Safra 2015/16 de arábica não deve ultrapassar 27 milhões de sacas, diz especialista

Notícias Agrícolas 14/08/2014


João Batista Olivi / Jhonatas Simião


Safra 2015/16 de arábica deve ficar entre 24 e 27 milhões de sacas. Além da bianualidade, produção refletirá o estresse hídrico, abortamento da florada fora de época e a prioridade de desenvolvimento do sistema radicular em vez da parte aérea da planta, após as primeiras chuvas da primavera.


Em entrevista ao apresentador do Mercado & Cia, João Batista Olivi, o professor da Universidade Federal de Lavras e especialista em fisiologia do café, José Donizete Alves, destacou a queda na safra 2015/16 de café arábica, que deve resultar em produção entre 24 e 27 milhões de sacas.


A safra que já seria menor devido à bianualidade será intensificada pelo estresse hídrico, abortamento da florada fora de época e prioridade para desenvolvimento do sistema radicular da planta.


“Pelos meus cálculos devido ao ciclo bienal da cultura, no próximo ano teríamos uma safra por volta de 30 milhões de sacas. Entretanto, dado a essas intempéries do início do ano, a bianulidade será aumentada o que implica dizer que a queda será maior do que estávamos esperando, ficando em cerca de 24 e 27 milhões de sacas”, afirma o especialista em fisiologia.


Para Donizete, a florada fora de época já era esperada pelos produtores, mas não deve acrescentar produtividade a próxima safra. “As floradas aconteceram devido à entrada de uma frente fria que aumentou a umidade relativa do ar, desencadeando a florada precoce. Mas essas floradas não vão vingar devido a dois fatores principais, a falta de água no solo e as temperaturas baixas”, afirma.


Outro fator que também deve impactar a produção será a prioridade do desenvolvimento do sistema radicular da planta em vez da parte aérea. “As raízes do cafeeiro crescem entre abril e agosto, quando se tem um volume de água adequado no solo. Mas a seca intensa entre janeiro, fevereiro e março gerou um déficit hídrico profundo”. Segundo o professor em determinadas regiões a planta está em ponto de murcha permanente.


Essa realidade só deve mudar em setembro, quando volta a chover, mas haverá competição por energia entre a raiz e a parte aérea da planta. “Em setembro, o sistema radicular vai começar a crescer, mas nesta época a parte aérea deveria estar em desenvolvimento, então haverá uma competição na planta pela energia da raiz e da parte aérea, e neste caso, quem vai perder é a parte aérea”, ressalta. Deve haver queda de folhas, flores e frutos chumbinhos, combinando com uma seca de ponteiro acentuada.


 

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