Publicação: 29/10/07
ELIZABETH OLIVEIRA DO JORNAL DO COMMERCIO
A safra de café do ano que vem que, era estimada pelo mercado em 50 milhões de sacas de 60 quilos, deve cair entre 20% e 30%, em função da estiagem que afetou áreas de plantio, este ano, sobretudo em Minas Gerais, o maior produtor do Brasil. A colheita nas lavouras mineiras, que deveria chegar a 14 milhões de sacas, na Região Sul daquele estado, deve sofrer uma queda de 35% a 40%. Os números foram informados pelo presidente do Conselho Nacional do Café (CNC), Gilson Ximenes, com base em um levantamento que a entidade realizou há pouco mais de uma semana, entre os produtores, com apoio da Universidade Federal de Lavras (MG) e da Emater.
“A situação é grave, pelo que tivemos a oportunidade de confirmar junto aos produtores. Mesmo que chova muito de agora em diante, não vai ser possível evitar a quebra de safra, porque até setembro não choveu o suficiente para garantir o bom desenvolvimento das plantas. Agora pode até haver uma boa floração, mas como faltou água em um período decisivo, essa floração aborta”, explicou o presidente do CNC.
dólar.
Ximenes afirmou que o Conselho está preocupado com a situação dos produtores que, prejudicados pela desvalorização do real frente ao dólar, já vêm negociando a produção por preços abaixo do custo. “A questão da baixa rentabilidade é preocupante. Aguardamos o comportamento do mercado, em relação aos preços, nos próximos dias. Eles chegaram até a subir um pouco nas últimas semanas, em função de perspectivas de quebra de safra que vinham sendo divulgadas. Depois, devido a algumas chuvas, voltaram a cair. Agora vamos observar como ficará a situação”, afirmou o presidente do Conselho.
Apesar do nervosismo do mercado e das últimas notícias dando conta de perspectivas de quebra da safra no ano que vem, o diretor-geral do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), Guilherme Braga, considera que ainda é cedo para assegurar que haverá prejuízos para a próxima colheita, em meados de 2008. Segundo o executivo, é preciso aguardar pelo menos, mais 15 dias, para ter um retrato mais fiel da situação a partir do período de floração das plantações.
O receio do mercado em relação à colheita no ano que vem, segundo Braga, é que este ano o volume colhido deve ser de 32 milhões de sacas, ante 45 milhões colhidas em 2006 . As exportações deste ano devem chegar a 25 milhões de sacas, o que representaria uma redução de até 3 milhões de sacas em relação ao ano passado.
Embora haja queda na produção e no volume exportado, em função da bianualidade, fenômeno que faz com que uma safra seja maior em um ano e menor em outra (em função de debilidade na estrutura da planta), há expectativa de que a receita das vendas externas, deste ano, não sofra grandes alterações em relação aos US$ 3,5 bilhões do ano passado. Isso ocorre em função de uma melhora na cotação do produto no mercado externo.
Há pouco mais de duas semanas, no auge da preocupação do mercado com a perspectiva de quebra de safra, os preços do café arábica que chegaram a oscilar, entre US$ 1,10 e US$ 1,15, por libra peso, alcançaram US$ 1,40. Na semana passada, na Bolsa de Nova York, a cotação do café girava em torno de US$ 1,25.
RECEITA HISTÓRICA.
Entre outubro de 2006 e setembro de 2007, a receita das exportações brasileiras de café chegou ao nível de US$ 3,77 bilhões, a maior da história. O crescimento no acumulado dos 12 meses foi de 25,4% em relação ao período anterior. De acordo com os números divulgados pelo Cecafé, no período o Brasil exportou 28,7 milhões de sacas, volume 13% maior que o embarcado nos 12 meses anteriores (25,4 milhões de sacas). “O crescimento da receita com as exportações reflete a melhora observada no preço médio da saca embarcada, que subiu de US$ 118,94 em setembro de 2006 para US$ 137,99 em setembro último”, informou Braga.
Nos primeiros nove meses deste ano, a receita das exportações de café totalizou US$ 2,72 bilhões, um acréscimo de 21,2% em relação a igual período do ano passado. Já o volume embarcado entre janeiro e setembro últimos somou 20,2 milhões de sacas, uma elevação de 7,4% quando comparado a igual período de 2006.
Já em setembro deste ano, último balanço divulgado pelo Cecafé, o Brasil exportou 2,2 milhões de sacas, volume 12,1% menor que o registrado em igual mês do ano passado. Esse foi um reflexo da redução da produção brasileira na atual safra. Segundo o balanço, apesar da redução no volume embarcado, a receita com as exportações cresceu 2%, atingindo US$ 305 milhões.
Os principais mercados do café brasileiro são a Alemanha e os Estados Unidos, para onde foram exportados neste ano 3,52 milhões e 3,24 milhões de sacas, respectivamente, com crescimento de 5,9% e 2,6% em relação aos nove primeiros meses de 2006.
