Ruralistas barganham para aprovar CPMF

Publicação: 15/08/07

15 de agosto de 2007 | Sem comentários Comércio Mercado Interno
Por: VALOR ECONÔMICO

A julgar pelos discursos inflamados e as ameaças abertas, o governo federal terá que tratar com especial atenção as demandas da bancada ruralista para conseguir a renovação da CPMF no Congresso. Além de mais uma rodada de renegociação das dívidas rurais, o Executivo enfrentará também as exigências de medidas compensatórias para amenizar os efeitos da desvalorização cambial no setor rural. “Vamos aproveitar essa oportunidade única da CPMF para negociar com o governo”, avisou o presidente da Comissão de Agricultura da Câmara, Marcos Montes (DEM-MG).


Em audiência pública, ontem, na Câmara, os parlamentares obtiveram o reforço de lideranças rurais para reivindicar alterações nas políticas para o setor. “Não vamos aprovar nada enquanto o governo não oferecer alguma compensação para essa política que está matando o setor”, disse o deputado Moacir Micheletto (PMDB-PR).


Há um ano fora do governo, o ex-ministro Roberto Rodrigues pediu a redução mais rápida na taxa básica de juros (Selic), a redução da carga tributária via incentivos fiscais, estímulo à proteção (hedge) cambial em mercados futuros e investimentos em logística e infra-estrutura de transportes. “Essa situação pode piorar com o investment grade que vai trazer mais dólares. Há quem fale num câmbio a R$ 1,70 ou abaixo disso”, disse.


O presidente da Sociedade Rural Brasileira, Cesário Ramalho, rejeitou a exigência de um “câmbio verde”, mas reafirmou a necessidade de debater isenções tributárias para ajudar o setor a sair de uma “penúria cambial”.


Apesar das pressões, indicadores do Centro de Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da USP, mostram ser relativo o efeito negativo do câmbio sobre as exportações do setor. Na comparação entre os primeiros três meses de 2006 e de 2007, o índice de atratividade das vendas do agronegócio, que mede a rentabilidade das exportações, aumentou 12%. “Houve uma melhora nos preços em reais recebidos pelos exportadores”, disse o professor Geraldo SantAna Barros. (MZ) 

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