O prêmio do café arábica sobre o robusta, uma variedade inferior de grãos, alcançou seu maior patamar em mais de dois anos na quinta-feira (10), aumentando as expectativas de que as torrefadoras e produtores de blends irão recorrer ao robusta para manter sua lucratividade, informou hoje a agência de notícias Reuters.
“Eles devem ser forçados a usar mais robusta devido ao déficit de oferta e problemas de qualidade”, afirmou a analista Judith Ganes-Chase, presidente da J. Ganes Consulting.
A seca prolongada nos meses de janeiro e fevereiro afetou o desenvolvimento do café arábica no Brasil, porém, os verdadeiros efeitos na qualidade dos grãos ainda não estão claros. O Brasil produz em torno de 40% do café arábica consumido no mundo, variedade preferida das principais marcas de blends, como U.S. Folgers, da J.M. Smucker e Maxwell House, da Kraft Foods Group.
As notícias de uma redução na produção do café já causaram um aumento de 85% nos preços do arábica este ano.
O vencimento maio para o café arabica no mercado futuro, negociado na Bolsa de Nova Iorque (Ice Futures US), alcançou os 207,80 centavos de dólar por libra-peso na quinta-feira (10), o maior preço desde fevereiro de 2012. Os preços do robusta também estão mais firmes este ano, mas a variedade só subiu 31%.
O café arabica é tradicionalmente torrado e moído para a preparação do blend e pode ter grande variação de qualidade. O robusta, por outro lado, é mais barato e mais amargo, por isso geralmente é usado para a produção de café instantâneo.
Informações: Reuters
Fernanda Bellei
Fonte: Notícias Agrícolas