13/08/2010 11:08:41 – Aduaneiras
Restrições
Wagner Rossi, ministro da Agricultura, voltou ontem a acusar a União Europeia (UE) de barrar produtos brasileiros. De acordo com Rossi, o Brasil enfrenta dificuldades para ampliar suas exportações agrícolas para o bloco devido a pressões dos produtores europeus. \”Apesar de ter um peso econômico menor, o setor agropecuário tem força política nos países europeus, onde fazem muita pressão\”, afirmou o ministro.
O Brasil é um dos maiores provedores agrícolas mundiais, mas a crise econômica mundial fez com que a Europa \”apertasse o cinto\” e reduzisse sua demanda, acrescentou Rossi.
O governo brasileiro confia em que um acordo de livre-comércio entre o Mercosul e a UE possa colocar um fim às restrições europeias às exportações agrícolas do País. As negociações para esse acordo foram retomadas recentemente após vários anos estagnadas, mas ainda sofrem a pressão dos produtores agrícolas brasileiros.
Com relação aos Estados Unidos, Rossi lamentou a falta de acordos que facilitem o comércio em alguns casos específicos, em referência principalmente ao etanol. Apesar de ser mais econômico e produtivo, o etanol de cana-de-açúcar do Brasil sofre restrições no mercado americano, que produz o biocombustível a base de milho e mantém \”certo grau de protecionismo\”.
O ministro também se referiu às limitações que o setor agropecuário enfrenta como consequência da valorização do real frente ao dólar. Segundo Rossi, apesar de \”ganhar em produção, o Brasil perde na comercialização internacional\” pela valorização de sua moeda frente ao dólar.
O Brasil exportou US$ 68 bilhões em produtos agropecuários entre julho do ano passado e junho de 2010, número que não chega a bater o recorde de 2008 (julho de 2007 e junho de 2008), com US$ 71,9 bilhões. \”O clima e o preço de produtos como o café e a soja são fatores que não podemos controlar, mas em um ano normal nós passaríamos esse recorde de exportação\”, explicou Rossi.
A agropecuária constitui 26% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e 42% de suas exportações, que têm 215 países como destino.
Fonte: Diário do Comércio e Indústria