29/05/15
Estado de Rondônia apresenta a terceira melhor performance do país no índice de Gini, que mede a desigualdade social, tem a maior renda per capita do Norte e Nordeste, a quarta melhor relação de número de habitantes e leitos hospitalares do país e o quinto menor déficit habitacional. Segundo o governo estadual, comandado por Confúcio Moura (PMDB), a economia cresce a um ritmo de 7% ao ano desde 2010.
A Federação das Indústrias do Estado de Rondônia (Fiero) informa que a atividade industrial cresceu 9% na soma dos últimos dois anos, alcançando R$ 5,9 bilhões em 2014, e estima um crescimento de 2% em 2015. As exportações totalizaram US$ 1,08 bilhão no ano passado, após um crescimento de 4%, estabelecendo o Estado como o 15o maior exportador do país, conforme dados do Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior.
Marcelo Thomé da Silva Almeida, presidente da Fiero, diz que a expansão do agronegócio impulsiona a economia local e cria oportunidades para a indústria. Uma política do governo estadual de incentivo à correção do solo, por meio da implantação de seis usinas de calcário, informa Almeida, permitiu ao agronegócio ocupar terras de desmatamento antigo e que estavam abandonadas. “Ainda temos grande potencial de expansão sem derrubar matas”, diz
Em 2005 Rondônia cultivou 75 mil hectares de soja. Em 2014, já eram 191 mil hectares, 154% a mais, com uma produção de 613 mil toneladas. Para 2015, a estimativa é de um novo crescimento de 20%. O Estado é o quinto produtor nacional de café, tendo colhido 1.477,3 mil sacas em 2014, com alta de 9,18% em relação ao ano anterior. A produção de arroz e milho também está em expansão.
Em 2014 o rebanho bovino cresceu meio milhão de cabeças e chegou a 12,75 milhões. As exportações de carne geraram receitas de US$ 600 milhões ao Estado.
Outra atividade importante é a mineração de cassiterita, que superou 10 mil toneladas em 2014, e seu processamento para a produção de estanho. A mineração gerou R$ 6,19 milhões em royalties ao Estado em 2014 e proporcionou uma receita com exportações de estanho de US$ 21 milhões.
Almeida diz que a federação das indústrias e o governo estadual trabalham no desenvolvimento de arranjos produtivos para a industrialização da produção agropecuária. “Estamos identificando as melhores oportunidades, com o intuito de atrair investimentos em áreas que temos vocação como laticínios, beneficiamento de madeira, couro e soja”, diz.
George Braga, secretário de Planejamento e Gestão de Rondônia, diz que a meta é lançar em 2016 um polo industrial em um terreno de 200 hectares. “Temos tudo que um empresário necessita, terra, água, energia, acesso fácil a matéria- prima e incentivos fiscais”, diz.
Marcelo Almeida afirma, porém, que Rondônia precisa superar dois gargalos que limitam seu potencial econômico. Um deles é o custo da energia que, pelos cálculos da Fiero, é 6,9% acima da média nacional. A expectativa do empresário é que a entrada em operação plena das hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau, no rio Madeira, proporcionem segurança energética e também redução de custos.
Outro problema é a logística precária. Entre as prioridades apontadas por Almeida está modernizar e ampliar o porto de Porto Velho, dotando-o de estrutura adequada para a movimentação de contêineres frigoríficos. “Hoje a exportação da carne se dá principalmente por Santos (SP), para onde é levada por carretas, devido à falta de estrutura portuária local”, diz. Outra prioridade é realizar a dragagem e sinalização do rio Madeira, garantindo a navegabilidade o ano inteiro.
George Braga diz que a adequação da hidrovia de 1.060 km ligando Porto Velho a Itacoatiara, perto de Manaus, permitiria queda de 40% nos custos do transporte da produção agropecuária do Estado.