ECONOMIA
29/10/2007
ELIZABETH OLIVEIRA
DO JORNAL DO COMMERCIO
A safra de café do ano que vem que, era estimada pelo mercado em 50 milhões de sacas de 60 quilos, deve cair entre 20% e 30%, em função da estiagem que afetou áreas de plantio, este ano, sobretudo em Minas Gerais, o maior produtor do Brasil. A colheita nas lavouras mineiras, que deveria chegar a 14 milhões de sacas, na Região Sul daquele estado, deve sofrer uma queda de 35% a 40%. Os números foram informados pelo presidente do Conselho Nacional do Café (CNC), Gilson Ximenes, com base em um levantamento que a entidade realizou há pouco mais de uma semana, entre os produtores, com apoio da Universidade Federal de Lavras (MG) e da Emater.
“A situação é grave, pelo que tivemos a oportunidade de confirmar junto aos produtores. Mesmo que chova muito de agora em diante, não vai ser possível evitar a quebra de safra, porque até setembro não choveu o suficiente para garantir o bom desenvolvimento das plantas. Agora pode até haver uma boa floração, mas como faltou água em um período decisivo, essa floração aborta”, explicou o presidente do CNC.
dólar. Ximenes afirmou que o Conselho está preocupado com a situação dos produtores que, prejudicados pela desvalorização do real frente ao dólar, já vêm negociando a produção por preços abaixo do custo. “A questão da baixa rentabilidade é preocupante. Aguardamos o comportamento do mercado, em relação aos preços, nos próximos dias. Eles chegaram até a subir um pouco nas últimas semanas, em função de perspectivas de quebra de safra que vinham sendo divulgadas. Depois, devido a algumas chuvas, voltaram a cair. Agora vamos observar como ficará a situação”, afirmou o presidente do Conselho.
Apesar do nervosismo do mercado e das últimas notícias dando conta de perspectivas de quebra da safra no ano que vem, o diretor-geral do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), Guilherme Braga, considera que ainda é cedo para assegurar que haverá prejuízos para a próxima colheita, em meados de 2008. Segundo o executivo, é preciso aguardar pelo menos, mais 15 dias, para ter um retrato mais fiel da situação a partir do período de floração das plantações.
O receio do mercado em relação à colheita no ano que vem, segundo Braga, é que este ano o volume colhido deve ser de 32 milhões de sacas, ante 45 milhões colhidas em 2006 . As exportações deste ano devem chegar a 25 milhões de sacas, o que representaria uma redução de até 3 milhões de sacas em relação ao ano passado.
Embora haja queda na produção e no volume exportado, em função da bianualidade, fenômeno que faz com que uma safra seja maior em um ano e menor em outra (em função de debilidade na estrutura da planta), há expectativa de que a receita das vendas externas, deste ano, não sofra grandes alterações em relação aos US$ 3,5 bilhões do ano passado. Isso ocorre em função de uma melhora na cotação do produto no mercado externo.
Há pouco mais de duas semanas, no auge da preocupação do mercado com a perspectiva de quebra de safra, os preços do café arábica que chegaram a oscilar, entre US$ 1,10 e US$ 1,15, por libra peso, alcançaram US$ 1,40. Na semana passada, na Bolsa de Nova York, a cotação do café girava em torno de US$ 1,25.
RECEITA HISTÓRICA. Entre outubro de 2006 e setembro de 2007, a receita das exportações brasileiras de café chegou ao nível de US$ 3,77 bilhões, a maior da história. O crescimento no acumulado dos 12 meses foi de 25,4% em relação ao período anterior. De acordo com os números divulgados pelo Cecafé, no período o Brasil exportou 28,7 milhões de sacas, volume 13% maior que o embarcado nos 12 meses anteriores (25,4 milhões de sacas). “O crescimento da receita com as exportações reflete a melhora observada no preço médio da saca embarcada, que subiu de US$ 118,94 em setembro de 2006 para US$ 137,99 em setembro último”, informou Braga.
Nos primeiros nove meses deste ano, a receita das exportações de café totalizou US$ 2,72 bilhões, um acréscimo de 21,2% em relação a igual período do ano passado. Já o volume embarcado entre janeiro e setembro últimos somou 20,2 milhões de sacas, uma elevação de 7,4% quando comparado a igual período de 2006.
Já em setembro deste ano, último balanço divulgado pelo Cecafé, o Brasil exportou 2,2 milhões de sacas, volume 12,1% menor que o registrado em igual mês do ano passado. Esse foi um reflexo da redução da produção brasileira na atual safra. Segundo o balanço, apesar da redução no volume embarcado, a receita com as exportações cresceu 2%, atingindo US$ 305 milhões.
Os principais mercados do café brasileiro são a Alemanha e os Estados Unidos, para onde foram exportados neste ano 3,52 milhões e 3,24 milhões de sacas, respectivamente, com crescimento de 5,9% e 2,6% em relação aos nove primeiros meses de 2006.