13/10/2012
Este ano, de acordo com dados da Confederação Nacional de Abastecimento (Conab), a safra brasileira de café deverá ser de 50,48 milhões de sacas beneficiadas – a maior já produzida no País.
O volume representa um crescimento de 16,1% em comparação com a safra de 2011. O resultado se deve, entre outros fatores, aos investimentos realizados pelos produtores e ao ano de bienalidade positiva da safra do café da espécie arábica, que representa 75,2% de toda produção nacional.
Mesmo com o recorde, o analista do Mercado de Café da Conab, Jorge Damião Queiroz, afirma que existem motivos para se preocupar. “Esta é uma safra histórica, mas nós temos uma previsão de consumo interno para este ano de 18,5 milhões de saca e de exportação de 31,5 milhões de saca, o que já atinge os 50 milhões. É um resultado bastante justo”, explicou o analista. Atualmente, o Brasil é o maior produtor e exportador do grão e o segundo maior consumidor do produto no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos da América (EUA).
Segundo Queiroz, isso acontece porque a oferta do produto não está conseguindo acompanhar a demanda de consumo. Isso porque o desenvolvimento dos países emergentes proporciona a inserção de novas pessoas no mercado de trabalho, o que eleva a procura por commodities. “O mercado consumidor aumentou muito nesses últimos anos. A demanda global sobe 1,5% ao ano, o que ainda é bastante conservador”, observou.
Em 2013, ano de bienalidade negativa na safra do café de espécie arábica, a produção brasileira deverá diminuir. “Com isso, teremos um número menor de sacas de café para um mercado no qual a oferta já está apertada frente à demanda. Isso poderá se expressar em termos de aumento de preço, de cotação”, concluiu Queiroz.