02-01-2015 – 12:10:56
O ano de 2014 foi de turbulência, volatilidade, preocupações, incertezas e de preços mais altos no mercado de café. O principal fato nos fundamentos foi o clima desfavorável desde o começo do ano nas regiões produtoras de café do Brasil, maior produtor e exportador global. Assim, houve quebra da safra de 2014 que vai se refletir também em 2015.
Não fosse só o problema do começo do ano, faltou chuva em grande parte do tempo, principalmente em meio às floradas em setembro e outubro. Isso resultou em perspectivas de quebra grande de safra para 2015. As consequências no mercado foram dramáticas, com o mercado de clima puxando e derrubando os preços nas bolsas de futuros de acordo com a atualização das informações e mudanças de expectativas para a safra de 2014 e de 2015, especialmente.
Como destaca o analista de SAFRAS & Mercado, Gil Barabach, o produtor de café começou o ano de 2014 cabisbaixo, ressentido dos baixos preços de 2013. Mas, a falta de chuvas no Brasil fez o mercado dar uma guinada positiva, devolvendo otimismo aos produtores. A quebra na safra brasileira tirou a demanda mundial da zona de conforto e forçou maior agressividade. O resultado prático foi uma subida nas cotações mundiais do café. Como exemplo, a bebida dura do Sul de Minas com 15% de catação, que iniciou o ano de 2014 a R$ 290,00 a saca, chegou a dezembro em torno de R$ 495,00 e chance de R$ 500,00 a saca, tendo picos ao longo do ano onde bateu em R$ 540,00 a saca de 60 quilos.
Segundo Barabach, a rentabilidade (preço – custo), em alguns casos, ficou acima de 100%, oxigenando as finanças de produtores. “Teve produtor que aproveitou melhor que outros, mas é inegável que foi um ano de preço bastante remunerador. O ônus disso foi a quebra de safra brasileira”, descreveu o analista.
Apesar da menor oferta, 2014 deve ser marcado por um novo recorde na exportação de café do Brasil. O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) projeta mais de 36 milhões de sacas exportadas ao longo do ano, pois o produtor aproveitou os preços altos para negociar estoques remanescentes das duas granes safras anteriores.
O dólar foi outro componente importantíssimo na formação de preços do café no Brasil. A moeda americana vai fechando o ano com valorização em torno de 20% no comercial. Não entrando no mérito dos motivos dessa subida, o fato é que isso trouxe sustentação aos preços em reais para a commodity no país. Por outro lado, a fraqueza do dólar frente ao real leva ao mercado internacional o sentimento de força ainda maior competitiva para o Brasil exportar, e isso pesa negativamente na Bolsa de Nova York. É o paradoxo da relação câmbio na formação dos preços.
Perspectiva para 2015
O ano de 2015 inicia mais animado para o produtor em relação a perspectiva de preço. Embora tudo dependa do real tamanho da safra brasileira, o ano tende a ser de acomodação do atual movimento de alta, avalia Gil Barabach. “O primeiro semestre deve ser dominado por questões que envolvem a safra brasileira. Ajustes para cima ou para baixo na safra do país devem mexer bastante com os preços da bebida, o que é promessa de mais volatilidade à frente”, indica o analista.
O fato é que a oferta mundial deve ser fisicamente mais apertada, podendo gerar oportunidades pontuais para os vendedores, ressalta Barabach. “Porém, o mercado já precificou esse aperto, por isso precisa de algo novo para retomar a escalada altista. Se só confirmar o cenário já desenhado, o mercado tende apenas a consolidar o movimento dos últimos meses, e consolidação pode vir com algum ajuste negativo”, adverte. “E atenção, pois a debilidade das economias emergentes, nessa nova etapa da crise financeira, pode acrescentar novo sabor ao mercado.”
Para o segundo semestre de 2015, de acordo com o analista, pode haverá uma mudança mais drástica de comportamento dos preços internacionais do café. Se correr tudo como o esperado, a safra de 2016 no Brasil deve voltar a ser grande. E o mercado começará a precificar esse novo cenário da oferta já partir das floradas em setembro, pondera o analista, o que poderia representar declínio das cotações do café.
