Carine Ferreira; Valor Economico
O café arábica continua a perder espaço na produção mundial da commodity para o robusta, negociado a preços mais baixos no mercado. No ano-safra internacional 2013/14, encerrado em setembro, a colheita da espécie menos nobre já representou 41,3% do volume total (59,9 milhões de sacas de 60 quilos), conforme dados divulgados pela Organização Internacional do Café (OIC) na semana passada.
Ainda que a crescente demanda por robusta em países emergentes ajude a explicar a tendência, em 2013/14 seu avanço foi “facilitado” pela menor produção de arábica no Brasil, em parte por causa da seca em regiões do Centro-Sul, e na América Central, em virtude de perdas provocadas pela doença conhecida como ferrugem. Houve um aumento da safra colombiana de arábica, mas que compensou apenas parcialmente esses recuos.
De qualquer forma, a escalada do robusta tem sido contínua. De acordo com a P&A Marketing Internacional, em 1980 sua participação na produção mundial de café era de 26%. No ciclo 2010/11, segundo a OIC, já havia chegado a 36,7%, e em 2012/13 alcançou 38,8%. Conforme Carlos Brando, sócio-diretor da P&A, em 2020 a fatia deverá chegar a 45%.
Ele lembra que o consumo de café tem crescido a taxas mais elevadas que a média mundial em mercados emergentes como China, Rússia e Leste Europeu. Em muitos casos, o incremento tem refletido uma “migração” do chá para o café solúvel, produzido sobretudo a partir da espécie robusta. Brando acrescenta que países produtores de café como a Indonésia, a Índia e o México também têm registrado consumos maiores, igualmente puxados pelo produto instantâneo.
“O grande arranque [do consumo de café] é o solúvel”, diz o especialistas. É preciso realçar, também, que a recente valorização do arábica, em função da seca no Brasil, ampliou a diferença de preços entre as duas espécies, o que incentiva uma substituição de arábica por robusta na fabricação de café torrado e moído. Essa tendência, acrescenta Brando, ganha força, ainda, com a progressiva melhora da qualidade do robusta e com o uso de tecnologias mais modernas no processo de torrefação.
É certo que, com a prolongada – e severa – estiagem no Brasil neste ano, a produção do país deverá ser prejudicada também em 2015, o que voltará a afetar a disponibilidade de arábica. Mas, com a expansão do robusta, é incerto o impacto desse problema no cenário mundial.
Valor Econômico
21/10/14
O café arábica continua a perder espaço na produção mundial da commodity para o robusta, negociado a preços mais baixos no mercado. No ano-safra internacional 2013/14, encerrado em setembro, a colheita da espécie menos nobre já representou 41,3% do volume total (59,9 milhões de sacas de 60 quilos), conforme dados divulgados pela Organização Internacional do Café (OIC) na semana passada.
Ainda que a crescente demanda por robusta em países emergentes ajude a explicar a tendência, em 2013/14 seu avanço foi “facilitado” pela menor produção de arábica no Brasil, em parte por causa da seca em regiões do Centro-Sul, e na América Central, em virtude de perdas provocadas pela doença conhecida como ferrugem. Houve um aumento da safra colombiana de arábica, mas que compensou apenas parcialmente esses recuos.
De qualquer forma, a escalada do robusta tem sido contínua. De acordo com a P&A Marketing Internacional, em 1980 sua participação na produção mundial de café era de 26%. No ciclo 2010/11, segundo a OIC, já havia chegado a 36,7%, e em 2012/13 alcançou 38,8%. Conforme Carlos Brando, sócio-diretor da P&A, em 2020 a fatia deverá chegar a 45%.
Ele lembra que o consumo de café tem crescido a taxas mais elevadas que a média mundial em mercados emergentes como China, Rússia e Leste Europeu. Em muitos casos, o incremento tem refletido uma “migração” do chá para o café solúvel, produzido sobretudo a partir da espécie robusta. Brando acrescenta que países produtores de café como a Indonésia, a Índia e o México também têm registrado consumos maiores, igualmente puxados pelo produto instantâneo.
“O grande arranque [do consumo de café] é o solúvel”, diz o especialistas. É preciso realçar, também, que a recente valorização do arábica, em função da seca no Brasil, ampliou a diferença de preços entre as duas espécies, o que incentiva uma substituição de arábica por robusta na fabricação de café torrado e moído. Essa tendência, acrescenta Brando, ganha força, ainda, com a progressiva melhora da qualidade do robusta e com o uso de tecnologias mais modernas no processo de torrefação.
É certo que, com a prolongada – e severa – estiagem no Brasil neste ano, a produção do país deverá ser prejudicada também em 2015, o que voltará a afetar a disponibilidade de arábica. Mas, com a expansão do robusta, é incerto o impacto desse problema no cenário mundial.
21/10/2014 – O café arábica continua a perder espaço na produção mundial da commodity para o robusta, negociado a preços mais baixos no mercado. No ano-safra internacional 2013/14, encerrado em setembro, a colheita da espécie menos nobre já representou 41,3% do volume total (59,9 milhões de sacas de 60 quilos), conforme dados divulgados pela Organização Internacional do Café (OIC) na semana passada.
Ainda que a crescente demanda por robusta em países emergentes ajude a explicar a tendência, em 2013/14 seu avanço foi “facilitado” pela menor produção de arábica no Brasil, em parte por causa da seca em regiões do Centro-Sul, e na América Central, em virtude de perdas provocadas pela doença conhecida como ferrugem. Houve um aumento da safra colombiana de arábica, mas que compensou apenas parcialmente esses recuos.
De qualquer forma, a escalada do robusta tem sido contínua. De acordo com a P&A Marketing Internacional, em 1980 sua participação na produção mundial de café era de 26%. No ciclo 2010/11, segundo a OIC, já havia chegado a 36,7%, e em 2012/13 alcançou 38,8%. Conforme Carlos Brando, sócio-diretor da P&A, em 2020 a fatia deverá chegar a 45%.
Ele lembra que o consumo de café tem crescido a taxas mais elevadas que a média mundial em mercados emergentes como China, Rússia e Leste Europeu. Em muitos casos, o incremento tem refletido uma “migração” do chá para o café solúvel, produzido sobretudo a partir da espécie robusta. Brando acrescenta que países produtores de café como a Indonésia, a Índia e o México também têm registrado consumos maiores, igualmente puxados pelo produto instantâneo.
“O grande arranque [do consumo de café] é o solúvel”, diz o especialistas. É preciso realçar, também, que a recente valorização do arábica, em função da seca no Brasil, ampliou a diferença de preços entre as duas espécies, o que incentiva uma substituição de arábica por robusta na fabricação de café torrado e moído. Essa tendência, acrescenta Brando, ganha força, ainda, com a progressiva melhora da qualidade do robusta e com o uso de tecnologias mais modernas no processo de torrefação.
É certo que, com a prolongada – e severa – estiagem no Brasil neste ano, a produção do país deverá ser prejudicada também em 2015, o que voltará a afetar a disponibilidade de arábica. Mas, com a expansão do robusta, é incerto o impacto desse problema no cenário mundial.
Fonte: Carine Ferreira; Valor Economico.