Alexandre Inacio | De São Paulo 15/12/2010
O agronegócio pode ter em 2011 a maior representatividade política no Poder Executivo já registrada desde a \”invenção\” da agricultura tropical, com a criação da Embrapa, em 1972. A avaliação é do presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB), Cesário Ramalho, que enxerga nos interlocutores do setor em Brasília importante canal para permitir o crescimento do setor nos próximos anos.
\”Há seis anos a agricultura brasileira não cresce. As safras oscilam conforme as condições climáticas e as tecnologias aplicadas, mas não houve nenhuma expansão de área representativa nesse período\”, disse Ramalho. Ele atribuiu a dificuldade em crescer às limitações impostas por decisões de caráter ambiental e à insegurança jurídica gerada por invasões de terras.
Segundo Ramalho, uma das grandes fraquezas do agronegócio em todo país – a dificuldade de ser ouvido pelas instâncias mais altas do Executivo – tende a ser, pelo menos em parte, superada a partir da gestão da presidente Dilma. Ele afirmou que o setor mantém um bom relacionamento Antonio Palocci, nome já indicado para assumir a Casa Civil. O vice-presidente Michel Temer também é considerado um importante elo entre o setor e a presidência da República.
\”O agronegócio precisa ter um poder político semelhante a seu poder econômico. \”Queremos que a presidente Dilma valorize o setor, o Ministério da Agricultura e nesse sentido foi importante o fato de ela ter mantido o [Wagner] Rossi no cargo\”, disse Ramalho.
Em encontro com Rossi, na semana passada, Ramalho elencou dois pontos mais críticos que precisam ganhar ênfase na gestão do ministro no próximo governo. O primeiro são as discussões relacionadas ao meio ambiente, entre as quais a necessidade de recompor as reservas, mesmo para propriedades que desmataram antes mesmo da lei. O segundo ponto envolve as questões relacionadas ao MST e ao índice de produtividade.