Rondônia e o seu Agronegócio refém dos Cartéis

Por: RONDÔNIA AO VIVO

18/01/2010 

O Estado de Rondônia possui aproximadamente 120 mil propriedades rurais em plena atividade produtiva envolvendo a pecuária de corte e de leite, a cafeicultura, a suinocultura e outras inerentes a “agricultura familiar” espalhadas pelos 52 municípios. Como exemplo mundial de colonização, Rondônia tem um projeto de assentamento agrícola espelhado nas pequenas e médias propriedades rurais, que na sua grande maioria, as atividades são tocadas pelas próprias famílias. O sucesso vem justamente deste modelo e pelos esforços e pioneirismo destes brasileiros que tiveram muita perseverança e coragem em seus empreendimentos.


Graças ao nosso modelo de ocupação da terra no Estado, somos auto suficientes em quase tudo, (arroz, feijão, milho, hortifrutigranjeiros, carnes, peixes, leite e seus derivados) formando com isso uma base alimentar bem diversificada, muito importante para atender as demandas de consumo interno e em alguns setores, somos grandes exportadores de alimentos e seus derivados.


Boa parte dos 52 municípios rondoniense tem a sua economia local baseada e comprometida diretamente com a produção agrícola de café, feijão, gado, leite e suínos. Acontece que a comercialização desta gama de produção ainda cai nas mãos de atravessadores e de “Cartéis” da carne bovina, do leite e do café.


O governo do Estado desenvolveu algumas medidas para atrair novos empreendimentos ligados ao agronegócio e criou incentivos fiscais para fomentar o surgimento de empreendedores regionais. Porém, estamos assistindo novamente os grandes grupos empresarias nacionais e internacionais comprando as médias e grandes fabricas e com isso, gerando novamente o chamado “Cartel” de compra do boi gordo, do leite, do couro, do café e de seus derivados. O produtor rondoniense volta a ficar refém dessas indústrias e atravessadores, que combinam preço mínimo ou em alguns setores são donos de 90% das unidades de industrialização.


A Assembléia Legislativa do Estado de Rondônia também lutou para quebrar os “cartéis”, a formação de preço mínimo ao produtor através de uma CPI, mas os resultados não foram nada satisfatórios para os nossos colonos, que continuam trabalhando muito e ainda são remunerados bem abaixo dos custos de suas produções.


Nessa lambança toda onde o “mercado é que determina o preço mínimo”, salvou o feijão pelo preço pago pela CONAB e a nossa melancia dos ribeirinhos do Rio Madeira pela qualidade e sazonalidade. A grande verdade é que a agricultura brasileira e rondoniense é de excelente produtividade e qualidade, porém, está nas mãos dos grandes cartéis de processamento agroindustrial, que em alguns péssimos exemplos, usam e abusam do poder de compra da produção agrícola.


O governo Estadual e Federal tem que impor regras mais severas para combater os cartéis, cortar os incentivos fiscais e creditícios oficiais daqueles grupos industriais que praticam os chamados “cartéis de preços mínimos” e buscar incentivar as cooperativas de processamento, dando aos produtores rurais novas alternativas de comercialização das suas produções. “Com relação às Cooperativas de processamento de alimentos, essas, não poderão ser compradas ou incorporadas pelas empresas concorrentes”.


A grande verdade é que a maioria dos “Congressistas”, deputados e senadores são eleitos pelos seus populismos e pela força do dinheiro que possuem e quando chegam ao poder, não tem idéias e muito menos projetos sociais próprios e capaz de regulamentar os mercados ou então, são políticos alimentados financeiramente nas suas campanhas eleitorais pelos “Cartéis” e não podem defender os interesses dos setores agrícolas e muito menos da população. * O autor é jornalista e suplente de deputado federal pelo PSB-RO.

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