CAFÉ: No Congresso de Pesquisas, que acontece em Poços de Caldas (MG)
pesquisadores protestam contra informações de empresas compradoras, que prevêem
super-safra no Brasil. Para representante do MAPA, próxima safra no Brasil não
deve ultrapassar 50 milhões/sacas.
Pesquisador do Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento), Roberto Santinato, alerta para notícias que projetam super safra
de café, entre 60 e 65 milhões de sacas. Segundo ele, essas informações sem base
de conhecimento técnico, trazem números irreais. Não seria possível tal
produção diante dos 2 a 2,5 milhões de hectares dedicados à cultura, pois a
produtividade de 3 litros por pé de café nunca foi alcançada no país e nem deve
ser. Os 30% de cafeeiros velhos do país impedem esse volume de produção.
Na realidade, a produção deve ser bem mais baixa, ficando entre 48
e 49 milhões de sacas. Caso contrário, o comprador não estaria pagando acima de
R$500 pelo grão, conclui o pesquisador. O problema, então, seria a conseqüência
dessas projeções para uma grande quantidade de produtores que não têm acesso à
mídia. Eles “ficam com medo e começam a vender o produto antes mesmo de colher”.
E, nesse desespero, podem cometer o mesmo erro do ano passado, quando fecharam
contratos futuros a R$300, R$320 reais, sendo que o café conseguiu patamares de
preços de R$500.
Congresso de Pesquisas
Em Poços de Caldas (MG),
no Congresso de Pesquisas, cafeicultores tratam de temas como impactos de
doenças e novas tecnologias. O destaque do evento foi um novo produto de
adubação de lenta liberação de nitrogênio e o potássio.
A grande
vantagem está na aplicação, que é feita uma única vez a partir do solo. Com
isso, reduz-se a mão de obra e a mecanização. Como 70% de áreas de cafeiculturas
são montanhosas, o produto pode ser muito benéfico para os
produtores.
Fonte: Notícias Agrícolas // João Batista Olivi e Fernanda Cruz