Ritual de degustação do café envolve limpeza das glândulas palatinas

Cliente deve, ainda, limpar as mãos e o rosto com uma toalha quente, afirma especialista

Antes de tomar o expresso Arauto, do café do Ponto, o cliente deve limpar as mãos e o rosto com uma toalha quente, para eliminar odores do dia-a-dia. Depois deve tomar um pouco de água, com ou sem gás, para limpar as glândulas palatinas. Só então ele pode saborear o café. Quem explica o ritual é Marcelo Gualberto Nogueira, proprietário das três unidades do café do Ponto em Campinas. O primeiro café do Ponto foi aberto na cidade há 20 anos, a primeira cafeteria da marca no Interior, depois da Capital. Hoje ele trabalha com nove tipos de cafés expressos. “O cliente está ficando mais exigente. O café hoje é como uma especiaria”, diz Nogueira, que pretende criar uma carta de café, assim como existe carta de vinho.

“O café tem nuances que variam de acordo com o solo, o clima e a altitude, como o vinho”, diz o barista por experiência. Segundo Nogueira, o ritual da toalha e da água para tomar o expresso Arauto permite que o consumidor desfrute melhor do sabor do café. Hoje, em Campinas, há vários endereços novos voltados para esse mercado de cafés especiais, entre eles o Bravo café, no Cambuí, especializado em café gourmet, e o Bio café, que inaugurou um quiosque no Galleria Shopping em abril.

Mas o velho café de coador ainda não perdeu seu espaço. Segundo Jorge Francisco Vaz, proprietário do tradicional café Regina, desde 1954 em Campinas, dos cerca de 1,5 mil cafés vendidos diariamente, apenas 100 são expressos. A grande maioria dos clientes prefere o café passado em coador de pano. ” Cerca de 80% dos meus clientes são fixos e vêm ao café uma a duas vezes por dia”, diz Vaz.

A maior indústria de café da região é o café Canecão, que cresce de 15% a 20% ao ano. O café, que sempre fez parte da história da cidade, continua tendo sua importância. No próximo ano, Campinas será sede da 22 edição da Conferência Internacional em Ciência do café (International Conference on Coffee Science), realizada pela segunda vez no Brasil. Para quem deseja saber mais sobre café, vale a pena visitar o Museu do café, aberto de terça a domingo das 10h às 17h, na Avenida Heitor Penteado, 2145, em frente ao portão I da Lagoa do Taquaral. (AM/AAN)