Antonio Sergio | Revista Cafeicultura
A safra de café de 2025 está ameaçada por um dos piores déficits hídricos da história. A escassez de chuvas tem afetado duramente todas as regiões cafeeiras, como Cerrado Mineiro, Sul de Minas e Alta Mogiana em São Paulo, sem poupar nenhuma área. O clima extremamente seco e as intensas ondas de calor criaram um cenário crítico para as lavouras. As plantas de café estão em um estresse hídrico severo, com muitas delas, especialmente aquelas com sistemas radiculares mais superficiais, morrendo pela falta de água. O impacto desse fenômeno é visível em plantações de todos os portes, e o futuro da safra de 2025 já se encontra comprometido.
O próximo desafio será quantificar a magnitude dessa quebra de safra. Embora ainda não seja possível medir com precisão o volume de perdas, os primeiros sinais indicam que a redução será significativa. O problema não está apenas nas plantas que já estão secando, mas também na florada atual. Sem umidade adequada, muitas das flores podem não se transformar em frutos, o que adiciona mais incerteza ao cenário.
Outro fator preocupante é o estresse que as plantas estão enfrentando. Além da desidratação, as lavouras que produzem um excesso de café neste ciclo encontram dificuldades ainda maiores para sustentar seu desenvolvimento saudável. Com a combinação do déficit hídrico, calor extremo e uma alta carga produtiva, o café está sofrendo um desgaste acelerado, resultando em plantas enfraquecidas e menor potencial produtivo para a próxima safra.
Esse cenário exige atenção tanto dos produtores quanto dos compradores e corretores do mercado futuro de café. A incerteza quanto ao volume da produção de 2025 coloca em evidência a necessidade de acompanhar de perto os desdobramentos climáticos e os impactos nas lavouras. O desafio agora é medir o impacto real e se preparar para um ciclo de menor oferta no mercado global de café.