooperativa realizado em São Paulo, nesta terça-feira (25/8).
Costa acredita que não foi a seca que prejudicou a produção, mas o calor (temperaturas médias em torno de 35°C em dezembro e janeiro), já que o problema aconteceu mesmo nas áreas irrigadas como no Cerrado, onde 50% das lavouras são irrigadas. A solução, segundo o executivo, não vem dos homens, mas do céu. “É só rezar para São Pedro mesmo”, afirma com uma dose de superstição e religiosidade.
Há lugares onde o problema é ainda maior. “Nas zonas mais altas, de 800 a 900 metros, o problema é menor. Tem, mas não tão grave. Nas mais baixas, de 700 e 800 metros, as plantas sofrem mais. Por isso acredito que seja a temperatura”, teoriza.
A cooperativa espera colher o mesmo volume de café registrado no ano passado, entre 8,5 milhões a 9 milhões de sacas. O resultado de 2015 será mantido graças à maior adesão de cooperados, que aumentou em 15%. Se não fosse isso, haveria uma queda na produção da Cooxupé.
Entretanto, esses números ainda não são os definitivos. “A previsão foi feita em setembro de 2014. Ainda faremos um novo balanço, já que não estava prevista essa queda. Todo mundo está falando em quebra. Um (produtor) diz que é 10%, outro 20%, 30%. O agricultor, enquanto não acaba a colheita, fica chutando (as estimativas da safra). Nós não podemos falar, temos responsabilidade. São quatro mil propriedades para acompanhar”, finaliza.