Fonte: Agência SAFRAS
O ano de 2014 foi de turbulência, volatilidade, preocupações, incertezas e de preços mais altos no mercado de café. O principal fato nos fundamentos foi o clima desfavorável desde o começo do ano nas regiões produtoras de café do Brasil, maior produtor e exportador global. Assim, houve quebra da safra de 2014 que vai se refletir também em 2015.
Não fosse só o problema do começo do ano, faltou chuva em grande parte do tempo, principalmente em meio às floradas em setembro e outubro.
Isso resultou em perspectivas de quebra grande de safra para 2015. As consequências no mercado foram dramáticas, com o mercado de clima puxando e derrubando os preços nas bolsas de futuros de acordo com a atualização das informações e mudanças de expectativas para a safra de 2014 e de 2015, especialmente.
Como destaca o analista de SAFRAS & Mercado, Gil Barabach, o produtor de café começou o ano de 2014 cabisbaixo, ressentido dos baixos preços de 2013.
Mas, a falta de chuvas no Brasil fez o mercado dar uma guinada positiva, devolvendo otimismo aos produtores. A quebra na safra brasileira tirou a demanda mundial da zona de conforto e forçou maior agressividade.
O resultado prático foi uma subida nas cotações mundiais do café. Como exemplo, a bebida dura doSul de Minas com 15% de catação, que iniciou o ano de 2014 a R$ 290,00 a saca, chegou a dezembro em torno de R$ 495,00 e chance de R$ 500,00 a saca, tendo picos ao longo do ano onde bateu em R$ 540,00 a saca de 60 quilos.
Segundo Barabach, a rentabilidade (preço – custo), em alguns casos, ficou acima de 100%, oxigenando as finanças de produtores.
“Teve produtor que aproveitou melhor que outros, mas é inegável que foi um ano de preço bastante remunerador. O ônus disso foi a quebra de safra brasileira”, descreveu o analista.
Apesar da menor oferta, 2014 deve ser marcado por um novo recorde na exportação de café do Brasil. O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) projeta mais de 36 milhões de sacas exportadas ao longo do ano, pois o produtor aproveitou os preços altos para negociar estoques remanescentes das duas granes safras anteriores.
O dólar foi outro componente importantíssimo na formação de preços do café no Brasil. A moeda americana vai fechando o ano com valorização em torno de 20% no comercial.
Não entrando no mérito dos motivos dessa subida, o fato é que isso trouxe sustentação aos preços em reais para a commodity no país.
Por outro lado, a fraqueza do dólar frente ao real leva ao mercado internacional o sentimento de força ainda maior competitiva para o Brasil exportar, e isso pesa negativamente na Bolsa de Nova York. É o paradoxo da relação câmbio na formação dos preços.
Perspectiva para 2015
O ano de 2015 inicia mais animado para o produtor em relação a perspectiva de preço. Embora tudo dependa do real tamanho da safra brasileira, o ano tende a ser de acomodação do atual movimento de alta, avalia Gil Barabach.
“O primeiro semestre deve ser dominado por questões que envolvem a safra brasileira. Ajustes para cima ou para baixo na safra do país devem mexer bastante com os preços da bebida, o que é promessa de mais volatilidade à
frente”, indica o analista.
O fato é que a oferta mundial deve ser fisicamente mais apertada, podendo gerar oportunidades pontuais para os vendedores, ressalta Barabach.
“Porém, o mercado já precificou esse aperto, por isso precisa de algo novo para retomar a escalada altista. Se só confirmar o cenário já desenhado, o mercado tende apenas a consolidar o movimento dos últimos meses, e consolidação pode vir com algum ajuste negativo”, adverte. “E atenção, pois a debilidade das economias emergentes, nessa nova etapa da crise financeira, pode acrescentar novo sabor ao mercado.”
Para o segundo semestre de 2015, de acordo com o analista, pode haverá uma mudança mais drástica de comportamento dos preços internacionais do café.
Se correr tudo como o esperado, a safra de 2016 no Brasil deve voltar a ser grande. E o mercado começará a precificar esse novo cenário da oferta já partir das floradas em setembro, pondera o analista, o que poderia representar declínio das cotações do café.
Fonte: Agência SAFRAS / Futuros Agricolas