Sábado é o Dia Nacional do Café

Neste sábado, dia 24 de maio, será comemorado o Dia Nacional do Café, data que deve ser lembrada pela importância da cafeicultura para o País. No entanto, o presidente da Comissão Nacional do Café da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Breno Pereira de Mesquita, não vê tantos motivos para comemorar. Na sua avaliação, o setor sofre com a falta de renda – não por escassez de produtividade, que dobrou de dez para 20 sacas por hectare em dez anos –, mas pelas políticas macroeconômicas adotadas pelo Governo.

“Por conta da valorização brutal do real frente ao dólar, o País perdeu competitividade e nossos adversários trabalham com um horizonte muito melhor do que o nosso”, explica Mesquita referindo-se à Colômbia e ao Vietnã, principais concorrentes do Brasil na produção de café arábica e robusta, respectivamente.

Apesar do problema da rentabilidade, Breno Mesquita destaca que o cafeicultor se profissionalizou e aprendeu a produzir café de qualidade. Por conta disso, enfatiza, o consumo do produto nos últimos anos cresceu a taxas superiores a 5% ao ano. O Brasil é o maior produtor mundial e, em 2007, produziu 33,7 milhões de sacas. Segundo os últimos dados divulgados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a estimativa de safra para este ano é de 45,54 milhões de sacas de 60 quilos, 35% a mais que a safra anterior. O País também é o maior exportador do mundo e vendeu, no ano passado, US$ 3,8 bilhões.

Breno Mesquita frisa ainda que o principal objetivo a ser alcançado para que o setor se profissionalize ainda consiste na gestão racional dos seus custos de produção. Para que isso se concretize, ele lembra o trabalho desenvolvido desde o ano passado pela CNA: o Projeto Campo Futuro, que permite a capacitação de produtores para gerir os custos de sua atividade e operar no mercado futuro. “É preciso que o cafeicultor busque essas janelas, que vão fazer diferença para permanecer na atividade”.