Rodrigues diz não ficar no cargo em 2007 “nem que a vaca tussa”

O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, descartou ontem em Ribeirão Preto a permanência em um eventual segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Apesar dos elogios de diretores de associações do setor agrícola em toda a solenidade de abertura do evento, Rodrigues afirmou que não permanece no governo: “Nem que a vaca tussa [eu continuo], como diziam lá na roça”.

O ministro afirmou que nos últimos 40 anos se dedicou à agricultura brasileira porque é “movido a esperança”.

“Termino este governo e minha missão está cumprida”, afirmou o ministro.

Rodrigues disse que dedicou toda a sua vida ao setor agrícola não por carinho mas por “convicção” de que a agricultura é a locomotiva do Brasil. “[É] o único setor que tem condições de alavancar o país”, disse Rodrigues.

Na abertura da feira, o ministro afirmou que todos os problemas referentes à agricultura não são inerentes à sua pasta, como câmbio, juros altos, falta de recursos, logística de transporte em portos, invasões de terra, ambiente e seca. “Nada é comigo, mas a crise é comigo. Temos que lutar para minimizar a crise atual e garantir que outras crises não ocorrerão.”

Rodrigues disse ainda que aprendeu na agricultura que nunca uma atividade deve ser iniciada quando os preços estão acima da média. E completou: “Também aprendi que nunca se deve ser ministro quando todas as culturas estão acima da média, porque depois elas vão cair e a crise vai se instalar. Mas a crise passará.”

Prioridades Segundo o ministro, as prioridades do plano de safra a ser lançado neste mês são conseguir mais dinheiro, de forma mais barata. Sérgio Magalhães, presidente da Agrishow, afirmou que Rodrigues impede que “bobagens” sejam feitas no governo federal. “Peço a Deus que ele não saia do ministério”, afirmou.

Sobre os elogios recebidos pelo setor ontem, em contraste com as críticas feitas à política econômica adotadas pelo governo federal, Rodrigues disse que é “chato lidar com isso”. (MT)