Geral – , 20/11/08 14:25
A Câmara Setorial do Café discutiu o diagnóstico preciso da cafeicultura no Estado
Na última quarta-feira, 19, membros da Câmara Setorial do Café reuniram-se na Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Regularização Fundiária (Seagri) para discutir sobre a revitalização da cafeicultura de Rondônia. Participaram do encontro representantes de instituições públicas e privadas dos setores do agronegócio do café que estão comprometidos e interessados no desenvolvimento de uma produção sustentável no Estado.
Segundo dados do IBGE, em 2007 Rondônia colheu uma área de aproximadamente 160 mil hectares de café e apresentou uma produtividade média de 9,25 sacas por hectare, totalizando uma produção de quase 1,5 milhões de sacas de café beneficiados (café verde). Mas estes números são contestados por técnicos, produtores e empresários do setor cafeeiro. A razão da discordância se baseia no fato de que entre 2001 e 2004, período de crise, muitas lavouras de café foram abandonadas ou erradicadas. No entanto, nos dados oficiais muitas delas continuam como lavouras produtivas. “Essas estimativas acabam puxando a produção total para cima e conseqüentemente rebaixam a produtividade média da cultura”, disse Carlos Magno, secretário de Agricultura. Em função disso, a Câmara Setorial do Café resolveu traçar um diagnóstico mais preciso da cafeicultura no Estado.
E para saber a real situação da cultura de café, os integrante da entidade discutiram os pontos principais em termos de área ocupada, tais como: formação, produção e degradação das lavouras abandonadas. Também foram propostas diversas ações para revitalizar a cafeicultura no Estado. Entre elas o zoneamento agrícola indicando os pólos cafeeiros; a assistência técnica diferenciadas nos pólos produtivos, com ênfase nos sistemas de condução, tratos culturais e fitossanitários; a substituição de lavouras improdutivas por lavouras geneticamente superiores com ciclo de maturação diferenciada; lançamento de variedades superiores do café conilon com características de resistência às pragas e doenças e a ampliação do volume de créditos para investimento e custeio destinado à aquisição de máquinas, equipamentos e infra-estrutura para o processamento, beneficiamento e armazenamento do café. “Nós vamos dar atenção especial e fazer o que tiver que ser feito, para estruturar melhor a cadeia produtiva do café e dar manutenção como, por exemplo, a compra de calcário”, ressaltou o secretário de Agricultura.
Recursos
Para alcançar estas metas propostas durante a reunião, os membros da Câmara Setorial do Café, defenderam a criação de um fundo para a cafeicultura. Na ocasião foi solicitado o incentivo financeiro da Secretaria Estadual de Fazenda para dar manutenção adequada às atividades que serão desenvolvidas pelos produtores. O secretário estadual de Fazenda José Genaro, demonstrou interesse em viabilizar os recursos necessários, estipulados em uma média de R$ 50 mil por mês, para alavancar a cafeicultura. “Em um primeiro momento pretendemos fortalecer o caixa, disponibilizando os recursos necessários para ajudar os cefeicultores e se for necessário aumentar esse valor médio no próximo ano, nós iremos aumentar”, comentou Genaro. Por sua vez, Carlos Magno ressaltou que “se houver investimentos na lavoura de café, dentro de dois anos os cafeicultores irão conseguir dobrar a produção em Rondônia”, disse o secretário de Agricultura. Agora, os membros da Câmara Setorial de Café têm a missão de identificar os produtores que realmente queiram continuar produzindo e garantir os recursos solicitados à secretaria de Fazenda.
Fonte: Rondonoticias