Fundo considera resultado do PIB ”decepcionante”
– O resultado do PIB foi decepcionante. Mas se você olhar para os componentes não é tão negativo assim.
A diretora acrescentou que os estoques estavam muito altos e precisavam cair. E acrescentou que as flutuações trimestrais são normais e que os dados preliminares de vendas e emprego de outubro e novembro são melhores.
– Talvez seja um reflexo das dificuldades políticas.
A diretora do FMI afirmou ainda que considera impressionante o progresso feito pela economia brasileira, desde sua última visita ao Brasil, em 2004. Segundo ela, isso é resultado da adoção de uma política econômica prudente e do compromisso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com as reformas estruturais. A diretora do FMI elogiou a redução da inflação e da desigualdade, o aumento do emprego formal e a expansão dos programas sociais, como o Bolsa Família.
Para ela, mesmo se o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, deixasse o cargo, não haveria mudanças na política econômica atual. E enfatizou que o ministro merece crédito pelo trabalho empreendido no Ministério da Fazenda.
Krueger também comentou a proposta da equipe econômica do governo de fazer um esforço fiscal de longo prazo. Essa proposta gerou críticas da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, que quer maiores gastos em investimentos.
Para a diretora, a relação entre dívida e PIB do Brasil é elevada. Entretanto, afirma que a decisão de reduzir ou aumentar o esforço fiscal deve ser do governo.
– É uma escolha política.
A diretora do FMI veio ao Brasil para uma visita anual de rotina. Krueger concedeu entrevista após reunião de cerca de uma hora com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na chegada ao Ministério da Fazenda, teve que entrar pela garagem para fugir de uma pequena manifestação de representantes da União Nacional dos Estudantes (UNE) contra o FMI e a política econômica adotada pelo governo.